Capítulo 1

11 2 0
                                    

Olá meus amores de coração sombrio, estou de volta com um conto temático e bem fora da minha normalidade.

Amei escrever o enlace de Isabela e Henrique, espero que vocês também gostem.

Teremos postagens diárias, então, conto com o voto e comentários de vocês!

Até amanhã!!!!!!



Isabela

Enxugo as lágrimas que insistem em cair. Nunca senti tanto ódio de uma pessoa como sinto do meu agora, ex namorado.

O ordinário sumiu, em plena sexta-feira de carnaval e a enxurrada de mensagens no whatsapp não deixa dúvidas, o desgraçado tinha tudo armado.

Fui bloqueada em seus stories, mas minhas amigas estão me enviando os prints do filhote de demônio, beijando todas as mulheres possíveis em Salvador.

— Salvador! — grito e soco o volante do carro.

Estou na estrada escura e de terra batida, é o único lugar que conheço onde a vergonha e a frustração não vão me alcançar.

A internet é uma merda na fazenda da minha tia, então, não ficarei olhando as fotos que tanto machucam meu coração.

Dediquei dois anos nesse namoro, dois malditos anos fazendo planos com ele, para agora, descobrir que a galhada que carrego é imensa.

— Inferno! — meu corpo balança, quando não consigo desviar de um buraco enorme.

Preciso dirigir por mais uma hora, entre solavancos, até chegar a porteira bonita, que está aberta para mim.

Passo pelo "mata-burro" e desligo o carro. Tenho dificuldade em fechar as duas abas de madeira, respiro fundo umas dez vezes antes de perder o resto de paciência e chutar a armação pesada.

Finalmente elas se juntam e posso passar o ferrolho.

— Onde estava com a cabeça? — Além de tudo estou ficando louca, falando sozinha.

Volto para o carro e dirijo dentro da propriedade, minha tia é casada com o dono do lugar, estive aqui algumas vezes, sempre acompanhada por meus pais, que agora, estão em um cruzeiro.

Estaciono na lateral da casa grande, tento me acalmar, antes de invadir a tranquilidade do casal que abriu as portas de sua casa em um momento tão delicado para mim.

Puxo a pequena mala que já estava pronta, o combinado era seguir para a praia e curtir o feriado, pelo menos era o que eu esperava, já Mateus, tinha seus planos muito bem elaborados e neles, a minha presença era descartável.

A luz da varanda é acesa assim que coloco meu pé no primeiro degrau da escada, que dá acesso a varanda espaçosa

— Isabela? — minha tia abre os braços.

Deixo minhas coisas no chão e corro para ela, o abraço apertado e as carícias em minhas costas são o acalento que eu precisava.

— Tia — chamo em meio ao choro sentido.

— Shiu, meu amor, vai ficar tudo bem — ela continua me apertando.

— Não acredito que ele teve coragem de fazer isso, tia, que ódio.

— Agora, você precisa comer alguma coisa e descansar — ela me encara e sorri. — De manhã, vamos pensar na vingança perfeita.

Não consigo conter o sorriso, que surge meio as lágrimas. Ela sempre foi assim, um pequeno furacão ruivo, suas ideias são sempre as melhores, então, apenas concordo com a cabeça.

Estar com a minha tia é como restaurar minhas energias, ela é a mulher mais forte que conheço e sei que na próxima terça, quando for embora, estarei preparada para pisotear o desgraçado que quebrou meu coração.

Volto até a escada e pego minhas coisas, na cozinha, minha tia deixou preparado um lanche leve, ela sabe que quando estou magoada, não consigo comer muita coisa.

Ela não toca no nome de Mateus, minha tia nunca foi uma fã dele e sei que isso está penicando em sua língua, doida para ne dizer que avisou.

— O tio já está dormindo? — questiono.

— Ele dorme cedo, minha querida, a lida por aqui começa antes do nascer do sol.

— Tirei a senhora da rotina — me esqueci completamente disso.

Liguei para ela por volta da meia noite, em prantos e agora, quase quatro da manhã, entendo que minha tia ainda não dormiu.

— Família é para isso — titia é enfática. — Aproveitei para ler um pouco e estou surpresa com os livros que encontrei no Kindle.

— A senhora tem um Kindle? — estou realmente chocada. — Ah não tia — a frustração volta com tudo.

— Isabela, está me estranhando menina? Sou jovem, claro que tenho um aparelho de leituras.

— Não tia, não é isso — gargalho com a cara de brava que a mulher me encara. — Para onde foi aquela história de que no sítio não entrava Wi-fi?

— Sempre tive internet aqui, menina, só não contavam para vocês, porque do contrário, vocês não aproveitariam as férias.

Olho para a minha bolsa, ciente que as mensagens continuam chegando.

— Me dá seu celular — ela ordena. — Anda logo menina.

Sou empurrada para a bolsa, quando estagno com seu pedido.

Bufo e vou até o outro lado da mesa, entrego o aparelho para minha tia, que o coloca no bolso do pijama.

— Agora querida, vamos subir, precisamos descansar um pouco.

Tomo minhas coisas que estão no aparador e acompanho minha tia até o segundo andar.

Ela abre uma porta, é um dos quartos de casal, que algum tio ou meus pais ocupam quando vem para cá.

Recebo um beijo suave em minha testa, antes que ela se afasta, fechando a porta enquanto sai.

Desfaço minha mala e ajeito as coisas no banheiro, a cama me chama, mas preciso de um banho.

Prendo meus cabelos e me enfio sob o jato de água morna, que massageia meus ombros doloridos.

Puxo o baby Doll lindo que comprei para as noites maravilhosas que sonhei ao lado do meu ex.

Penso em jogar a peça no lixo, já que ela me remete aos sonhos destruídos, mas lembro o valor que paguei nessa gracinha e ligo a plaquinha do "foda-se".

Coloco o conjunto e me deito na cama, exausta por conta do chifre, lágrimas e da viagem.

Não demora para que o sono me abrace.



🎉 Você terminou a leitura de Um reencontro fugindo no Carnaval - Amostra - Completo na Amazon 🎉
Um reencontro fugindo no Carnaval - Amostra - Completo na AmazonOnde histórias criam vida. Descubra agora