Chapter 4

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Taylor Rodriguez

O caminho todo estava tranquilo, apesar dos olhares que Richie e eu trocamos um com o outro. Se eu estiver certa, Amber provavelmente já comentou sobre mim e o que aconteceu ontem na casa da Tara, mas julgando pelo seu cérebro brevemente debilitado, talvez ele esteja me olhando porque está na dúvida se eu sou a garota que Amber falou ou não.

Quando chegamos no hospital, Richie parou na frente da porta principal, para que eu pudesse descer do carro e assim fiz, mas antes que eu pudesse me virar para agradecer, vejo Sam descendo do carro, me fazendo travar.

— Eu te acompanho. - Sam se ofereceu, me fazendo encará-la sem ter muito a dizer.

Observei Sam explicando para o Richie que ele poderia nos encontrar assim que estacionasse o carro, logo depois, vi Richie dando partida no carro novamente, mas tinha algo diferente, quando Sam não estava mais olhando notei o loiro pegando o telefone e mandando mensagem para alguém, mas antes que eu pudesse ver quem era, ele já tinha ido.

Mas não preciso ser nenhum gênio para suspeitar quem seria o receptor dessa mensagem. Olho novamente para o relógio e o tempo tinha diminuído, mas não o bastante para me gerar preocupações por agora.

— Vocês se conhecem? - perguntou Sam, chamando a minha atenção.

Fiquei alguns segundos encarando ela, tentando entender sobre o que ela falava.

— Você e o Richie passaram o caminho todo se encarando. - explicou Sam, me fazendo entender onde que ela queria chegar com aquela pergunta.

“Por favor, me diga que não é ciúmes daquele pedaço de neurônio queimado.” - pensei, desejando que isso não seja verdade e que caia um raio na minha cabeça, se isso for real.

— Pensei que conhecia, mas ele é só parecido com alguém que eu conheço. - dei de ombros, inventando a primeira coisa que apareceu na minha mente.

Sam concordou, mas ainda parecia pensativa. Aquilo me deixou incrédula, eu era incapaz de acreditar que enquanto eu estava tendo várias discussões pessoais sobre a possibilidade de, neste universo, Sam possa me dar uma chance, ela poderia sequer pensar que eu estaria querendo aquele sem sal.

— Você gosta dele? - perguntei, trazendo seu olhar para mim, dessa vez ele parecia confuso. — Do Richie, você gosta mesmo dele?

Aquela pergunta era arriscada, uma resposta errada e eu poderia sair correndo pelo estacionamento e torcer para que outro carro me pegasse em cheio e me fizesse acordar fora dessa realidade.

— Ele é um cara legal. - respondeu Sam, da forma mais vaga possível,

— Não é porque ele é legal, que ele te merece. - falei, desviando o olhar para a porta do hospital, sentindo o olhar da morena queimando sobre mim.

Tentei fingir que aquilo não me afetava, meu coração estava batendo tão rápido que o primeiro médico que medir a minha pressão, poderia facilmente me declarar em estado de óbito. A causa da morte? Samantha Carpenter!

Antes que Sam pudesse falar algo, abri a porta do hospital, me deparando com todo aquele cheiro hospitalar que entrava nas minhas narinas. O hospital estava movimentado hoje, várias pessoas na sala de espera, vários médicos e enfermeiras andando de um lado para o outro.

Uma enfermeira olhou para mim e para as minhas roupas ensanguentadas e arregalou os olhos, antes de vir ao meu encontro. Apesar de ter sido um pequeno corte, foi o suficiente para me sujar de sangue, mas acredito que nem esteja mais sangrando.

{...}

— Ai… - murmurei quando senti a agulha furar o meu braço.

— Desculpe. - o médico pediu, me olhando rapidamente nos olhos antes de voltar ao seu trabalho.

Como eu suspeitava, tinha sido um pequeno corte, mas que precisaria de alguns pontos, assim como o corte do meu rosto, que precisava ser limpado e fechado.

Para a minha surpresa, Sam permaneceu ao meu lado, alegando que estaria esperando por Richie, que por sinal estava demorando muito para quem tinha simplesmente estacionado o carro.

— Você pode ir ver a sua irmã. - sugeri — Quando ele aparecer eu aviso a ele.

Não, eu não iria avisar, mas queria que ela acreditasse que sim, eu pagaria qualquer valor para ver a cara que a Amber faria se não visse o Richie entrando com a Sam.

— Como você sabe que eu vim ver a minha irmã? - a voz de Sam saiu séria.

Meu corpo gelou, meus pulmões pararam de funcionar como deveriam, meus olhos se fecharam por alguns segundos, eu não consigo acreditar que eu me entreguei dessa forma.

— Você me disse. - tentei usar a única desculpa que eu consegui pensar.

— Não, eu não falei.

Sam continuou me encarando, seus braços cruzados e olhar sério, aquela expressão fechada me causou arrepios. Até mesmo o médico que estava dando alguns pontos no meu braço, percebeu toda aquela tensão, pois consegui ver ele intercalando o olhar entre nós duas.

— Sam!

Então, alguém a chama. Quando viro meu olhar, vejo Richie com o sorriso mais cínico do mundo no rosto, enquanto segurava algumas flores, provavelmente para a Tara. Eu sei o quanto eu odiava aquele cara, mas naquele momento, eu sou grata pela sua inconveniência.

— Desculpa a demora. - ele sorriu de forma desajeitada.

E foi naquele sorriso que eu lembrei o quanto eu o odiava e, de repente, toda aquela gratidão passou.

— Eu resolvi comprar flores para a Tara. - explicou ele, mostrando o buquê para Sam.

Mas então, percebendo o visível mal humor da morena, ele intercala seu olhar entre ela e eu, agora ele parecia desconfiado, fazendo seu sorriso se desmanchar aos poucos.

— Está tudo bem? - perguntou ele, desconfiado.

— Temos que ir.

Sam respondeu de forma seca e séria. Fechei os meus olhos, me apedrejando por não conseguir segurar a minha boca quando estou perto dela. Antes que pudesse chamar por ela, Sam já estava longe. Richie, antes de seguir a Sam, deu uma última olhada para mim e partiu atrás da Carpenter.

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Curto? Sim, me perdoem, mas é só enquanto eu não acho esse bendito filme para reassistir KKKKKKK

Viagem Ao Terror Elevado - Sam CarpenterOnde histórias criam vida. Descubra agora