João estava a chegar em casa, mas avistou algo totalmente incomum. Havia uma ambulância em frente ao seu prédio, junto de uma multidão de pessoas, eram os moradores do prédio. Todos estavam tão tumultados, o que poderia ter acontecido? Ele se perguntou.

O que está acontecendo? - Perguntou João num tom preocupado.

   As pessoas ao seu redor olharam umas para as outros num jeito sem graça, ficaram em silêncio. Ninguém teve coragem de dizer uma única palavra, até uma bela enfermeira negra cortar o silêncio.

O senhor é o João, não é?

Sou eu mesmo. O que seria está algazarra em frente ao prédio?

E o senhor tem uma mulher, não tem?

   João ouve a questão da enfermeira e sentiu um gelo na espinha. Nisso, ele lembro da discussão que teve com Maria mais cedo antes de ir ao trabalho.

   Maria era uma bela moça com cabelos vermelhos feito fogo, enrolados e cheios. Quando você avista de longe, aparenta ser normal, mas quando você a conhecer melhor, você percebe o quão conturbada Maria é.

   Maria sofria de Borderline, doença caracterizada pela mudança brusca de humor, dependência, impulsividade, ansiedade e depressão. Ela era adorável e gentil, mas em suas crises se tornava insuportável, até mesmo para João que a tanto ama.

Sim, por qual motivo você está me perguntando isso?

Sinto muito em lhe informar, mas Maria acabou de ser encontrada morta em seu apartamento. Nos revistamos o corpo e acreditamos que ela tenha se suicidado.

   O coração de João parou naquele instante, ele se sentiu zonzo e como se houvesse um nó em sua garganta. Totalmente sem reação.

Perdão, mas que? Morta? Maria? Como? Minha mulher? O que..? - Disse João, com sua voz trêmula.

   A enfermeira percebe o apavoro de João, afinal, seu rosto estava pálido como o de um vampiro e seus olhos lentamente se enchiam de lágrimas. Ele tentava dizer algo, mas não conseguia. Nada saia de seus lábios.

Eu sinto muito pela perda. - Disse ela, depois saiu.

   Era algo trágico, assustador, apavorante, desesperador. Seu peito estava pesado como uma bigorna, sua garganta estava entalada e seus olhos lacrimejavam, caiam aos poucos lágrimas. João estava totalmente paralisado e incrédulo. Ele nem mesmo quis comparecer ao velório, não teve coragem alguma. Estava perdido e descrente de tudo aquilo.

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⏰ Última atualização: Jan 22 ⏰

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