TRINTA E DOIS

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L A R A

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L A R A

Faz uma semana que o Gabriel voltou para o Rio de Janeiro e foi como eu havia pensado, a gente conversou nos três primeiros dias mas desde então estamos sem nos falar.

E desde que ele foi, essa é a primeira vez que eu tô pegando novamente o caderno pra retirar todas as folhas e jogar no lixo porque isso não faz sentido e foi só coisa da cabeça do Igor, mas algo me chama atenção.

Tem um mini texto escrito na folha que estava limpa, foi ele quem escreveu.

A princípio penso em não ler nada, mas a minha curiosidade é tão gigantesca que quando percebo já estou percorrendo os olhos pelas palavras escritas com uma letra nada bonita.

"Você vai ler isso quando eu provavelmente estiver longe, mas eu espero que a gente ainda esteja mantendo contato. Gostei de te conhecer, ursinha, espero que você fique bem e quando quiser me fazer uma visita, fique a vontade. Estou escrevendo isso enquanto você dorme e talvez eu tenha ficado te observando por um tempo, mas é só pra ver se você não tava babando, não significa que gosto de ficar te olhando dormir, longe disso. Tchau."

Que droga!

Ainda tem um ps onde ele diz que gostou dos elogios que escrevi e por fim, sua assinatura.

Leio, releio, leio de novo e de novo e no final viro a folha, escrevendo um "estou com saudades" com letras maiúsculas só pra fica em evidência e também que a gente parou de se falar há quatro dias. No ps digo que gostei do que ele escreveu e que não babo enquanto durmo.

Dou mais uma relida antes de fechar o caderno e guardar novamente onde estava.

Pronto, estou capenga novamente e com vontade de enfiar meu rosto em um travesseiro só pra ver quanto tempo eu levo até morrer sufocada.

- Chega de depressão e coisas pra baixo, eu cheguei- o Igor invade meu quarto e eu fico me perguntando como que ele entrou- eu tenho a chave.

- Você tem a chave?

- Na verdade sua mãe tem a chave, eu disse que queria fazer uma surpresa e ela me deu.

- É, faz sentido- me sento na cama.

- Tá depressiva?

- Estou de ressaca, Igor, ressaca!

Ontem a gente saiu pra uma festa na praia e eu quase fui parar no hospital porque fui bebendo, bebendo e bebendo até que literalmente caí de cara na areia e vi que era bom parar.

Nunca mais eu bebo!

- Ontem foi maneiro, né?- sorri, se deitando na minha cama.

- Só se for pra você, o cara que eu fui dar um beijo já saiu metendo a língua na minha boca, eca- faço uma careta e ele cai na gargalhada.

𝗔𝗥𝗥𝗔𝗜𝗔𝗟•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹Onde histórias criam vida. Descubra agora