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Enquanto Asen sonhava profundamente, encontrou-se diante de sua própria morte. Uma figura feminina envolta em mistério, cujo rosto permanecia obscuro. Seus olhos, profundos abismos negros, encaravam Asen com uma intensidade que transcendia o temor usual associado à Morte.

A figura estava vestida com uma capa que flutuava suavemente, e em seus braços, cicatrizes contavam histórias antigas. Diferente das representações mitológicas, a Morte não portava uma foice, mas suas mãos eram suficientes para evocar uma presença imponente. Surpreendentemente, Asen não se sentiu amedrontado; ao contrário, experimentou uma estranha sensação de acolhimento na presença dessa figura misteriosa. A conexão entre Asen e a Morte, ainda velada em segredos, se aprofundava, deixando um rastro de curiosidade no coração do jovem.

Asen, imerso no seu próprio sonho, observou as árvores da floresta balançando suavemente ao sabor do vento noturno. No ambiente sombrio, a figura da Morte permanecia diante dele, os olhos negros refletindo a quietude da noite.

Intrigado, Asen finalmente quebrou o silêncio ao perguntar à enigmática figura.

— Quem é você? — O murmúrio da brisa noturna parecia amplificar a tensão no ar, enquanto Asen aguardava ansiosamente pela resposta que pairava sobre os segredos da sua própria existência.

— Você já me conhece. — A voz, simultaneamente sexy e mortal, envolvia Asen suavemente, como se cada palavra fosse um sussurro entre as sombras. O ambiente na floresta parecia reagir à presença da Morte, enquanto suas palavras ecoavam, tingidas de uma sedução misteriosa que flutuava no ar noturno.

— Eu quero ver você de novo? — Asen expressou, suas palavras carregadas de um desejo inesperado, como se o fascínio pelo mistério que a Morte representava o instigasse a buscar mais desses encontros oníricos. A noite na floresta parecia ganhar uma tonalidade mais intensa, como se os desejos de Asen ressoassem nos próprios suspiros da natureza ao seu redor.

A Morte sorriu, uma expressão possessiva colorindo seus lábios, enquanto respondia com determinação: — Você é meu, Asen, em todas as formas e em todos os sonhos. — As palavras carregadas de uma posse sobrenatural ecoaram na noite, deixando um rastro de mistério e a promessa de encontros futuros entre Asen e a entidade sombria que o envolvia nos sonhos.

E com aquelas palavras, Asen acordou, não assustado, mas sim envolto por uma sensação intrigante, como se as fronteiras entre seus sonhos e a realidade tivessem se tornado tênues. Uma calma estranha o acompanhava, enquanto ele processava o encontro onírico com a figura misteriosa que afirmava possuí-lo. O quarto estava mergulhado em uma penumbra serena, e Asen sentiu a persistência do mistério que agora se estendia para além dos limites do sono.

E então, ele disse para si mesmo: — O que foi isso? — As palavras escaparam de seus lábios, ecoando na quietude do quarto. A perplexidade pairava no ar enquanto Asen tentava decifrar os enigmas dos sonhos que o envolviam, questionando a natureza da conexão que parecia transcender os limites da compreensão humana.

Ao sentir o peso do sonho em sua mente, Asen sentiu a necessidade de compartilhar suas inquietações com Kai. Afinal, entre amigos, ele buscava encontrar algum consolo ou explicação para a experiência peculiar que o assombrava. O caminho até a casa de Kai foi preenchido com pensamentos turbulentos e uma vontade crescente de desvendar o enigma que se desdobrara durante seu sono. Ao chegar, a expressão de Asen refletia a busca por respostas e a esperança de que Kai pudesse lançar luz sobre os obscuros cantos de seus pensamentos.

Asen encontrou Kai em meio a uma cena de mecânica, concertando um carro em sua garagem. Ferramentas e peças estavam espalhadas, enquanto Kai concentrava sua atenção no motor, demonstrando habilidade e destreza.

A morte (1º Livro da Triologia Renascer)Onde histórias criam vida. Descubra agora