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"Talvez tenha sido uma tentativa de aproximar mais os amigos que tanto amava. Mas a sua melhora não era algo com que se preocupar."

Há quatro dias o tratamento começou a trazer resultados. Itadori ainda estava com a aparência doentia, mas seu rosto tinha um pouco mais de cor. Sua animação havia retornado, tudo estava tão... colorido.

O Sol se pôs aquela tarde e com ele o agora inquieto Yuji tamborilava os dedos na lateral da maca. Megumi o encarou. Yuji possuía um sorriso resplandecente, quase igual aqueles que vivia dando quando estava saudável.

— Fushi — chamou, dava para notar a agitação do garoto. Megumi já não se importava mais com o apelido. Seria inútil pedir que ele parasse de qualquer forma. — Fushi!

— Pode falar, Yuji.

Itadori levantou um pouco mais o torso. Pela primeira vez, não estava cheio de agulhas pelos braços e mãos. Não havia nada o prendendo como antes.

— Quero ver a janela.

Fushiguro estreitou o olhar e o rosado devolveu, mas não o encarando de forma bruta. Itadori fez um beicinho e seus olhos brilharam igual os olhos de uma criança quando vê algum doce.

Por um momento, o outro pensou a respeito disso. E se ele auxiliasse Itadori a ir até a janela pelo menos? Yuji não estaria fazendo esforço algum com os braços de Megumi ao redor de seu corpo para mantê-lo em pé. E ele também não estava pesado, Megumi aguentaria segurá-lo, certo?

Fushiguro direcionou o olhar para a porta fechada do quarto.

— Por favor, Meguminnnnn!

Megumin? — se indignou com o novo apelido. — Sério?

Agora, Itadori havia juntado as mãos como se fosse rezar e as entrelaçou. Se inclinou um pouco mais, aumentando o tamanho do beicinho.

Megumi corou e se levantou, caminhando até a porta e verificando se havia como trancar por dentro. Não tinha, então ele a abriu e espiou o corredor vazio.

Em alguns minutos ele teria que ir embora, o horário da visita acabaria. Ok. Que situação.

Precisava mesmo ir contra os pedidos e objeções das enfermeiras e médicos só para realizar um pedido do amigo? Sim. Ele precisava ir contra, porque com toda certeza, Itadori faria o mesmo por ele.

E dessa forma, a mente de Fushiguro talvez ficasse menos pesada. Ele estaria realizando um desejo de Itadori, retribuindo tudo o que o rosado já havia o dado.

— Tá, tá. Mas vai ser rápido, entendeu? — informou, recebendo um aceno frenético de cabeça.

Fechou a porta e se dirigiu até a frente da maca. Yuji deu um pequeno impulso para frente e Megumi passou o braço ao redor de seu pescoço. Assim, Yuji foi mancando até a janela com o suporte de Fushiguro.

Próximos de lá, e meio envergonhado pela situação, Megumi passou a mão na cintura do amigo para que Itadori tentasse transportar seu peso para si.

O rosado apoiou ambas as mãos no vidro embaçado e observou a chuva que caia violentamente lá fora. Que saudade ele sentia de correr pela chuva, a sensação dos pingos em sua pele e roupas. A sensação incrivelmente vivida de que estava vivo. A confirmação que tinha aproveitado o bastante vinha no dia seguinte, com o resfriado.

Mesmo assim, valia cada segundo embaixo da chuva. Ele queria muito poder aproveitar e se sentir vivo daquele jeito. Sentir o resfriado na manhã seguinte.

Fushiguro estava encantado pela admiração do outro com o mundo lá fora. O tempo estava feio desse jeito já faziam dias, mas o brilho no olhar e no sorriso de Itadori diziam que aquele era o clima perfeito.

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⏰ Última atualização: Jan 31 ⏰

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(parada) Rises The Moon, ItaFushiOnde histórias criam vida. Descubra agora