Capítulo 3

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Eu fui atingido por uma pequena borboleta, e foi a coisa mais incrível do meu dia

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Eu fui atingido por uma pequena borboleta, e foi a coisa mais incrível do meu dia.

Depois da noite de merda, o voo que eu nem desejava ter pegado, cheguei em São Paulo pronto para apenas cumprir as minhas obrigações e voltar logo para casa. Mas então, uma coisinha linda e tímida caiu em cima de mim, bem na frente do hotel onde me hospedei, e foi o conteúdo necessário para alugar a minha mente.

Não sabia nada sobre ela. Apenas que tinha um rosto angelical e meigo, que era baixinha, muito baixinha. Seus olhos eram grandes e de um castanho intenso. E o sorriso...

Puta merda, aquele sorriu não abandonava os meus pensamentos.

O estranho disso tudo, além de termos nos esbarrado de uma forma nada convencional, foi o modo como o encontro rápido me deixou intrigado.

Não teria feito diferente se fosse outra mulher, e a questão é essa. Por que a pequena borboleta não saía dos meus pensamentos?

Talvez tenha sido o jeito como, mesmo tímida, confiou em mim, ou aquele sorriso doce que iluminava suas pupilas.

Estava acostumado com mulheres experientes, donas de si e que sabiam muito bem o que queriam. E não que isso significasse que a coisinha pequena fosse o oposto disso, porém ela parecia muito fechada dentro de um casulo.

Uma borboleta prestes a ganhar suas asinhas.

Sentia-me curioso para observar como seria. Acho que está aí a minha resposta. Porque, de alguma forma, tenho certeza que o processo será lindo.

E eu desejo muito poder assistir seu desabrochar com os meus próprios olhos.

Não sei o seu nome e nem o que faz da vida, porém a acho fascinante, parecida com o azul. Calmo, aconchegante, meigo.

Por ser fotógrafo, acredito muito na psicologia das cores e adotei como Hobbie associar as pessoas e suas características a uma espécie de sinestesia. Gosto disso.

Soltando o ar pela boca em uma longa lufada, eu me virei na cama, pedindo aos céus que colocassem a pequena borboleta em meu caminho só mais uma vez. Assim, aproveitaria a oportunidade para perguntar o seu nome e descobrir mais algumas coisas a seu respeito. Queria saber tudo, na verdade.

Como se pressentisse que estava me metendo em uma enrascada, meu telefone começou a tocar com uma ligação do meu melhor amigo, que deveria ter visto agora a mensagem que lhe enviei horas atrás.

Pepeu — sua voz estava animada. —, sentindo a minha falta?

Os meus olhos se reviraram com o seu convencimento.

— Claro, claro. Eu durmo e acordo pensando em você.

Deixa de deboche, sei que me ama. É uma pena que não possamos nos casar, sou hétero, princesa.

Não contive a gargalhada, balançando a cabeça em negativa com suas palavras.

Nicolas jura de pés juntos que somos um casal, não assumido por sua opção sexual, que ele sempre deixa muito claro para não haver dúvidas. E não, não é uma maneira de se esconder no armário. Algumas pessoas acreditam fortemente que escondemos uma relação, e, para manter a fama de pegador, o meu melhor amigo sempre esclarece que, embora eu queira muito — o que é uma grande mentira —, não somos um casal.

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