Unic.

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Agosto, mês do desgosto.

O solene adeus;me pergunto se as linhas da poesia englobariam isso como tragédia. Em tantas palavras existentes no dicionário, não consigo descrever o sentimento que corrói meu peito.

Mas, chamarei de frustração.

Frustração por não ter lhe salvado nas horas em que precisou, não ter lhe dito o quanto eu a amava no momento certo.

Se lembra de quando dançamos juntas no baile da formatura? Você estava tão linda...Você sempre está, na verdade. Poderiam palavras não ditas, machucarem mais do que as ditas? Talvez, com algo daquilo que se passava em minha cabeça, não estaria com essa dor tão estridente de sua falta.

O vazio em meu coração não é a coisa que mais me machuca, e sim a certeza de que estou sozinha sem você ao meu lado. Seu lugar em minha cabeça agora se encontra vazio, e os dias cada vez mais monótonos.

Me lembro da forma na qual o vento brincava com seus cabelos em um dia fresco de outono, a forma na qual seu sorrisinho lindo aumentava quando percebia que eu a observava. Sempre fora minha maior conquista, e minha maior dor.

Não sei ao certo como deixei as coisas chegarem ao ponto de agora, mas se tem algo que eu gostaria de lhe dizer agora é: Me desculpe;

Me desculpe, Jennie. Me desculpe, Jennie. Me desculpe, Jennie. Me desculpe...Nini.

Mais uma vez, meus olhos ardem enquanto escrevo uma carta que você jamais irá ler. Deveria ter exposto mais meus sentimentos por você? Deveríamos ter saído com mais frequência? Estar me esquecendo aos poucos do timbre de sua voz, torna essa situação ainda mais infeliz.

Amar você tão intensamente, foi como passar por cima de um caminho com garrafas de vidro quebradas, torcendo para não me ferir, e ainda assim, mantendo o equilíbrio.

Rosé diz estar preocupada comigo, faz algumas semanas desde que consegui me levantar para sair do apartamento. A apatia nunca foi algo presente em momentos com você.

Você curou meu coração, me ensinou a perdoar pra depois partir?

Sinto as pulsações cardíacas baterem fortemente em meu pescoço, cada momento nosso estará pra sempre apenas em minha cabeça.

Não sei o que fazer agora, minha cabeça parece não conseguir processar o fim.

Se eu soubesse que nosso término acarretaria com você em um acidente de carro, jamais teria deixado que saísse de casa. Da nossa casa.

Insistem em dizer que desligar as máquinas que mantinham você viva foi a melhor opção, mas toda vez que lembro de pegar em sua mão gélida, me arrependo amargamente de tê-lo feito.

Tudo aquilo que te fazia minha, se foi.

Me desculpe, Jennie.

Espero de algum jeito me juntar a você, querida. Me espere aí, sim? Estou indo.

Da eternamente sua, Lisa.

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⏰ Última atualização: Jan 24 ⏰

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Carta de agosto ❟ 𝐣𝐞𝐧𝐥𝐢𝐬𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora