restricted individuality

01

Cidade de Musutafu

Domingo é um ótimo dia para relaxar e desfrutar de algumas guloseimas. Era isso que Hana Yoshida pensava enquanto caminhava pela estação de metrô de Musutafu, puxando sua mala e acompanhando Aizawa.

A jovem de longos cabelos escuros, vestindo um conjunto de moletom preto e um par de tênis brancos, caminhava rapidamente em direção ao carro. Enquanto isso, Aizawa falava ao telefone, provavelmente resolvendo os últimos detalhes de sua matrícula.

Ao chegar ao carro, ela prontamente colocou sua bagagem no porta-malas e entrou no veículo. Estava cansada da viagem e não se sentia contente em ir para uma cidade desconhecida.

Hana é uma órfã que residia em Tóquio. Passou sete anos de sua vida em um orfanato até ser expulsa do mesmo por ter manifestado sua individualidade, a qual estava causando tumulto no ambiente.

Após ser expulsa, Hana teve que se virar sozinha nas ruas de Tóquio. Com apenas 7 anos, ela ajudava uma senhora que morava sozinha com seu restaurante, ganhando um bom dinheiro para se sustentar. Morava em um pequeno quarto que lhe servia apenas para dormir. Com o passar do tempo, aos 12 anos, Hana recebeu a notícia de que a senhora com quem trabalhava havia falecido. A jovem compareceu ao cemitério e deixou flores, imaginando que dali em diante teria que se virar para arranjar dinheiro.

A partir daquele momento, a jovem perambulava pelas ruas, ocasionalmente solicitando alimento a pessoas desconhecidas que lhe acolhiam de forma variável, ou desempenhando tarefas para as quais sua idade não lhe conferia permissão.

Durante este período, a jovem dedicava-se aos estudos, encontrando maneiras de acessar livros sobre diversos assuntos e lendo-os. Sua capacidade intelectual era notável, e ela conseguia adquirir conhecimento de forma ágil.

Em uma noite, a jovem de cabelos escuros caminhava pelos becos escuros em busca de alimento. Não se alimentava há três dias e encontrava-se bastante debilitada. Avistou uma loja de conveniência e, ao adentrá-la, pegou um lanche discretamente. Em um momento rápido, correu para fora da loja sem olhar para trás, adentrando novamente os becos e se deparando com a escuridão.

Prosseguindo pelo caminho, deparou-se com um grupo de indivíduos encapuzados. Ele optou por ignorá-los e continuar seu trajeto, até que sentiu uma mão puxar seu braço, forçando-o a virar rapidamente.

- Oque uma belezinha dessa anda fazendo na rua uma horas dessas. - Diz um homem tocando em seu braço.

Hana rapidamente se afastou, mas outro cara lhe pegou por trás prendendo seus corpo ao dele.

- Oque foi? O gato comeu sua língua princesa? - Falava outro homem, era impossível ver seus rostos pela a falta de iluminação.

- Responde vadia! - Deu um  tapa forte em sua cara fazendo-a virar o rosto.

- Oque querem comigo? - Diz tentando não chorar, sentindo o cara agarrando seus cabelos.

- Você princesa. - Fala olhando para seu corpo. - Uma garotinha dessas daria conta da gente. - Gargalha junto de seus parceiros.

- Que ridículo da sua parte achar que eu faria isso. Idiota me larga. - Tenta se soltar.

- Me respeita vagabunda, se eu quiser agora mesmo arranco suas roupas e te meto até parar de respirar. - Fala se irritando.