Uma onda sonora me jogou em cima do amontoado de corpos na sala da casa – se é que dava pra chamar aquilo de sala – e o Venom urrou de dor, e pelo fato de eu estar dentro dele, não sentia dor alguma – como se ele fosse um escudo pra mim.
Venom: Eu vou matar essa tiazinha!
Tom: Consegue nem chegar perto dela.
Venom: Cadê o "boa sorte, Venom!" ou o "você consegue, Venom!"? Que tipo de amigo você é?
Tom: Um gritinho dela já te desmonta meu filho, ta esperando o que?
Venom: Não sei, talvez uns pompons e meu nome soletrado com uma coreografia bonitinha MAIS um figurino brilhante.
Tom: Quer que eu vire líder de torcida? – ele se levanta e desprende o pé de um dos corpos.
Venom: Seria do balaco Baco.
Tom: Do balaço Baco vai ser é o nosso túmulo se você não sair daqui.
Venom: Só não digo que você tem razão porque seu ego já é bem inflado.
Ele ia descendo do monte que os corpos faziam como se fosse uma escada.
Tom: Mas eu to certo.
Venom: Não. Você só não ta totalmente errado.
Tom: Então eu to certo.
Venom: Não. – ele limpa um pouco de sangue de um dos corpos que manchou seu braço – Em casa a gente conver-
Shriek: As mocinhas vão continuar ai? Querem que eu faça um chazinho?!
Venom: Ô sua garganta de apito, eu já tava terminando aqui!
Shriek: Que ótimo, porque eu estou apenas começando.
Ele estrala os longos dedos afiados das mãos e o pescoço para andar até mais perto da mulher que parecia não tomar um banho há anos.
Venom: Você é bem folgada, né? Cortando meu barato assim.
Shriek: Ou você que é acomodado demais. – ela sorri e da pra ver que além de não tomar banho, ela também não escova os dentes.
Tom: Você é acomodado mesmo.
Venom: Ô meu filho – ele para e bota as mãos na cintura –, você ta do meu lado ou não?!
Tom: 100% Me dá um "V"! Me dá um "E"!-
Venom: Pode parar, você fazendo isso é vergonhoso. – ele balança a cabeça, negando, e respira fundo.
Shriek: Falando com o seu hospedeiro, Venom?
Tom: Hospedeiro é sacanagem. – olhamos para ela, que estava em posição de ataque, e eu só consigo notar a bendita da S/n segurando um pedaço de madeira do tamanho dela.
Mas é ai que fode o cu do palhaço. Ela tava sozinha?
NÃO.
Enquanto a S/n segurava uma ponta, o abençoado do Bill segurava a outra.
Georg carregava um... balde de metal??
E Gustav duas colheres nas mãos.
De onde porra eles tiraram tudo isso?!
Venom: Com certeza, nunca fez isso? Reconfortante, vou te contar.
Ela começa a puxar o ar e seu peito infla, sabíamos que ela iria gritar de novo. Meu corpo gelou, juro pra você.
Venom: ESPERA! – pela reação, acho que o dele também.
Ela parou de respirar e os quatro atrás dela congelaram.
Tom: Eu vou matar o Bill por não ter saído daqui.
Venom: Vamo bater um papo! O que ach-
Shriek responde a proposta do Venom fodendo ele.
Ai Tom, como assim?
Fodendo, minha gente, fodendo.
Seu grito, literalmente, desconcertou o Venom e o fez misturar vibração com urros de dor. Partes do seu corpo de retraiam e mostravam partes do meu corpo, o que era muito perigoso já que o rosto por de baixo do Venom nunca tinha sido revelado, mas pelo fato de saberem que o Venom habita dentro de alguém – e não terem nem pistas de quem é – faz com que a polícia e os bandidos fiquem malucos por não saber por onde procurar.
Muita gente tava atrás de mim, e revelar meu rosto pra quem ta tentando me matar e pra quem tava envolta assistindo não era lá uma ideia muito inteligente.
Nesse tempo em que nós dois estávamos fragilizados – Venom não agüentava sons muito altos e o calor intenso –, eu não sei de onde caralhos aquela mulher tirou aquilo mas senti algo gelado atravessar a minha cintura do lado esquerdo.
Por mais que eu estivesse desesperado para cobrir os meus ouvidos, ainda conseguia ver quando a S/n e o Bill acertaram Shriek na cabeça e ela caiu tonta de joelhos, parando de gritar, e na mesma hora Georg coloca o balde na cabeça dela e Gustav lhe entrega uma das colheres e a S/n pega a outra e Gustav foi para a parte de trás dela e começou a lhe dar um mata leão enquanto prendia seus braços com as pernas.
Não consegui ver mais ninguém ao nosso redor, todos tinham ido e só ficamos nós sete ali.
Bill: NÃO!
Assim que não escutamos mais os gritos de Shriek, sinto que o corpo do Venom desmontou e nós caímos de joelhos no chão.
Venom: Sinto muito, amigo.
Ele voltou para dentro e antes que eu pudesse dar de cara na terra, mãos me seguram. Mais ouvi a voz do Venom vindo de dentro da minha cabeça do que pelos ouvidos.
Falando nos meus ouvidos, senti como se fossem explodir. Estavam zumbindo e aquilo ia me enlouquecer.
Sentia minha barriga pegar fogo de tão quente. Minha cabeça estava que nem martelo de juiz. Minhas pernas estavam fracas como papel, e eu mal sentia a minha perna esquerda. Minha visão estava embaçada. Em resumo, fudeu.
Assim que o zumbido diminuiu consegui perceber que as mãos que me seguravam eram as de Bill e comecei a focar em algumas coisas completamente aleatórias.
Conseguia ouvir algo pingando enquanto olhava para Bill que devia estar gritando. Seus olhos estavam marejados enquanto ele me olhava e tocava em meu rosto, mas eu não sentia seu toque.
Conseguia ouvir as batidas do meu coração, estavam fracas.
Conseguia ouvir a madeira do que restou da casa rangendo, ela iria desmoronar em pouco tempo então nós precisaríamos sair dali agora.
Sentia algo quente escorrer da minha boca e novamente escuto barulhos de pingos caindo no chão.
Volto a olhar ao redor e assim que passo minha visão pelo meu próprio corpo, vejo que tinha uma barra de ferro atravessada em mim.
Ata, por isso eu to sentindo que to morrendo, faz sentido.
Não conseguia ouvir o Venom e aquilo estava me preocupando. Ele nunca ficava quieto.
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VENOM • TOM KAULITZ
FanficUma maldição ou um presente? Ele é parte de mim e eu sou parte dele, mas ela é parte de nós dois. Vou protegê-la independente do preço, mesmo que isso custe a minha vida.