Reflexões Escritas.
Capítulo Único...
(...Konoha...)
O sol começava a se pôr em Konoha, quando o jovem casal decidiu se encontrar em um jardim próximo ao centro da aldeia. O clima calmo contrastava com a tensão que começava a se formar entre o casal. Shikamaru, sempre envolto em sua nuvem de pensamentos, parecia distante demais para lidar com as inquietações de sua amada, enquanto ela, impaciente, buscava entender o que se passava por sua mente.
Sentados em lados opostos do banco, fazia com que a distância sentimental entre eles crescesse a cada momento. A brisa suave as folhas das árvores, assim a doce brisa do outono de Konoha, mas nem mesmo ela era capaz de dissipar a nuvem de desentendimento que se formou. Temari, cruzou os braços, finalmente explodindo:
— Você é sempre assim, se fecha do nada Shikamaru! Como vou saber o que está pensando se nunca fala?
Shikamaru, com o seu olhar pensativo, não a respondeu de imediato. Em vez disso, ele parecia mergulhar ainda mais em seus próprios pensamentos, como se buscasse as palavras certas entre as sombras de sua mente.
— Temari, não é questão de se fechar. É só que... algumas coisas são difíceis de expressar com palavras. — murmurou Shikamaru, olhando para horizonte.
A resposta de Shikamaru só serviu para aumentar a frustação da loira. Ela, que sem valorizava a comunicação direta, sentia-se perdida diante do silêncio impenetrável do manipulador de sombras. A tensão continuou a crescer, formando uma barreira invisível entre eles. O crepúsculo, que devia trazer paz, tornou-se testemunha de um desentendimento em ascensão.
Mesmo com a tensão crescente ambos foram juntos para casa, apesar de ainda apenas namorar, já moravam juntos a algumas semanas, já que a viagem de Suna para Konoha era longa ou vice e versa.
A tensão entre eles alcançou seu ápice. Shikamaru, sentiu a necessidade de se afastar um pouco para refletir e não alvo de um ataque de raiva da namora, se retirou para seu quarto. Contudo a mulher estava empenhada em descobrir o que estava acontecendo com seu amado, segui-o, observando enquanto ele fechava a porta atrás de si.
No quarto, Temari passou o olhar sobre todo o lugar, buscava por pistas que revelassem os motivos que estavam levando para esse distanciamento emocional. Foi quando ela reparou sobre o criado mudo do lado da cama em que o moreno costumava dormir, tinha um caderno um pouco gasto pelo tempo, o que revelava ser um diário, nunca passou por sua cabeça que Shikamaru fosse do tipo de desabafar em um diário. Com um misto de curiosidade e respeito para com a privacidade do lendário preguiçoso. No entanto, a necessidade de compreender seu amado venceu.
Se aproximou com calma da cama, evitando que ele compreendesse qual seria seu próximo passo, o moreno estava aleio ao que acontecia se mantinha preso em seus pensamentos e agora deitado na cama tinha seu antebraço cobrindo seus olhos, estava tentando evitar que uma briga começasse a qualquer custo. O que ela usou para poder pegar o diário e se afastar da cama em direção a porta.
— Quer saber, não irei mais te incomodar.
Ao dizer isso saiu fechando o a porta atras de si, e seguiu para a sala da casa. Ela hesitava em abri-lo, mas a necessidade de tentar compreender o jovem a motivava, cedendo aos seus impulsos começou a folhear as páginas escritas a mão.
"O que será que ele escreve aqui?", pensou, encontrando uma perspectiva única e pessoal de Shikamaru.
Conforme lia, suas sobrancelhas franziam e suavizavam alternadamente. Ela se deparou com pensamentos íntimos, reflexões sobre a vida e sentimentos dos quais Shikamaru tinha dificuldade em expressar verbalmente. Aquilo que interpretava como silêncio, na verdade, era uma sinfonia de emoções escritas naquelas páginas.
A cada palavra lida, uma nova compreensão se formava. O silêncio de Shikamaru não era nenhuma barreira, era só uma maneira diferente de se comunicar. A confusão de Temari começou a se dissipar, substituída por uma crescente compreensão das complexidades do homem como quem escolheu partilhar sua vida.
Com o diário em mãos, Temari procurou por Shikamaru, determinada a confronta-lo. Retornou ao quarto, mas o mesmo não estava, voltou então para o corredor que dava acesso aos demais cômodos das casa e reparou que a porta do fundo estava aberta seguiu o caminho até chegar a porta e vê-lo sentado na escada que dava área de entra dos fundos da casa. O mesmo observava as estrelas começando a brilhar no céu noturno.
— Você poderia ter me contado, Shikamaru. Eu não sabia que pensava assim. — As palavras dela carregavam uma mistura de surpresa e compreensão, enquanto ela mostrava o diário.
Olhou-a surpreso de início, soltou um longo suspiro, entendendo a situação em que estava agora, tudo que já escreveu algum dia tinha sido descoberto, era uma hora ruim para se lembra que o conselho de começar um diário para aprender a se expressar melhor era do Sai.
— É mais fácil escrever do que falar, Tema. Às vezes, as palavras parecem insuficientes, mas no papel consigo o mais claro possível.
Temari sentou-se ao lado do amado, folheando o diário enquanto trocavam olhares significativos. As páginas escritas revelavam não apenas os pensamentos profundos, mas também as vulnerabilidades de Shikamaru, suas dúvidas e anseios.
Ao perceber o quanto significava para Shikamaru abrir aquela parte de sua vida, Temari sentiu uma nova onda de compaixão. As distâncias emocionais que antes pareciam intransponíveis agora começavam a se encurtar. Ambos estavam dispostos a compreender a perspectiva um do outro.
— Talvez tenhamos uma forma única de nos comunicar, Shikamaru. Precisamos encontrar um equilíbrio, algo que funcione para os dois.
Shikamaru assentiu, percebendo que, de alguma forma, a descoberta do diário tornou-se uma ponte entre eles.
"Obrigado, Sai!", pensou, enquanto colocava o braço direito ao redor da cintura da mulher e a puxava para mais próximo dele.
Ambos se entreolharam por um instante antes de se beijarem, um beijo que refletia a compreensão de ambos, e acima de tudo o amor que nutriam um pelo outro.
— Acho que preciso começar a falar mais, e você a respeitar o silêncio. É assim que a gente se completa. — sugeriu Shikamaru, seus olhos fixos nos olhos esmeraldas dela.
Temari sorriu, aceitando a proposta. A revelação verbalizada de seus sentimentos trouxe uma sensação de alívio. Ao trocarem palavras honestas e vulneráveis, eles começaram a perceber que a comunicação não precisava seguir um único padrão. A sinceridade de Shikamaru e a franqueza de Temari, agora abriam uma nova fase no relacionamento dos dois.
A noite seguiu seu curso, enquanto o casal ria, trocando olhares carregados de amor e beijos carregados de paixão enquanto observavam o céu estralado, agora Temari estava sentada entre as pernas de Shikamaru com sua cabeça repousada no ombro do moreno.
— Te amo preguiçoso. — dizia ela antes de o beijar.
— Também te amo problemática. — concordou entre os beijos.
Fim...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Reflexões Escritas
FanfictionEm Konoha, Shikamaru e Temari enfrentam uma inesperada tempestade emocional. Quando uma simples discussão revela brechas na comunicação do casal, o silêncio de Shikamaru se torna uma barreira para a compreensão de Temari. A descoberta acidental de u...