memória inconsolável

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AUTORA ⭐️
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— Você acha interessante o que você fez na festa? — Ricardo perguntava em um tom alto.

— Eu não fiz nada demais. — Hannah respondeu andando pela casa.

— Nada demais? Você se meteu com um pogue que queria bater em Rafe Cameron, o filho de um dos nossos maiores parceiros de negócios. Você ficou do lado de um pogue imundo. — sua voz continha nojo, nojo de JJ.

— Sabe o que você esquece? Que já foi um pogue como ele! Você já morou em uma casa como a que ele mora e já teve que trabalhar de garçom assim como ele trabalha. Você deveria ter orgulho das suas origens, mas é um velho que se afundou na soberba.

Sua frase foi finalizada com um tapa forte em sua bochecha. Quando virou seu rosto para frente novamente seu pai lhe olhava com fúria, quase dava pra enxergar a fumaça saindo de suas orelhas.

— Pense duas vezes antes de colocar para fora o que você sente ou pensa. — Ricardo tinha seu dedo indicador apontado para o centro do rosto de Hannah. — O que você pensa, quer dizer ou até mesmo diz não significa de nada nessa casa e nem em lugar nenhum! — gritou. — Você está me ouvindo?

A morena sentia vontade de bater, espancar seu pai.

Isso não era um pensamento bom, afinal, que filho gostaria de ver seu pai sofrer por suas próprias mãos? Hannah. Hannah gostaria de ver seu pai sofrer pelas suas próprias mãos.

Mas ele era uma infinidade de vezes mais forte que ela, então tudo que disse foi apenas: — Sim. — sua cabeça abaixou e seu pai se afastou da mais nova.

— Voltaremos em 3 semanas. — Amy que assistia tudo no canto da sala disse sua primeira frase.

2 viagens em menos de 1 mês.

— Meu aniversário é semana que vem. — seu tom de voz era baixo, tinha medo de receber outro tapa que a cala-se novamente.

— Comemore sozinha. — Ricardo disse rude. — Esse é o seu castigo por tentar expressar sua opinião sobre alguma coisa. — foi tudo o que ele declarou antes dos dois pegarem suas malas e saírem pela porta da frente.

Hannah sentiu uma lágrima quente escorrer pelo seu rosto fazendo arder na região que havia recebido um tapa há poucos minutos atrás.

Logo, seu rosto todo banhava em lágrimas. Ela sentia raiva misturada com tristeza e mais um milhão de sentimentos que não sabia ao menos expressar.

Essa noite definitivamente não tinha como ficar pior.

A garota pegou um porta retrato que continha uma foto de sua "família feliz" e arremessou sobre a parede, a parede que recebeu muitos mais porta retratos. Menos um.

Hannah segurou o porta retrato de conchinhas que ainda estava intacto e observou a foto dela junto de seus avós.

Os três tinham sorrisos grandes nos seus rostos na frente de um aquário. Hannah era pequena mas ainda tinha a memória deste dia.

Sua avó marcou uma visita ao aquário de Barcelona para que Hannah pudesse ver as tartarugas. Céus, como ela amava esses animais quando tinha seus sete anos de idade.

Ultraviolence; Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora