Capítulo 4.

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Visitar Gringotes nunca é uma tarefa divertida. Especialmente hoje em dia, quando ela é vista com aberta desconfiança por todos os goblins internos. Mas é uma tarefa que ela não pode mais adiar se quiser visitar o Boticário depois do trabalho.

Ela está acostumada com o escrutínio extra de sua varinha, com o esvaziamento de seus bolsos e bolsa. É rotineiro, assim como o caminho que a carroça a levará até o cofre. São duas à esquerda, uma à direita, descendo uma pequena colina, passando por um pedaço de parede particularmente irregular, duas à direita, uma colina mais íngreme, depois contornando uma grande curva até sua abóbada.

Ou, pelo menos, deveria ser.

O carrinho vai para a esquerda e depois vira na primeira à direita. Agora está caindo, caindo, caindo, e Hermione tem um déjà vu assustador.

— Onde estamos indo? — ela grita para o goblin que dirige. — Este não é o caminho.

— Estamos indo para o seu cofre, senhora.

Seus protestos são perdidos no vento enquanto a carroça avança. Ela pega sua varinha, segurando-a com força e pegajosa. Ela pode não ter Polissuco ou Capa de Invisibilidade como proteção, mas não hesitará em lutar para sair dessa armadilha.

O carrinho para pouco antes de uma cachoeira terrivelmente familiar. A queda dos ladrões. Hermione sai com as pernas trêmulas.

— Onde você me trouxe? — ela exige, mas o goblin apenas pressiona calmamente a palma da mão na porta do cofre.

— Para o seu cofre, Sra. Granger-Malfoy.

Este não é o seu cofre, ela percebe quando a porta se abre para revelar pilhas obscenas de ouro. Ouro que ela não ganhou. Ela pega o punhado que precisa, raiva fervendo em suas veias pela indesejável surpresa dourada de Draco.

No segundo em que Draco aparata no apartamento, Hermione se volta para ele.

— Por que você me adicionou ao seu cofre de Gringotes?

— Porque é o nosso cofre — diz ele naquele tom irritantemente comedido.

— Não quero nem preciso do seu dinheiro. Não poderia ter me avisado? Um pequeno aviso teria sido apreciado antes que eu quase tivesse um ataque de pânico e azarasse alguém.

— Desculpas — diz ele, com a voz impassível como sempre — pensei que isso estava implícito ao assinarmos a certidão de casamento.

Hermione se encolhe. Na maioria dos dias, ele facilita o esquecimento da terrível realidade de uma união forçada. Mas quando pequenos lembretes pairam no ar entre eles, a reação dela é consistentemente de desespero, enquanto Draco permanece despreocupado. A disparidade confunde e irrita; é uma irritação persistente da qual ela não consegue se livrar.

— Você está tão... aceitando tudo isso. Eu não entendo. Isso não é normal, Draco. As pessoas discutem questões financeiras enormes que elas não... não apenas...

Ela faz uma pausa, não querendo deixar o pânico consumi-la pela segunda vez em um dia. — Eu não entendo você de jeito nenhum. Isto não está certo, o que somos... o que fomos ordenados a ser. E você continua com sua vida como se isso não tivesse afetado você em nada. Por que você não está com raiva?

Por que estou sozinha nisso?

Ele suspira e se acomoda no sofá, como se esperasse esse colapso dela. É enlouquecedor como ela não consegue nem provocá-lo para uma briga por causa disso. A impotência frustrante a atinge de uma forma que não acontecia desde a guerra.

— Suponho — diz ele, esfregando as palmas das mãos para cima e para baixo nas coxas, — quando você é criado com a expectativa de que o casamento não é com alguém que você escolhe, sua perspectiva difere da pessoa comum.

In These Silent Days | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora