Olhos Amaldiçoados | NARUTO X JUJUTSU KAISEN |

Capítulo 12

Uma das semelhanças surpreendentes entre sua vida passada e esta foi o amor das pessoas por banhos quentes. Ele nunca foi de vaidade, mas depois de passar dois dias em confinamento solitário, a oportunidade de mergulhar no banho quente foi tão celestial quanto eles vieram.

Pela primeira vez em anos, ele permitiu que Aiko se juntasse a ele, embora restringindo seu acesso a tirar a sujeira de seu cabelo e mergulhá-la em quantidades abundantes de xampu e sabonete.

"Então você acha que eu deveria cortá-lo?", perguntou em vez de iniciar uma conversa. Sua pergunta foi recebida com um silêncio incaracterístico, e ele forçou seus olhos a se abrirem para olhar para ela.

Seus cabelos pretos curtos foram deixados até os ombros, enquanto seus olhos âmbar semelhantes a lobos pareciam mais maçantes do que o normal, com linhas de estresse vagamente como o forro de seu rosto.

"Aiko", ele gritou mais uma vez, gentilmente desta vez, tirando-a de qualquer fuga que prendesse sua atenção. "Você está bem?"

Ela balançou brevemente a cabeça na tentativa de dispersar fisicamente seus pensamentos antes de parecer perceber o que o movimento significava, em seguida, rapidamente se transformou em um aceno que trouxe uma risada para seus lábios.

"Desculpe, Jiki-San."

"O que está errado?" Ele perguntou novamente, desta vez sentando-se e virando-se para enfrentá-la, deixando a metade inferior de seu corpo permanecer escondida na névoa que cobria seu banheiro particular.

"Nada grave, Jiki-San. Estou um pouco cansado."

Ele notou a mentira pelo que era, mas ignorou-a, virou-se para trás e afundou na água depois de dar a mão a ela um aperto apertado que trouxe de volta lembranças da primeira vez que ele acordou como Gojo Jiki.

Quando ela estava mais confortável e pronta, ela se abria para ele, e ele estava lá para ouvir sempre que ela quisesse falar.

"Eu estava perguntando sobre meu cabelo, você acha que eu deveria cortá-lo?" Até ele não sabia ao certo por que o deixava crescer tanto. Mas se ele tinha que adivinhar, era porque Aiko gostava de trançar de volta para ele sempre que tinha a chance.

"Parece muito bom em você, Jiki-San. Mas vi na sua última luta e a tentativa do seu adversário de agarrá-lo. Se ele conseguisse, não quero pensar no que pode ter acontecido."

Ele considerou as palavras dela. Sua última luta contra Tanaka foi uma das coisas que o lembrou do perigo de deixá-lo crescer. Havia muitas vantagens e poucas desvantagens reais em cortá-lo.

Ambos viraram a cabeça para olhar para a porta. 

"Entre", ele gritou enquanto sentia a energia amaldiçoada da pessoa que bateu.

A figura de cabelos castanhos de uma de suas mais novas empregadas entrou com um laço deferente. 

"Seu passeio está pronto, Jiki-san, e ligamos com antecedência para avisar Shoko-san que estamos a caminho."

"Ok", ele respondeu sucintamente, e ela deu outro laço antes de se embaralhar para trás e fechar a porta.

Ele olhou para cima e viu o olhar que Aiko enviou à empregada. Ele originalmente planejava enviá-los após sua recuperação, mas Aiko discordou, citando sua ajuda para cuidar da casa e permitir que ela se concentrasse. Ele não achou por bem argumentar.

Com um suspiro, ele forçou sua saída da calmante água quente, ignorando o breve chiado de choque de Aiko, em diversão. Ela passou-lhe uma toalha que ele rapidamente usou para enrolar em torno de si mesmo enquanto forçava a água em seus cabelos; Nesse ritmo, ele poderia simplesmente ir em frente e cortá-lo.

Secando o cabelo, sua mão direita espasmou brevemente, e foram necessários mais de vinte anos de treinamento como shinobi para que ele parasse de soltar o secador de cabelo. Apesar de quão suave ele desejava ser, Aiko viu através do engano e avançou para ajudá-lo, forçando-o a sair de seu controle involuntário. Ela ficou atrás dele e começou a secar o cabelo.

Seus olhos voltaram para sua mão direita marcada; nunca tinha curado completamente. Entre seu orgulho impedindo-o de receber ajuda do velho Tatsumi e sua reclusão imediata, a mão havia sido deixada desassistida, e foi apenas sua fortaleza desumana e seu imenso controle de seu corpo que o impediram de piorar.

Com o cabelo feito, eles foram para seu guarda-roupa, escolhendo rapidamente outro combo de moletom preto e shorts, ignorando o olhar pontiagudo que Aiko estava enviando para o estilo mais formal Yukata. Feito isso, eles deixaram a sala, fazendo a curta caminhada até o carro.