Capítulo único

79 11 4
                                    


Quando Kuroo saiu de casa nesta manhã, ele não imaginava que passaria pelo maior conflito homossexual de sua vida. Ok, ele jamais se questionou tão intensamente quanto agora, porque ele sempre esteve mais do que certo consigo mesmo sobre isso. O problema era que ele e Kenma coexistiam desde que eram pequenos, suas vidas estavam em sintonia e eles eram algo, ele não sabe como definir a relação deles.

Mas ele pode admitir com toda a certeza, que na adolescência seu coração balançou mais forte por Kenma, mas isso era um assunto completamente superado.

Exceto que, aparentemente não era.

- Eu estou dizendo, Oikawa, não posso voltar para casa hoje.

Sobre a mesa da pequena cafeteria, existiam três xícaras de café, e Oikawa julgava ser a causa da tremedeira nas mãos de Kuroo.

- E você quer ficar na minha casa hoje? - Ele levanta uma sobrancelha para Kuroo, que concorda muitas vezes com a cabeça. - Ok, vamos apenas tirar isso de suas mãos.

Ele chama uma garçonete enquanto tenta retirar a xícara das mãos de Kuroo para evitar que o amigo consuma mais cafeína. Eles estavam em um momento crítico aqui, ele não pode acreditar que esse idiota está agindo dessa forma agora.

Kuroo se deixa relaxar na cadeira ficando muito mais à vontade, ele joga a cabeça para trás depois de afrouxar a gravata. Ouh Deus, ele não pode pensar na gravata agora, ele está a ponto de chorar no meio dessa cafeteria ridícula, porque ele é apenas um idiota.

- Ouça aqui, eu não criei você para ser um babaca, ok? - Oikawa diz ao se inclinar na mesa para chegar mais perto. - Você seja alguém decente e enfrente os seus problemas.

Kuroo geme, ele não queria enfrentar os seus problemas. Ele nem sabe se é um problema tão grande assim, porque esse cara sentado junto com ele na cafeteria não está surtando como sempre faz quando as coisas são realmente uma merda.

- Oikawa, você não entende...

- Ah, você acha que eu não entendo sobre a sua paixão de uma vida inteira... - Ele resmunga com as pernas cruzadas após beber um gole de chá, a sarcasmo em sua voz, como assim ele não entende? Ele é quem ouve o chororô de Kuroo sobre Kenma todos os dias, ele não pode se sentir mais ofendido que isso. - Apenas olhe para como você parece patético agora porque simplesmente se deu conta.

- Porque você é sempre tão cruel?

- Eu sou cruel? Eu não deixei o amor da minha vida esperando o dia inteiro em casa e fui dormir na casa de um amigo.

- Isso não é tão simples. - Kuroo se endireitou na cadeira, sua perna estava incessantemente sacudindo para cima e para baixo, Oikawa não aguentava mais olhar. - Não posso simplesmente voltar para casa e dizer "Oi" como se eu não tivesse beijado ele antes de sair, as pessoas esperam explicações para essas coisas, Oikawa.

- Grande coisa, você entrou em parafuso porque Kenma arrumou sua gravata, ele faz isso todos os dias, não é como se ele não esperasse por isso.

Oikawa sorri para as pessoas da mesa ao lado que estavam olhando para os dois como se eles fossem de outro mundo, eles deixaram a conversa sobressair o tom, o que eles tem com isso? O amor era mais urgente aqui, Toru não pode se preocupar com o que essas pessoas enxeridas estão olhando.

- Você acha que Kenma esperava por um beijo? Nós simplesmente somos assim Oikawa, nós cuidamos um do outro desde que éramos crianças, nos beijarmos não é um dado adquirido. - Ele levanta a mão para chamar a atendente. - Mais um expresso, por favor.

- Não, não, não mesmo! Sem mais café, desculpe o incomodo Patrícia, esse cara já tomou o suficiente. - Oikawa faz sua expressão mais farsante para se sentir culpado e a menina vai embora sorrindo educadamente, Kuroo está absolutamente emburrado agora. - Você quer ter um ataque cardíaco seu imbecil?

Coexist [KuroKen]Onde histórias criam vida. Descubra agora