CAP 09 - Burburinho

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Deve ter sido muito estranho pros outros alunos me verem correndo pelos corredores do Polo,  eu nem sequer sabia pra onde estava indo eu só queria garantir que ela , Renata , não me encontraria , assim que cheguei ao lado de fora do lugar adentrei o ônibus e me encolhi sentado ao chão frente ao meu lugar , assim não me veriam lá de fora , Eu não sei porque isso me incomodava , não sei porque doía mais estava doendo . "Dentro dessa sala também vou apresentar a vocês a mulher que me fez querer cursar essa área, a minha Madrasta" Talvez fosse a forma com que Diovane falava com carinho dela que me deixava tão irritado .

Sabia que assim como eu Diovane morou sempre com o pai dele , e até Max enquanto sua mãe e seu pai ainda eram casados sempre esteve mais com o pai já que a mãe em sua maioria estava no  trabalho com ONGs mundo a fora preocupada mais com os filhos dos outros do que com os próprios, não o culpava por gostar da madrasta talvez eu próprio tivesse gostado mais de uma madrasta caso tivesse tido  .

Mal ouvi quando Max entrou e então se sentou ao meu lado .

-Eu não sabia Julian .

Eu sabia que não , não tinha como ela saber já que eu nunca sequer havia falado o nome da minha genitora em voz alta antes de hoje .

- Não foi brincadeira quando alguém decidiu que não teríamos boas mães não é mesmo , a minha teve dois filhos e não criou nenhum e ambos foram criados pela parte paterna . - Ela disse baixo .

-E a minha resolveu que era melhor criar um dos filhos da sua do que o próprio dela . - eu disse com os olhos molhados .

-Diovane estava procurando você, ele também não sabia Julian .

-Eu sei , ele não tem culpa de nada . - afirmei . -Se a minha vida fosse uma historinhas dessas por aí o autor sem dúvidas não gosta de mim ! - Falo enquanto minhas lágrimas descem .

-Se a sua vida fosse uma dessas histórinhas por aí o autor talvez só tivesse tentando te mostrar o quanto você é forte Julian , o quanto o Meu amigo é foda e fez a professora renomada dessa merda de faculdade correr de salto agulha e cair em meio a uns cento e cinquenta alunos.  - Max ri .

-É mentira não é? - perguntei com um sorriso pequeno passando uma das mãos no rosto com os olhos ainda úmidos.

-Ela não caiu, mas correu sim e de salto e escorregou ,se fosse um pouco mais lenta teria se esburraxado no chão,  mas pelomenos te fez rir viu .

-Você é maravilhosa Max !

-Você também é docinho.

Quando deu as 11h o ônibus saiu e eu agradeci internamente por não ter visto mais Renata e nem Diovane, o burburinho no ônibus era muito mas eu ignorei colocando meus fones , no alojamento fiz minhas malas sem muita demora e já estava saindo com elas quando Thiago entrou .

Ele provavelmente já sabia do acontecido já que os alunos só falavam disso criando suas teorias conspiratórias.

-Não foi almoçar!

-Eu não estava com fome . - afirmei.

-Eu me deitaria em silêncio com você mas logo vamos pra casa , posso te dar um abraço? - ele tinha um sorrisinho meio sem graça.

-Claro .

Thiago então se aproximou de mim e me abraçou em silêncio, eu gostava muito desse jeito dele de notar quando não quero conversar sobre algo e apenas ficar ali quietinho .

-Pode sempre contar comigo Julian .

-Você também Thiago.

Logo deixei o quarto encontrando Max lá fora que também já tinha as malas prontas .

Inusitado (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora