Contaminação (KkakaVege) - | TRADUÇÃO |

Anticorpo

A primeira coisa que Vegeta percebeu quando acordou foi o gosto amargo de senzu em sua boca.

Ele estava deitado no chão. De alguma forma, ele estava na câmara de descompressão novamente — ainda com seu traje espacial rasgado, sem capacete, mas vivo — e ofegou violentamente enquanto tentava se sentar. Mas algo pressionou contra ele, mantendo-o abaixado - ele balançou a cabeça, sua visão girando enquanto tentava entender o que estava ao seu redor, e seus olhos caíram sobre a forma de Goku, curvado sobre o corpo de Vegeta. Ele estava vestido com seu próprio traje espacial, sem capacete ou luvas, seu rosto enterrado no peito de Vegeta, seus punhos apertando com tanta força o material do traje de Vegeta que os nós dos dedos ficaram pálidos.

Ao som da respiração repentina e desesperada de Vegeta, Goku levantou a cabeça. A única coisa que chocou Vegeta mais do que o fato de ele estar de alguma forma vivo foi a aparência de Goku - seus olhos estavam vermelhos e inflamados, seu rosto molhado e manchado de tanto chorar. Seus olhos se encontraram por apenas um breve momento, e Goku imediatamente soltou uma respiração dolorida e trêmula enquanto novas lágrimas escorriam por seu rosto.

"Vegeta," ele soluçou, e Vegeta quase estremeceu quando as palmas de Goku de repente pousaram em seu rosto, suas mãos pressionadas contra as bochechas de Vegeta como se tentasse se assegurar de que Vegeta estava realmente, verdadeiramente vivo. “Vegeta, oh Kami, você está—você está vivo —eu pensei que tinha matado você, eu tinha tanta certeza que você tinha morrido—eu não posso acreditar que fiz isso, Vegeta, eu matei você, eu... eu.. .”

Vegeta ergueu a mão para envolver um dos pulsos de Goku, mas parou antes de puxar a mão de Goku quando Goku explodiu em uma nova onda de soluços sufocados. A cabeça de Goku caiu novamente no peito de Vegeta, e Vegeta o observou enquanto ele tremia com a força de seu choro.

Como se estivesse se movendo por vontade própria, Vegeta observou enquanto ele levantava sua mão – pesada e desajeitada em sua luva de terno – para a parte de trás da cabeça de Goku, seus dedos se curvando nas pontas bagunçadas do cabelo de Goku. Ele segurou a base do crânio de Goku como se fosse a única coisa que o prendesse à realidade, a sensação do cabelo de Goku em seus dedos era uma evidência concreta de que isso estava acontecendo, que tudo isso era real - que apesar de tudo, ele de alguma forma sobreviveu.

“Seu filho da puta,” Vegeta finalmente disse asperamente quando encontrou vontade de falar.

Goku ergueu a cabeça novamente, estremecendo enquanto mais lágrimas escorriam de seus olhos.

“Vegeta, eu sinto muito... eu sinto muito,” ele gaguejou, seu lábio inferior tremendo enquanto falava. “Eu sinto muito, muito ... eu não... eu não entendo o que está acontecendo comigo, eu nunca... eu nunca... eu...”

Mas as palavras de Goku falharam quando ele caiu em outra rodada de soluços que sacudiu todo o seu corpo, sua garganta balançando enquanto seus gritos se transformavam em soluços.

“Kakaroto, controle-se,” Vegeta disse, querendo parecer áspero, mas surpreso com a calma em sua própria voz. Ele deveria estar com raiva, furioso, com o que Goku fez com ele - ele deveria estar arrastando Goku pela câmara de descompressão e jogando-o no abismo para ver o quanto ele gostava disso - mas não o fez. Em vez disso, ele não conseguia sentir nada além de um alívio atordoado e uma dor estranha no peito que ameaçava despedaçá-lo a qualquer momento. Algo que ele se esforçou para definir. Ele decidiu culpar o choque.