My Dear Capitain | Lalisa Manoban

Arrependimento

Três dias já tinham se passado desde o ocorrido no refeitório do colégio e Manoban estava a beira da loucura, durante todos esses dias ligava insistentemente para Lykaios, mandava centenas de mensagens suplicando por uma chance para se explicar, tentava de todas as formas se aproximar dela na escola mas os amigos da garota sempre impediam

No final teve seu número bloqueado, o som do celular vibrando insistentemente era demais para a mais nova suportar, quando chegou em casa depois do acontecimento infeliz chorou como nunca, Hades estava aos seus pés com a pata apoiada em sua perna tentando lhe consolar mas de nada adiantava

Até que a mãe da garota conseguiu convencê-la a abrir a porta e S/n lhe contou tudo, foi consolada pela genitora com um abraço longo e apertado, as duas conversaram e a mulher tentou fazer a filha ao menos ouvir as explicações de Manoban mas ela não deu o braço a torcer

Estava terrivelmente desapontada com Lalisa e nem Deus colocaria na sua cabeça que aquilo foi necessário para salvar sua tão presada reputação, a mágoa em seu coração tinha lhe invadido por inteiro. Quando parou de chorar decidiu que seria definitivo, os três dias correram sem derramar nem uma única lágrima, já a capitã?

Estava inconsolável como um bebê, depois que seu pai soube do acontecido lhe deu uma tremenda bronca mas ao ver a filha se acabar em lágrimas o coração do homem se partiu em mil pedaços, a garota até foi na casa de Lykaios e implorou aos seus pais para falar com ela mas sempre lhe era dado a mesma resposta "ela saiu com algumas amigas, desculpe querida" mas ela sabia que era mentira

Podia ver a luz do abajur do quarto da garota refletindo na janela, sua mãe, Athena, nem sabia mais que desculpa dar. Claro que não planejou conhecer os pais da garota dessa forma mas as circunstâncias lhe obrigaram a tal ato de desespero, mais um dia foi para casa destruída por não poder ao menos olhar nos olhos de Lykaios e pedir perdão

- filha - três batidas foram desferidas na porta do quarto da mais nova - posso entrar?

- pode sim, mãe - a jovem falou calmamente

- pode tirar esses fones e me ouvir? - a garota fez o que foi pedido enquanto suspirava, já sabia do que se tratava - Lisa novamente foi embora desconsolada meu amor, porque não fala com ela e resolve isso?

- não me peça para fazer isso, não olharei novamente no rosto dela em toda a minha existência! - falou firme

- você é tão cabeça dura quanto seu pai - se aproximou da maior - sei que ela lhe machucou muito com o que disse mas tinha que ver o quanto estava chorando, achei que a coitadinha não iria conseguir nem voltar para casa, não parava de soluçar

No fundo ela tinha que admitir que só de imaginar a tailandesa assim seu coração doía mas seu ego estava ferido, inexplicavelmente pisoteado por uma manada de elefantes! Todas aquelas palavras proferidas na frente da escola inteira rodavam seus pensamentos dia e noite

- ela sabia muito bem o que estava falando, eu não vou voltar atrás, não importa o quanto me peça - olhou para os próprios pés

- estão se machucando ficando longe uma da outra por causa disso, foi um grande erro sim mas vocês se gostam tanto - segurou as mãos da morena - ao menos tente ouvi-la, sim?

Pensou por um momento, iria fazer isso, apenas ouvir ela

- apenas isso, nada mais, ela não terá outra chance! - olhou para a mulher

- pense direito, pode estar deixando uma pessoa muito importante por algo que foi falado no calor da emoção - deixou um beijo na bochecha da filha e saiu do quarto

- foi ela quem me deixou...- voltou a se concentrar nos estudos, ou pelo menos tentar

No dia seguinte, a presidente foi para a escola normalmente, chegou antes de todos como sempre e participou da reunião do grêmio. Os cochichos sobre o acontecido de dias atrás ainda rondavam os corredores mas aos poucos ia perdendo a força, porém, mais alguém tinha acordado cedo naquele dia