A pequena igreja estava envolvida em um silêncio, apenas quebrado pelo suave murmúrio das preces e pelo eco distante das pessoas ao seu redor. Abigail, encontrava-se no primeiro banco com suas irmãs e mãe, observando a luz filtrada pelos vitrais coloridos que cobriam o chão de madeira polida.
Seu pai, um homem de cabelos grisalhos pelo tempo, e uma serenidade inabalável, estava diante do altar. Suas palavras soavam como um alto falante, preenchendo o espaço com uma mistura de devoção e confiança.
Abigail se viu incapaz de ignorar as palavras que fluíam da boca de seu pai, cada palavra carregada de significado e convicção. Ele falava sobre Deus, sobre a fé e sobre as virtudes da vida que moldam a jornada espiritual de cada um.
Perdida em pensamentos, Abigail se questionava sobre seu próprio relacionamento com a divindade. A luz filtrada parecia, de alguma forma, revelar mais do que as palavras de seu pai. Ela se sentia retraída a compartilhar seus próprios pensamentos, a buscar compreensão de sua própria família.
Ao olhar ao redor, Abigail percebeu que essa igreja, com suas paredes rochosas, os bancos de madeira desgastados pelo o tempo, e pelos fiéis que por ali passavam, era mais do que um simples lugar de culto. Era um refúgio para os corações em busca de significado, um lugar que guardava histórias de fé, dúvidas e esperança, uma ponte entre o divino e o humano.
O último eco soou pelas paredes da igreja enquanto a congregação se preparava para ir embora. A família Evans, liderada pelo reverendo David Evans, permanecia no altar, cercada por sorrisos falsamente calorosos e comprimentos padronizados.
Abigail, a filha mais nova, estava no meio das irmãs mais velhas, Alicia e Sarah. Cada uma delas exibindo um semblante cuidadosamente controlado. O pai com sua expressão suave de líder espiritual, trocava conversas com os membros da igreja, enquanto a mãe, uma mulher de postura rígida, mantinha o sorriso. À medida que as pessoas se aproximavam para se despedir, Abigail tentava acompanhar o ritmo composto por sua família, um aperto de mão firme, um sorriso e a repetição de palavras decoradas como gratidão. Cada despedida era um ato de encenação, uma parte do ritual que a família Evans tinha praticado por anos.
— Abigail, sorria direito, assim você parece uma morta. — Mamãe cochicha em meu ouvido, ainda sem tirar seu sorriso do rosto, de uma forma que só eu possa escutar. Apenas aceno com a cabeça, fazendo o que foi pedido.
O reverendo, em sua benevolência calculada, elogiava os esforços da família na preservação da moralidade e na liderança espiritual. A mãe, com sua postura impecável, ecoava agradecimentos, enquanto suas irmãs, Alicia e Sarah, acenavam com graciosidade. Abigail, no entanto, mantinha uma expressão pensativa, ela se perguntava sobre o verdadeiro propósito por trás dessa encenação constante. Ela sentia o desejo de se libertar das amarras da falsidade, queria ter suas próprias esperanças e anseios.
Pouco tempo depois o último ''amém'' foi pronunciado, as portas da igreja se fecharam, a igreja agora vazia, tornava-se um cenário de desmascaramento, a igreja via uma família exemplar, mais a família Evans era um teatro de falsidade e hostilidade.
Cada membro da família Evans, se encontravam agora de carrancas se movimentando pela igreja, todos distantes e sem paciência . Enquanto Abigail apenas caminhou até um banco e ficou observando as luzes ao seu redor, esperando a hora de ir embora.
--------&--------
Na casa da família Evans, as paredes reverberaram com um silêncio opressivo, constatando com a imagem que tentavam projetar para a comunidade. O pai, David era rígido na igreja, e essa mesma rigidez transbordava na sua vida familiar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
sem título por enquanto T-T
RomanceEm meio à escuridão que envolve Blackhaven. Na pequena cidade, onde as sombras dançavam nos becos estreitos e os segredos eram enterrados tão profundamente quanto as raízes das árvores antigas, vivia Abigail, uma jovem devota de uma igreja local. A...