O nascimento de um Demônio.

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Em um pequeno pedaço de terra há um nobre clã que é popularmente conhecido pelos boatos místicos que rodeava aquela família durante décadas, suas terras eram pequenas, porém de grandes propriedades para cultivo diferente de outros lugares do Japão e isso chamava muita atenção de outros senhores próximos aquela província. Nessa mesma casa residia um casal da qual estavam a muito tempo juntos mas estranhamente nunca tiveram filhos e isso começou gerar rumores ruins sobre o casal e a família como um todo, suas orações pareciam não fazer efeito algum, talvez fosse obra do destino? Quem sabe, o que se tem certeza é que um dia o casal conseguiu gerar uma criança e essa criança estava para chegar ao mundo.

29/2/15XX

Era uma noite tempestuosa, a aguá da chuva era soprada pelos ventos com tanta força nas janelas que pareciam pequenas pedras sendo atiradas na madeira. O piso estava frio mas o desespero e os gritos da esposa do líder da casa causava um calor intenso.

A mulher e posta numa cobertura macia ao chão e suas serviçais trabalhavam duro para que conseguissem tirar o bebê de seu ventre.

— Força! — Grita uma de suas servas que segura sua mão enquanto tenta auxiliar a mulher a empurrar o bebê para fora de seu corpo.

Os gritos ecoava pela casa, pelo ambiente da qual residia poucas pessoas, sem seu marido, pai ou sogro as únicas vozes da qual poderia ouvir eram de suas serviçais. Foi um trabalho de muito esforço e de dedicação de todos os envolvidos, um trabalho sujo, porém digno afinal aquele era o primeiro filho da família após anos sem noticias de uma gravidez prospera. A criança que foi afastada da mãe não emitia som algum, ou se emitia eram sons muito baixos quase como um gemido de um cachorro, é de estranhar-se um comportamento desse vindo de um recém nascido, a luz das velas destacavam o rosto calmo e preguiçoso do bebê que ainda demorou um tempo para chorar.

— Meu bebê, onde ele está? 

 A mulher fraca procura pela bênção que foi-lhe dada, após os cuidados necessários é entregue aquela pequeno ser humano.

— Que sorte senhora, é uma menina. — Comenta alegre a serviçal que entrega o bebê que estava aos seus cuidados.

— Uma menina. — A provedora parecia desanimada, mesmo assim sorri ao ter sua prole entregue aos seus braços.

Passos são escutados de fora do quarto, parece que há um recém chegado na casa, nesse mesmo instante é possível escutar gritos altos vindo da mãe em desespero.

— Tira esse monstro de perto de mim! — Ela grita em desespero quase jogando sua filha ao chão.

Tudo acontece tão rápido, a porta de correr é aberta bruscamente o que assusta o bebê que logo é recolhido pela mesma serviçal que o cuidou e o mesmo que começa a chorar, o líder da casa, pai da criança, parecia ansioso.

— Onde ele está!? — Grita procurando pela criança.

Os gritos da criança misturam-se as trovoadas de fora e foi ao ver seus olhos que os presentes naquele pequeno cómodo puderam entender o desespero da mãe. Suas íris eram vermelhas tão escuras quanto vinho e tão vividas quanto sangue, nunca foi visto uma criatura com olhos como aqueles, neles ainda era possível ver mais 3 circunferências ao redor de suas pupilas. Naquele momento todos tinham certeza de que aquilo não parecia tão humano.

— Senhor... — A serva chama atenção do pai, todos ali estavam esperando por uma decisão.

— Irei ficar com ele. — Diz o homem que toma a pequena dos braços de sua serviçal. — E irei cuidar dele como meu filho.

A surpresa era esmagadora, como alguém em sã consciência teria coragem de ficar com uma coisa? 

— É uma menina. — Adverte a mulher que antes segurava a pequena.

— Ele será um menino, meu menino, e nada do que foi visto por aqui deve ser mencionado nem aqui e nem fora dessas paredes. — Diz o homem de forma ríspida, sua ordem deve ser cumprida com exatidão pois ninguém gostaria de saber as consequenciais caso quebrassem o sigilo.

Suas servas parecem estar de acordo, afinal teria outra escolha? O homem encara a menina que já não chorava mais.

— Qual nome você teria? — O homem parece pensativo ao escolher um nome para aquele recém nascido. — Kodako, esse será seu nome e um dia quando se tornar um homem crescido poderá herdar meu nome também.

Um sorriso genuíno pode ser visto em seu rosto, quase como um pai que acabou de ver o filho nascer, suas palavras ecoavam aquelas paredes de madeira que eram esmagadas pelo forte vento e os gritos do céu que trovoavam ao chão. E foi no meio da tempestade que nasceu a promessa da família.


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Essa é uma historia original inspirada na historia de dois personagens de RPG criados por mim e pela IngridSantus43, com elementos baseados também nos contos e historias do Koji1ro.

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Créditos

Revisor
Koji1ro

Editor
Lunix_55

Agradecimento especiais pelas pessoas que ajudaram na escolha da nova capa, muito obrigada.


Laços de sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora