CAPÍTULO 22

461 36 2
                                    

PEDRO

Fiquei a manhã inteira numa cirugia e sai dela derrotado, fizemos de tudo mas perdemos um paciente, sou a dez anos médico mas nunca irei me acostumar com isso, não da pra normalizar a morte, impossível.

Almocei no hospital mesmo com Marcelo e mais alguns médicos amigos nossos. Contei a ele sobre a gata de Matheus, aquela é a criatura mais atrevida que conheço fora o Matheus. Ela me morde escondido do pai e depois quando eu conto ela faz cara de coitada, depois dizem que essas criaturas não pensam. Marcelo riu o almoço todo e disse que é uma forma de carinho dela. A ta.

Apesar disso estou muito feliz, os plantões que passo no hospital é horrível longe deles. Sim deles, devo admitir que até daquela gata terrorista sinto falta. Quanto ao Matheus sem palavras, eu o amo de uma maneira que não sei expressar. Ele é o amor da minha vida. Nos damos muito bem apesar dele ser um pouco bagunceiro pois sempre teve empregados e o mimo dos pai e irmão pra fazerem tudo por ele. Ja aqui em casa não tem empregados, eu faço tudo pois não gosto de estranhos mechendo nas minhas coisas. Só uma diarista que trabalha na minha mãe que vem uma vez a cada quinze dias dar um valor na casa.

Apesar de nossos pequenos desentendimentos eu não trocaria minha nova vida por nada. Me acostumei terrivelmente com ele e a gata terrorista. É uma delícia dormir agarrado dormir ao seu corpo cheiroso e quentinho. Ainda mais depois de foder bem gostoso, ele é insaciável e eu também. Nos amamos todos os dias que não estou de plantão. Hoje chego em casa do plantão e tenho certeza que irei encontrar ele me esperando com a nossa jantinha. Por mais que eu tenha ensinado ele não aprendeu a cozinhar mas tem bom gosto e conhece ótimos aplicativos de restaurantes, e também minha comida preferida é ele.

Volto do almoço depois de quase fazer Marcelo engasgar quando comentei que preparo o leite de Matheus todo dia antes de dormir, ele me chamou de cadelinha e ainda disse qie eu mimo o Matheus mais fo que ele e os pais, não é nada disso é só que não me custa nada fazer uma gentileza, eu só cuido dele e daquela gata ingrata.

No meio da tarde meu celular toca e é Matheus, estou numa consulta e vou dizer a ele que ligo depois mas uma voz diferente e nitidamente em pânico me gela a espinha.

_ Oi amor. Eu...

_ Pedro. É o Pedro namorado do Matheus?

Ele pergunta rapidamente embolando as palavras.

_Quem está falando? Esse é o celular do meu namorado. Onde ele está?

Pergunto ja em pânico fazendo sinal ao meu residente e saindo do quarto do paciente.

_ Eu sou o assistente dele, o Matheus está passando mal...

_ COMO ASSIM PASSANDO MAL? O QUE ELE TEM?

Chamo o elevador mas pela demora desço as escadas correndo.

_ Eu não sei......você é médico né? Vem rápido para o escritório dele.... trás a ambulância, ele desmaiou... eu não sei o que fazer...

_ Porra... não sai de perto dele, estou chegando...

Saio correndo assim que chego no térreo e de longe avisto Marcelo na recepção conversando com a recepcionista e ja grito pra ele que me olha assustado.

_ MARCELO... MARCELO... VAI COM A AMBULÂNCIA NO ESCRITÓRIO DO MATHEUS. ESTOU INDO NA FRENTE DE CARRO....

_ PORQUE? O QUE ACONTECEU COM MEU IRMÃO?

_ EU NÃO SEI... VAI LOGO...

Ele corre pro lado das ambulâncias e eu pro estacionamento, sem explicar chego gritando e peço emprestada a moto do segurança que estava na frente, tenho certeza que assim será mais rápido.

O MELHOR AMIGO DO MEU IRMÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora