Capítulo único

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comentem🤓

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Não aguentava mais me apresentar na frente de todos naquela sala de aula, meu primeiro dia de aula nessa escola nova. Eu não conheço ninguem por aqui, então obviamente estava sozinho até agora.

Finalmente o sinal toca, sendo até agradável de se escutar, ao contrário da antiga minha escola, onde parecia um grito de sirene que deixava todos com uma pequena vontade de não poder ouvir. Por não conhecer o espaço muito bem, apenas segui a maioria das pessoas que se direcionavam pelos corredores extensos e lotados de armários de ferro. Pude ver a longa fila que havia para pegar o lanche, sendo ele algumas panquecas doces com um suco natural e frutas.( Típico de americanos comer algo com tanto açúcar tão cedo).

Sentia algums olhares sobre mim, afinal não é todo dia que se encontra um ômega com 1,80 metros de altura, mas as pessoas nem tentam disfarçar que estão encarando. Talvez aqui seja tratado como algo normal, não sei, odeio os Estados Unidos. Sim. Esse ódio todo com base na primeira semana que moro aqui. Ao chegar a minha vez, peguei a bandeija azul escuro que havia talheres, um prato branco com uma pequena pilha de três panquecas grandes cobertas de mel, uma pequena tigela branca com alguns mirtilos e morangos, além da xícara de plástico azul com suco de laranja. Apenas agradeci e fui procurar um lugar para me sentar.

Ao me virar, observei aquelas tantas mesas, onde cada uma era ocupada por aqueles típicos grupinhos de qualquer filme Teen de produção medíocre estado unidense, tendo as patricinhas, jogadores de basquetes, nerdolas magrelos esquisitos com cara de virgens e preconceituosos e a galera que puxa um verde. Que ranço. Já não gosto de nenhuma pessoa aqui. Vejo de longe uma mesa desocupada, ela estava longe de qualquer tipo de ventilação naquele local, ou seja, nenhuma janela ou ventilador por perto.

Não quis demorar muito, andei rápido até lá, antes que fosse ocupada por algum otário, me sentei, coloquei os fones bluetooth e comecei a aproveitar o clima fechado dessa cidade e coloquei Crepúsculo no celular enquanto apoiava o aparelho na xícara de suco. Acada garfada, eu fingia completa surpresa ao ver a idiota da Bella fazendo besteira pela vigésima vez no filme, como se não tivesse assistido mil vezes essa saga.

Depois de terminar de comer e colocar a bandeija no lugar certo, escovei os dentes no banheiro (onde fui encarado pelas porcas americanas que nem isso fazem) e guardar alguns livros no meu armário. A única coisa boa até agora, o armário é bem espaçoso, talvez eu decore ele um pouco futuramente, talvez algum desenho. Retirei os fones e guardei na mochila, organizei alguns cadernos e já deixei os livros que usaria no dia seguintes nas aulas. Estava concentrado pensando se havia esquecido algum material que iria utilizar nas próximas aulas, até que ouço do meu lado:

_ Eai, novato! Tudo bem? - uma voz grave, grossa e empolgada falou, espero que não seja comigo, essa escola é grande de mais para eu ser o unico que entrou essa semana- Eu, estou falando com você! Não é legal da sua parte fingir que não me escutou.

Olhei para o lado, vendo um alfa loiro e bronzeado tentando puxar assunto comigo. Ele apoiava seu braço grande e forte, coberto por uma jaqueta que aparenteva ser do famosinho grupo de basquete da escola à cima do armário. Ele era bem alto, mais alto que eu, cacete quantos anos esse garoto tem? Ele deveria estar em uma escola?

_ Oi. - disse indiferente, só queria ir para casa e terminar de arrumar minhas mudanças, então voltei a enfiar a cara no armário fingindo procurar algo.

_ Você parece bem organizadinho hein, princesa.- Que. Princesa? Oi? Eu conheço esse sem noção? Tirei meu rosto do meio dos cadernos e encarei aqueles olhos azuis cristalinos e cabelo espetado.

_ O que você quer?- Já quis cortar o assunto sendo grosseiro, não estava no melhor dia para me enturmar, ainda mais com um alfa e esse seu cheiro marcante.

_ Sabe..... - ele se apoiou na porta do meu armário, assim ficando mais próximo de mim , e seu rosto do meu. Merda. O maldito tinha um sorriso bonito. -.... eu gosto de ômegas altos. - susurrou bem baixinho e dando uma risadinha de cafajeste.

Que. Porra. De. Fala. Foi. Essa ?

Se quisesse dar em cima de mim, que fosse algo mais elaborado, ele não tinha jeito com ômegas, mas tentava disfarçar com seu sorriso encantador. Eu tinha que inclinar meu pescoço para cima, para assim conseguir enxergar seu rosto, ao ler "pivô " em baixo do símbolo da escola em sua jaqueta laranja, eu entendi tudo. Um cara com um pouco mais de dois metros achou um ômega que não precisasse subir em uma escada para te beijar, mas e a noção de chegar em alguém assim no intervalo em uma escola? Não estamos em uma baladinha, ou em uma "resenha", estamos no meio de um corredor faltando cinco minutos para a aula de artes começar. Noção zero.


_ _ ' Hmm que bom 'pra você! - O olhei com a cara de "tanto faz" e fechei o armário com uma força desnecessária, fazendo com que ele saisse desse local que estava apoiado e ficasse em uma postura mais descente.

Saí andando sem olhar para trás, enquanto ele ficava me encarando plantado na frente do meu armário e ouvindo risadas no fundo do corredor de outros idiotas com as mesmas jaquetas.

Ômega altoOnde histórias criam vida. Descubra agora