- O que é isso ? - Levanto a borda do prato com o canto da boca contraído.- Janta - Ele responde sem me olhar - Bolacha com suco de abacaxi.
- Bolacha com suco... - Que desgosto, não foi para isso que eu renasci.
Sem acreditar mordo uma bolacha, trabalhei a vida inteira e isso é minha recompensa, uma bolacha pura com um suco quase transparente.
Era tão seca que quando desceu pela minha garganta jurei que senti sangue descendo junto com essa massa do diabo.
- Olha a boca !
- Vou morrer de fome e nem para cozinhar você se dispôs ? - Ainda estava fraca e com muita dificuldade consegui sair da cama e vir para a cozinha.
Vestida com as mesmas roupas a semana inteira, com o cabelo preso em um coque oleoso, uma máscara rachada e o sangue do meu útero vazando por entre minhas pernas eu segui andando como uma sobrevivente das pragas do Egito.
A casa é muito aconchegante, carregada de carinho e amor em cada tábua que constituí as paredes. Porém era pobre, as mesmas paredes que carregavam amor também carregavam cupins e rachaduras.
A torneira da cozinha pingava em um barulho insistentemente irritante que ecoava pela casa a madrugada inteira. O chão de madeira estava desbotado e rangia a cada passo dado, mesmo que com cuidado, kami sabia que eu rezava a cada segundo para que o chão não desabasse enquanto caminhava do quarto para a cozinha.
As paredes estavam descascando e junto a elas os desenhos deformados que crianças se esforçaram tanto para fazer.
Infelizmente descobri que eles não tem banheira, então meu banho de espuma foi cancelado, por enquanto.
Quase não tinham móveis decentes, a maioria estava arranhada e por vezes com tijolos substituindo um pé quebrado. Nos armários seria muito dizer que haviam dois pacotes de biscoito e uma cenoura murcha na geladeira que eu desconfiava ter sido usada por Napoleão antes dele morrer.
Era pobre e decadente mas era uma casa com uma família, isso valia mais do que uma mansão carregada de ouro e não existia dinheiro que podia comprar.
Pelo visto todo mundo da casa está lavando roupa hoje, agora que os infectados estão selados novamente os residentes podem sair de forma tranquila.
Bom, quase todo mundo, o "princesso" em minha frente lendo pornô pelo visto está de muletas e não consegue andar direito.
Então ele não pode usar as mãozinhas delicadas para ajudar a esfregar as roupas acumulados por uma semana, caso contrário suas unhas quebrarão e ele vai ter que esperar até chegar em konoha para encontrar a manicure pessoal dele.
Cão ! Se eu conseguisse ao menos invocar algo arrancaria seus olhos de peixe morto.
- Não sou obrigado a cozinhar para você, sua peste - Ele resmungou erguendo levemente os olhos da porcaria de livro que tinha.
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Konton 2 -
RomanceO que uma senhora pode fazer renascendo por engano em um mundo desconhecido ? Ela vai plantar o caos para colher sua paz, ou ela ira morrer antes disso ? Essa é a segunda parte da fic anterior e recomendo a leitura para melhor compreensão da obra.