Última vez.

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Esther

Eu te amo.

Sim, ela disse, Tamaya disse que me ama.

E o que ela quer que eu faça com isso? Por que ela tinha que me dizer isso? Por quê?

Já não bastava todo o caos que ela causou dentro de mim? Agora ela queria me deixar pior com tudo isso?

Coloco a almofada pela décima vez em meu rosto, soltando todo o grito de ódio que sinto dela nesse instante, ódio por saber que ela só me machucou e agora disse que, me ama?

Me ama? Ela realmente...me ama?

Deixo que todo o grito de desespero saia de dentro de mim, não sei o que pensar e muito menos o que fazer com essa informação.

— Eu já te disse para aquietar esse coração, minha filha, por que insiste em continuar se torturando e colocando essa almofada em seu rosto? — sinto as mãos da minha mãe, retirarem a almofada de mim e me deu um leve aperto na ponta do nariz.

Mãe — retruquei, e me sentei na sua cama, dando espaço para ela se sentar do meu lado.

— Trouxe o chá que você tanto gosta.

Mirei sobre a mesa ao lado, e nela continha a bandeja de chá e bolachinhas para acompanhar.

— Cadê a Ada?

— Foi ao banheiro, mas disse que logo volta e que trará incenso para limpar essa tristeza que está rodeando meu quarto.

Sorri meio sem graça, sabia que Ada estava falando isso por minha causa, ela ainda não consegue me entender e acha que estou perdendo tempo deixando a tristeza tomar conta de mim assim.

— Ada e sua mania de querer limpar tudo com incenso — revirei os olhos — Ela acha que tudo isso é uma perda de tempo.

— E você acha que é? — a pergunta da minha mãe, me deixou sem respostas.

A olhei com o coração em pedaços, doía muito relembrar tudo o que aconteceu naquele dia em meu apartamento, e ainda era tão recente, havia se passado apenas uma semana desde o ocorrido, era foda ficar sentindo essa falta da Tamaya, e querer saber sobre ela, e mais, tinha algo bem pior que tudo isso, eu sentia vontade de abraçá-la, beijá-la e tê-la por perto. Sei que agi sem pensar quando pedi um tempo de nós, mas, como eu poderia continuar, com toda a desconfiança que carregava dentro de mim? Era impossível.

Eu não sabia como lidar com toda essa bagunça.

— Eu não acho isso — respondi, depois de pensar um pouco — O que eu e Tamaya temos, não é algo pequeno ou insignificante, mãe, eu realmente sou louca por ela, sou apaixonada por essa mulher, eu a amo!

Revelar isso a alguém, era tão libertador. E conversar com a minha mãe sempre me deixava bem e com o coração mais tranquilo, Maribel sempre sabe como me fazer enxergar as coisas de um jeito diferente.

— Esther — sua mão acariciou meu cabelo, me fazendo um carinho manso — E por que não disse isso a ela? Por que deixou que ela fosse embora daquela forma?

O nó na garganta ia se formando a cada momento em que tocava nesse assunto com Maribel, em que aprofundava sobre isso.

Virei meu corpo de lado, ficando de frente com minha mãe, sua mão ainda acariciava os meus fios de cabelos, fazendo com que tudo ficasse mais leve dentro de mim.

Odiosa fascinação [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora