💍 Capítulo 41 💍

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SONG MINGI

Mingi ajeitou o corpo exausto na cama de casal da suíte principal a qual há semanas atrás costumava dividir com Yunho. Um dois meses e dez dias. Foram exatamente esses números que Mingi guardou na cabeça em sua contagem mental de quantos dias já estava longe de Yunho, e mesmo que já tivesse se passado tanto tempo, ainda sentia sua alma doer pela parte de seu coração que havia sido arrancada à pulso.

A cabeça doía. Latejava como um inferno. Lá fora a garoa continuava caindo, o que deixava Mingi muito mais deprimido. Não estava com fome, não estava com sede e muito menos com vontade de levantar da cama para enfrentar Kim, que deitado no sofá da sala, estava falando animadamente com alguém no telefone como se não estivesse afetado por toda a situação catastrófica que estavam vivendo. Claro que Mingi não dava a mínima importância com o que Kim fazia naquela casa quando não estava na mira de seus olhos, pois só de saber que ele estava longe de si, de Yunho e de seus amigos, era reconfortante o suficiente. Por isso Song se mantinha firme, aguentando a autoridade de Kim, ficando calado o máximo que podia em meio às discussões, pois além de estar de mãos atadas, não corria o risco de expor qualquer uma das pessoas que amava, estas que eram o motivo principal para que abdicasse de toda sua liberdade. Mingi queria apenas protegê-las.

Em reflexo, o mais alto saiu dos pensamentos quando o som melódico da campanhia tocou pela casa. Rapidamente olhou em direção à saída do quarto, sem de fato sair do lugar já que sabia que Hongjoong o proibiria de atender a possível visita. Mas antes de conseguir voltar a deitar na posição que estava, o próprio Hongjoong apareceu, parando na porta do quarto com uma expressão nada amigável, como se chamuscasse fumaça pelo nariz e olhos, borbulhando pelo excesso de raiva que Mingi já estava exausto de presenciar. Hongjoong sempre costumava explodir por pouco.

— Olha, Song. Essa vai ser a última e única vez que irei fazer isso, porque você não anda merecendo coisa nenhuma nesses últimos dias. — Hongjoong pontuou grosseiramente, e o mais alto, ainda calado, se sentou na cama devagar ao mesmo tempo que sua face expressava uma certa confusão pela fala repentina do outro. Hongjoong logo voltou a falar. — É o Arthur que está na porta. Esse cara já está te ligando há dias, e se eu desbloquear o número dele com certeza vão aparecer milhares de mensagens! Agora já é a segunda vez que ele vem bater aqui na porta, eu não quero que ele fique enchendo o saco e incomodando a gente. Já estou por aqui com ele! — ele rangeu os dentes, desenhando com a mão um risco imaginário acima da própria cabeça, sinalizando que já havia atingido o limite de paciência.

— E o que você quer que eu faça com essa informação, Hongjoong? — Mingi perguntou cansado, já sem esperanças, olhando para o corredor quando a campainha da casa ecoou mais uma vez, assim como algumas batidas na porta. Hongjoong nunca lhe deixava chegar perto das portas e nem janelas, e o lugar onde mais podia ficar era a cama do quarto onde ficava com Yunho, justamente por ser o lugar mais escondido da casa.

— Quero que você atenda a porta.

— O quê? — Mingi perguntou, desacreditado, logo sendo interrompido por Hongjoong antes de dizer mais alguma coisa.

— Sim! Quero que você atenda a porta... — ele disse, andando na direção de Mingi, segurando o queixo dele com certa força —, mas quero que você diga que não atendeu às ligações ou respondeu as mensagens porque seu celular quebrou e está no concerto. Está me entendendo? — Mingi cerrou os dentes assim que sentiu Kim projetar mais força em seu maxilar, e assentiu com a cabeça rapidamente, tocando a região dolorida quando o mais baixo lhe soltou do aperto. — Com toda certeza esse nerd intrometido foi atrás do Yeosang também, e se ele perguntar da demissão dê uma boa desculpa. Apenas faça ele acreditar que não tem nada acontecendo, está me entendendo? Faça qualquer coisa pra ele se sentir satisfeito pra que ele pare de vir aqui. Ele está realmente insistindo, e ele não pode saber que estou aqui! Se você escorregar e acabar com meu esconderijo, Song... sabe muito bem o que vou fazer, sim? — o mais baixo sorriu de maneira maquiavélica e Mingi engoliu em seco, enfiando suas mãos suadas para dentro das mangas do moletom. Não queria que ninguém se machucasse por conta de toda a situação que a si próprio havia trazido para vida deles, e foi por esse sentimento que Mingi, já cansado de nadar contra a maré, cedeu.

LOYALTY II - O passado fica para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora