Caterine Natalie Chernyy vivia no frio de um vilarejo na antiga União Soviética junto da família composta por pessoas demais, o que acabava que passavam por dificuldades. E apesar de viver na época em que a Segunda Guerra Mundial aniquilava o mundo...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
_________________________________
CATERINE NATALIE CHERNYY
ME DESPEÇO DE EURITIÃO, o vaqueiro indo em direção ao pasto e eu diretamente para a casa de fazenda. Nico estava sentado no sofáde couro na sala de estar, tinha se livrado do manto enorme de Gerião e encarava o nada com o olhar doloroso. Faço meus passos serem altos de propósito, fazendo meu irmão cravar os olhos negros de mármore em mim. Não digo nada e esmago Nico entre meus braços, acolhendo seu corpo pequeno. Solto um suspiro trêmulo e meu choro silencioso ecoou pelo ambiente, a preocupação e raiva dos meses finalmente desabando sobre meu corpo. Aos poucos, meu irmão retribui meu abraço, seus braços circulando em volta de minhas costas, sua cabeça repousada em meu ombro direito. E sei que Nico está chorando, suas lágrimas molham minha camiseta e meu coração se parte quando o menino deixa escapar um soluço sofrido.
Passo meus dedos por seus cabelos negros, tentando passar-lhe a calmaria que sei que está em falta na vida do meu irmão.
— N-nunca mais faça isso, Nico... — disse, minha voz embargada.
— Sinto muito, Natie... Sinto mesmo. — Sussurrava ele. — E-eu só queria que fosse como era quando estávamos em Westover Hall... Queria você e Bianca junto a mim.
Me separo e coloco minhas mãos sobre o rosto pálido e magro de Nico, limpando suas lágrimas. Nico se afasta seu rosto de minhas mãos, deitando-se no sofá. Tento não ficar magoada com a nítida distância que tem sobre meu irmão e eu, mas antes que pudesse dizer algo, Nico estende sua mão pálida. A pego e entrelaço nossos dedos, deitando-me junto a ele. O silêncio estendeu-se por longos minutos, era possível ouvir os latidos de Ortro e as ordens de Euritião ao gado. Minha insegurança começa a tomar conta do meu corpo, e pergunto o que vem atormentando-me:
— Quando você descobriu sobre meus ataques de pânico? — Sussurrei.
Cravei meus olhos no teto, incapaz de encarar Nico. Pelos cantos dos olhos, percebo que meu irmão estava me encarando.
— Foi sem querer. Eu estava viajando nas sombras, indo ver você. Foi depois daquela briga que tivemos. Eu sabia que você estava desconfiada sobre Minos e resolvi contar a verdade. Por um momento, tinha mudado de ideia sobre trazer Bianca de volta, mas então te vi. Annabeth estava tentando te ajudar, mas você nem conseguia respirar, Natie... Já lhe vi tendo ataques de ansiedade, mas o pânico puro? Em que você estava se afogando no próprio desespero? Não. E eu sei que é por causa de Bianca. Decidi... que não queria que você vivesse assim, e eu sabia o preço que teria que pagar. Teria que trazer Bianca de volta.
Nico, mesmo bravo e caído no luto, ainda estava preocupado comigo. E isso deixou-me envergonhada. Meu irmão de onze anos estava cuidando de mim.
— Não devia ser assim, eu sou a mais velha. Eu que deveria cuidar de você, Nico...
