Capítulo 8

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Oi gente, perdão não ser uma autora tão ativa aqui mas notas, vou tentar falar mais, se vocês quiserem obviamente 😁

Esse capítulo pode deixar alguns de vocês... Teóricos sobre que pode acontecer no futuro 👀 hehe

Eu tenho tantos planos para essa história que tô muito empolgada! Espero que estejam gostando ❤️❤️

Boa leitura!🫶🏽
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O clima no navio está tenso, Nami pode sentir isso como pode sentir uma tempestade. Ela sabia que não seria fácil, mas isso não muda que as coisas não sejam fáceis. E ela pode ver a dúvida e a hesitação nos chapéus de palha, até mesmo Robin que geralmente sempre sabe o que fazer está afetada além da conta. Nami realmente não pode criticá-la, na verdade ela se compadece.

Luffy não está bem, e ela vê isso nos seus sorrisos cansados. Suas olheiras profundas. Céus, Luffy mal come. Ele tem comido tão pouco e isso é uma das coisas mais assustadoras que Nami já viu. Bem mais assustador que uma queda do céu ou uma guerra política de um país. A situação é no mínimo desesperadora.

Seu capitão não fala com eles, nem tenta falar. Ele tem fugido, Nami notou. Se alguém o pergunta se ele está bem, Luffy sorri grande e diz que não há nada com que se preocupar. Diz que está se recuperando bem, que já se sente melhor, ele é um mentiroso.

Nami vê que certas vezes seus olhos vagam para longe, bem longe deles e a navegadora teme que em algum momento ele não volte. É preciso alguém chamá-lo de volta, e quando ele volta, na maioria das vezes é com um susto, um olhar nervoso. Mas então ele malditamente sorri e diz que está cansado.

Ele cochila várias vezes ao dia, as olheiras que ele possui evidenciam que ele não tem dormido direito. Luffy cochila na mesa da cozinha, no sofá da sala, no gramado do convés. Nunca passa de vinte minutos e na maioria das vezes ele acorda com olhos arregalados, como se alguém o tivesse chutado.

Porém, sempre que alguém começa a entrar levemente no assunto sobre o que está acontecendo com ele, Luffy foge. Desvia a conversa, sorri grande, se afasta e vai fazer outra coisa. Ele os tem evitado e isso machuca Nami. Por que ele não confia em nós? Luffy salvou muitos deles, por que ele não deixa que o salvem também?

Ela vê como seus amigos ficam hesitantes se devem ou não continuar com as perguntas. Todos querem ajudar Luffy, mas eles não sabem até que ponto seria bom forçar seus limites. Seu capitão está instável e ela vê isso na forma como ele treme, como usa roupas maiores para se esconder, como ele parece mais nervoso e ansioso. Nami nunca descreveria Luffy como alguém ansioso, mas os traumas revelam lados que nem sabíamos que existiam e ela sabe disso agora. Quando ela finalmente se deixou aceitar que o que ela passou foi um trauma. Para ela sempre foi uma situação de circunstância, um mal acaso, um azar, mas que ela um dia fugiria. Nami levou muito tempo para aceitar que o que ela sofreu nas mãos de Arlong foi muito mais que azar. Foi um abuso, uma manipulação. Ela não era ela mesma e ela demorou para ver isso.

Luffy a fez enxergar isso. Mostrar que ela era mais, muito mais. Seus amigos são sua família e ela daria tudo por eles. E ela quer fazer o mesmo por seu capitão. Ela só ainda não sabe como. Mas ela vai descobrir.

Nami aperta a descarga do vaso no modo automático e se olha brevemente no espelho do banheiro, seu cabelo está uma bagunça, mas ela pretende dormir um pouco mais. Seu sono tem estado desregulado, e sua expressão acabada é a prova disso. Ela sai do banheiro e está pronta para voltar ao quarto, afinal, ainda são três da manhã.

Mas então ela ouve um som de passos.


Suas mãos estão presas, acorrentadas na cabeceira da cama de metal. Ele tenta puxar inutilmente, as algemas de kairouseki o impedem de fazer qualquer coisa. Está escuro, fedido e seu corpo dói.

(In)DestrutívelOnde histórias criam vida. Descubra agora