𝙳𝙸 𝙰𝙽𝙶𝙴𝙻𝙾|Arianna Di Angelo não esperava que sua vida mudaria tão drasticamente nos últimos anos. Viajara contra o tempo atrás de uma mariposa, conhecera dois adolescentes estranhamente reconfortantes e um garoto que dizia ter dezenove anos...
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"A cidade dos demônios é mais fria no verão Eu vou perder a cabeça pelo menos mais mil vezes Segure a minha mão firme, nós vamos passar por outra noite Eu ainda me assusto um pouco com coisas novas Mas eu me sinto mais seguro quando estou com você Cair não parece tão ruim quando eu sei que você caiu nessa direção também" —Devil Town, Cavetown
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A escuridão do mundo inferior podia ser vista da grande janela do castelo feito de obsidiana. Os tons de preto e vermelho estavam por toda parte dando ao lugar o ar de morte que tinha, Arianna se sentia reconfortada pela tranquilidade da morte. O único lugar em que a paleta mudava era o Elísio, a alguns quilômetros de distância, Arianna queria o conhecê-lo, mas era mantida naquele enorme castelo até a segunda ordem então se contentava com a vaga visão que a janela de seu quarto lhe dava.
— Como está, minha pequena Arianna? — diz uma voz forte atrás dela. Era seu pai, Hades.
Arianna não se sentia mais a mesma, sentia sua energia ser drenada aos poucos levando a cor de sua pele e seus cabelos consigo, os deixando mais claro a cada dia que se passava, seus olhos que quando criança os mantinha bem abertos, observando cada cantinho por onde passava, agora permaneciam cada vez mais fechado. Arianna não se reconhecia mais. Sabia exatamente o que culpa, ou quem. A marca de espinho no seu ombro direito não a deixava esquecer, agora era uma simples cicatriz branca, mas Arianna lembrava de cada detalhe que o motivo da cicatriz causara em sua vida. Lembra principalmente da dor, como esqueceria? Toda vez que a garota olhava para o Pavilhão dos Julgamentos pela sua janela como fazia diariamente, a cicatriz ardia, como se algo a chamasse para acabar com a dor.
— Estou bem — Arianna mentiu. Hades sabe que ela mentiu — Queria sair desse castelo pelo menos uma vez.
O deus dos mortos suspirou.
— Sabe que não posso correr o risco de te perder para esse lugar, não é? — pergunta gentilmente — Posso ser o deus do mundo inferior, mas você tem que ser julgada. Uma vez que saísse, não voltaria.
Seu pai sempre lhe dizia isso. Ela não poderia sair do castelo ou seria puxada pelo seu destino. Já até tentou dizer que iria apenas a alguns metros depois dos grandes portões, mas ele parecia ter argumentos para tudo.
