Cap 34

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Bons sonhos

— Merda... Por que fez isso? — Benjan continua com o sermão, tentando manter a calma.

— Vingança. — dou de ombros, relaxada. — Declan se achava protegido por vocês. — dou um sorriso. — Eu queria mostrá-lo que ele estava errado.

— Droga, Lina! Você praticamente marcou a data da sua morte!

— Relaxa, Ben. Eu estou bem com isso.

— Mas eu não, porra! — ele põe a mão na cabeça, agarrando os cabelos, enquanto tenta se acalmar. —  Eu disse para você ficar quieta.

— A convivência realmente pode influenciar uma pessoa. — declaro, analisando o novo vocabulário sujo do Principezinho. — Nunca imaginei ouvir você xingando frequentemente.

— Não sou tão certinho que nem meu irmão. — ele fala, ainda bravo comigo. — Não ligo para regras toscas.

— Tamo junto, Príncipe junior. — falo, me jogando de costas na cama, exausta.

— Tamo junto? Príncipe junior? O que é isso?

Solto uma risada.
Em que mundo os Príncipes vivem?

— Tamo junto é um gíria, Ben. Pessoas jovens como nós usam muito. — explico a ele, parecendo uma mãe explicando pro filho o que é uma árvore. — E junior é porque você é o Príncipe mais novo. Logo, você é o Príncipe junior. — reviro os olhos, nem eu mesma entendendo a minha explicação. — Ah, sei lá, porra. Não tem muito o que explicar.

— Nunca vou entender essas coisas. — Ben fala, franzindo a testa, e depois se arrisca a deitar ao meu lado na cama, parecendo tão exausto quanto eu.

— Você tem certeza que as câmeras estão desligadas?

— Tenho. — sinto seu olhar direcionado a mim. — Ninguém sabe o que aconteceu para elas simplesmente pararem de funcionar. — ele dá um sorriso satisfeito. — É claro que eu dei um jeito nisso também.

— Ainda não entendo essa sua disposição em me ajudar. — comento, ainda sem olhar para ele.

— Um dia você vai saber.

Me sento na cama quando Benjan sai de cima dela na mesma hora e caminha em direção a porta.

— Vocês tem três minutos para conversarem. — ele declara, abrindo a porta de ferro.

— O que?

E então, Lyndice aparece, entrando no quarto.
Ah, meu Deus.
Espera... Como ele sabia que Lyndice estava atrás da porta? Ele a trouxe?

— Lyndi? — pulo da cama e ando até não conseguir mais, esperando ela chegar até mim.

Seu vestido roça em meu corpo quando ela me abraça, seu cheiro doce invadindo minhas narinas e me fazendo esquecer que estou presa em cativeiro e que minha morte está chegando.

— Senti sua falta. — ela fala, querendo chorar, enquanto sinto as batidas nervosas do seu coração.

— Eu também, Lyndi.

— Como isso aconteceu? — ela funga, seus olhos lacrimejando enquanto ela olha pros lados, observando a minha "cela".

— Consequência de algo que não escolhi ter. — falo, dando de ombros, fingindo estar relaxada.

— Bea, me explica tudo. — ela exige, segurando meu braço. — Por favor.

— Não me chame assim aqui. — sussurro para ela, a puxando para a cama. — Sou Lina agora.

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