9.

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Bebi a água, me encostando na pia da cozinha, meu coração ainda parecia uma batedeira. Era tarde da noite quando uma sombra apareceu na porta da cozinha.

Observei em silêncio o homem se aproximar vestido em um pijama preto. O rosto que eu não via a dias, me avaliou curioso.

—Esta acordado a essa hora? —Sua voz interrompeu nosso silêncio. Eu bebi mais um gole de água, antes de caminhar em direção a porta.

A mão forte segurou meu pulso, me puxando de volta. Parei diante dele, o encarando em silêncio.

—Noite difícil?

—Eu tive um pesadelo. —Admiti. Off Jumpol levou sua mão até minha bochecha, paralisei sentindo os dedos acariciando a pele suavemente. —O que está fazendo?

—Nada.

—Porque está acordado? —Perguntei afastando sua mão. Ele me soltou caminhando para a geladeira.

—Eu tenho insônia, não consigo dormir sozinho.

—É por isso que tem tantos amantes?

Silêncio, eu mordi o lábio irritado por falar sem pensar, de qualquer forma ele não respondeu, virando a garrafa de água na boca.

—Resolveu seu problema com aquela maluca?

—Eu precisava resolver o meu problema com você Khun Atthaphan. —Respondeu se virando pra mim, minhas pernas pareciam coladas ali, não me movi o assistindo se aproximar de mim. —Como tem estado?

Sua aproximação lenta, com aquele olhar de caçador fez os pelos do meu corpo se arrepiarem, permaneci em deriva o encarando. Suas mãos tomaram as minhas e ele sorriu com o toque de nossas peles.

—Ainda bravo comigo?

—Como eu poderia ficar bravo com o senhor? É meu chefe!

Off Jumpol sorriu, ainda me avaliando.

—É isso mesmo que você pensa?

—Terminei de ler o livro.

—Uhm, então você está quase pronto.

Assenti para ele, puxando minhas mãos de volta. Jumpol não forçou o contato, deixou que suas mãos caíssem em silêncio.

Um barulho alto de tiro soou da porta da cozinha que dava pro jardim, puxei seu braço com força para o chão, atrás da pia. Jumpol se abaixou ao meu lado, em quanto eu espiava pelo vão os pés entrando no ambiente.

Puta merda, encostei a cabeça no móvel segurando o braço dele com força atrás de mim.

—Eu sei que você está aqui. —A voz do desconhecido apareceu. —Você não pode escapar de mim.

Os passos se aproximavam mais, a força na minha mão em seu braço aumentava. Eu precisava pensar rápido, sem entender nada dessa situação, algo que sempre me irritou muito, entrar em riscos não calculados.

Quando os pés estavam ao meu lado, eu soltei o braço que segurava e entrei em uma luta que não era minha.

Eu e o homem alto caímos no chão, a arma deslizou pelo piso. O cara gemeu assustado com minha aproximação rápida, subi em cima de seu corpo desferindo um murro em seu rosto. Não demorou muito para ele nos girar no chão e me socar de volta.

Ele esticou o braço o suficiente para pegar a arma novamente, chutei o meio de suas pernas em resposta, ele saiu de cima de mim e eu pude puxar a arma em minha mão, levantando do chão a apontado pra ele.

—Quem é você? —O resmungo irritado do homem se voltou para mim. Jumpol se levantou e correu até mim, sua mão tocando meu ombro. —Porra quem é você?

Liberté • OffGunOnde histórias criam vida. Descubra agora