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5 dias depois...

Lily's Pov:

Seguro o copo de café com força entre meus dedos, tentando com toda força não atirá-lo na cabeça de Sammy, que discutia com Jamie. Papai já estava internado a quase uma semana, com um quadro clínico nada amigável. Hoje ele entrou em cima induzido, para tentar diminuir a dor dele e dar uma chance do seu corpo se curar. Nem preciso dizer que Louisa estava em prantos, ela se fazia de forte, porém era notável que seu corpo a entregava. Perdeu peso por ficar sem comer, as olheiras fundas pela falta de sono, hoje cedo eu finalmente a convenci de ir para casa tomar um banho e tirar um cochilo, e com muita, muita argumentação, ela foi.

Sammy pediu uma "reunião" dos filhos na sacada do hospital, ele dizia que estávamos prolongando o sofrimento de papai e sugeriu que autorizássemos que desligassem os aparelhos. Como só mamãe pode fazer isso, o argumento dele era que devíamos convence-la do mesmo.

_Você como médico sabe James, e você também Lily – ele disse apontando o dedo para nós – Ele está em agonia, qualquer um pode ver, devemos apenas deixá-lo sofrer, por puro medo de deixá-lo ir?

James respira fundo, fitando o irmão com raiva, os pinhão cerrados perto do corpo. Morgan chorava ao meu lado, mas estava calada, encarando o horizonte de Londres com olhar perdido. Embora Sammy tivesse razão quanto ao sofrimento de papai, ele estava errado quanto a desligar as máquinas.

_Você já disse isso a ela? – perguntou Morgan.

Me assusto com sua fala, pois estava tão quieta e quase me esqueci que continuava ali.

_Ainda não, queria conversar com você primeiro.

Morgan abriu um sorriso perverso e o encarou com deboche.

_Pois diga na minha frente por favor, quero assistir enquanto ela arranca suas bolas.

Jamie ri baixinho e balança a cabeça tentando disfarçar.

_Não quero perde-lo também Morg – responde Sammy, eu podia ver o nó que se formou em sua garganta – Mas não aguento mais vê-lo assim, sofrendo, isso está me matando...

_Papai é mais forte do que pensamos. Ele ainda pode sair dessa - fala James.

Respiro fundo e dou um gole no meu café. A situação era complexa demais, e eu sentia meus neurônios ferverem. Também era doloroso para mim ver meu pai assim, impotente e fraco, e eu querua que ele ficasse bem, mas como médica eu não poderia ignorar o fato de que o prognóstico era horrível, e a tendência era a piorar a cada internação, assim como tinha sido desde o início.

_Não si se você se lembra Samuel – começo - Mas certa vez Louisa teve que arrancar o nosso pai de uma clínica de eutanásia.

Ele bufa.

_Claro que me lembro disso, ela ainda treme só e ouvir a palavra Suíça.

Sorrio satisfeita.

_Pois bem. Se ela teve tanto trabalho para evitar que ele morresse, acha mesmo que ela permitiria isso acontecer agora? Use a cabeça Sammy.

_Vocês querem mesmo que ele continue assim? Isso não é vida.

_Não Samuel, isso é dívida.

Mamãe aparece nos interrompendo. Samuel a encara assustado, Morgan ri e James me olha, como se perguntasse se eu sabia que ela estava ali, apenas dei de ombros, realmente não esperava.

_Mãe..

_Você já disse o suficiente – ela levanta a mão o interrompendo – Anos atrás quando tirei seu pai daquele lugar, ele me jurou, que nunca mais tentaria contra a própria vida, e me fez prometer que jamais desligaria qualquer coisa que o mantivesse vivo. Sim, eu também não suporto vê-lo assim, me corta o coração, mas se ele quer lutar, quem sou eu pra dar um basta?

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⏰ Última atualização: Jan 22 ⏰

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