22_ Castigo com o Thales.

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Torry Jasper

...mas não foi aquilo que me deixou confusa e chocada mas sim quem estava atrás do vaso.

Thales.

Ele me encarava com desgosto e eu ainda mais confusa. Eram tulipas, mas porquê o Thales traria aquelas tulipas?

- São... pra você. - Soltou com uma careta enjoada e eu franzi o cenho. O tio Jeremiah... ele é o pai do Thales, ele é o único que me ofereceria flores nesta altura. Sinto voltas na minha barriga, é como se eu quisesse vomitar, eu não podia negar as flores mas eu não queria receber elas. - O meu pai viu que você as esqueceu e pediu para eu entregar pra você, por favor pegue o vaso porque eu quero ir embora.

As minhas mãos tremiam só de pensar que eu teria que segurar aquele vaso.

- Thales, querido. - A voz da minha tia soou atrás de mim e o Thales sorriu pra ela. - Você está muito... bem. - Falou a tia Julia observando melhor o seu rosto e o Thales fechou o sorriso.

- Será que a tia pode falar para a sua sobrinha querida pegar o vaso? - Perguntou com um sorriso e a tia Julia abriu um enorme sorriso.

Revirei os olhos e peguei o vaso de flores.

- É um pedido de desculpas? - Perguntou a tia Julia e o Thales me encarou com a sobrancelha erguida.

- Nem fudendo, o meu pai que está dando pra ela. - O Thales falou e eu abri um sorriso divertido. Thales arregalou os olhos. - Tipo, o vaso de flores. - Explicou e eu prendi a risada.

Eu sei bem o que você quis dizer, Thales.

- Oh, são muito lindas. - Elogiou a tia Julia.

- Bem, eu tenho que ir. - Disse Thales.

- Não, querido. Você vai jantar com a gente. - Disse a tia Julia e eu arregalei os olhos.

Não é possível, até aqui em casa eu terei que aturar esse idiota. Espero que ele negue.

Thales viu a minha cara de desespero e sorriu para a tia Julia.

- Tudo bem então. - Falou e a tia Julia sorriu animada. Eles passaram por mim e eu revirei os olhos.

Eu não reparei mas eu estava seguindo o Thales com o olhar, ele estava de calças jeans e de uma camisa de mangas cumpridas que o apertava, me pergunto se ele consegue respirar. Ele tinha o corpo um pouco enorme, bem malhado, as suas costas largas, meu Deus, se ele não fosse o Thales eu chamaria ele de Deus Grego.

E se não fosse o Thales eu daria facilmente pra ele. Que desperdício.

Baixo o olhar para as flores, parece que precisarei dos comprimidos mais do que nunca.

[...]

Eu ainda não consigo acreditar que não tenho jeito para a dança e nem para o canto. As garotas de líderes de torcida se esforçam muito para me ajudarem e para não enfiarem uma faca no meu rabo.

Acho que eu é que vou acabar por enfiar uma faca no meu rabo...

Eu nunca tinha me agitado tanto em apenas uma semana. Desde que passei a tomar aqueles comprimidos, eu tenho dormido o suficiente para recuperar muita energia. Eu estou me sentindo incrível.

Eu acho que nem sonho mais.

Eu passei o tempo todo com a Ana Liz, até descobri que sento ao lado de uma garota na sala que inclusive conversa comigo enquanto ignoro a existência do Thales.

Além de suportar o facto de que ele é meu colega de turma e que senta na minha frente eu tenho que suportar o facto dele brotar do esgoto em todo lugar que eu estava, e a sua cara de desgosto era retribuída com um olhar mortal.

O Meu Adorável Inimigo Onde histórias criam vida. Descubra agora