Capítulo 16, Jantar.

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彡★ Capítulo 16, Jantar:

Voltei para o meu quarto para me preparar para o jantar com Xariar. De certa forma, já sabia que não estaríamos a sós. Como Omar era o vizir, imaginava que jantássemos juntos, ou pelo menos com alguns nobres selecionados da corte. Algumas empregadas estavam no quarto, limpando ou acendendo as lâmpadas com pederneiras, iluminando a mistura vibrante de almofadas e tecidos de seda que adornavam o ambiente.

Aisha, a empregada mais jovem, veio rapidamente até mim, sorrindo, e segurou meu braço para me conduzir até a cama, onde estavam dispostos vários vestidos para que eu escolhesse.

— Senhorita, deu tudo certo com a Senhora Fatimah? — perguntou Aisha. No entanto, a empregada mais velha, Celina, puxou a orelha dela, literalmente.

— Não faça perguntas tão pessoais à senhorita... — ela ralhou, mas eu intervi de imediato.

— Está tudo bem! Não me importo de responder. — levantei as mãos na altura do peito em um sinal de calma. Celina soltou a pobre orelha de Aisha, que acariciou o local machucado com um olhar ressentido para Celina. — Foi tudo um pouco estranho..., mas consegui descobrir o que queria.

Continuei falando de maneira calma e vaga, enquanto analisava os vestidos sobre a cama. Imediatamente, meus olhos se fixaram em um vestido verde-água, bordado com fios de ouro na seda, adornado com miçangas de cristal que pendiam da saia formando desenhos de penas ao vento. O conjunto vermelho e o vestido rosa não tiveram chance diante deste. Peguei o vestido verde-água e o coloquei sobre o corpo, virando-me para o espelho. Ele era perfeito e, mesmo não sendo do mesmo tom, realçava meus olhos verdes.

— Acho que esse é o vestido mais bonito que já vi. — Falei para mim mesma, notando um leve tremeluzir no reflexo. Por um instante, vi-me como Jade, usando aquele vestido glorioso.

Rapidamente tirei minhas roupas para vesti-lo, sem me importar com os olhares das empregadas. Apesar dos protestos de Aisha para que eu aceitasse ajuda, estava tão ansiosa que me vesti sozinha.

— Está esplêndido em você, senhorita — Aisha disse, deslumbrada pelo vestido. Ela foi até uma sala ao lado, o closet de Sherazade e de Duni, e trouxe um véu transparente da mesma cor do vestido para colocar sobre meus cabelos.

Arfei. Nunca me senti tão bonita, ou melhor, nunca Sherazade esteve tão bonita.

— Precisamos fazer um penteado no seu cabelo — comentou uma outra empregada, cujo nome eu ainda desconhecia.

— Sim! E maquiagem também! — Aisha, sempre entusiasmada, pegou uma caixinha com um elefante pintado e a abriu.

Aquelas mulheres eram extremamente prestativas em me ajudar a ficar bela, com rostos que demonstravam bom humor enquanto cuidavam de mim. Elas deviam realmente gostar de Sherazade. Pergunto-me que tipo de pessoa Sherazade é. Apesar de ser influenciada pelos seus pensamentos e sentimentos, ainda não consigo formar uma ideia clara sobre ela.

Depois de algum tempo, estava pronta. Meus lábios estavam tingidos de vermelho, e um esfumado preto nas pálpebras dava um toque misterioso ao meu olhar, além do delineador preto que realçava meus olhos, destacando as írises cor de jade. Uma trança simples foi feita, caindo sobre meu ombro até a altura da cintura. Colocaram um adereço na minha testa: uma correntinha que dava a volta na cabeça, com um pingente de cristal no centro, combinando com os pingentes do vestido. Por fim, o véu foi cuidadosamente colocado sobre minha cabeça, seu tecido brilhando tanto quanto o vestido.

As empregadas não paravam de me elogiar, e eu me sentia como uma princesa. Ajustaram o vestido mais algumas vezes antes de chamarem um guarda para me escoltar. No entanto, assim que cruzei a porta, me deparei com Kahir.

O feiticeiro e o deserto.Onde histórias criam vida. Descubra agora