Alvório

capítulo 5

Ao chegarem ao topo, eles viram um homem de idade, usando roupas brancas velhas, algemado à cama, abraçando os próprios joelhos enquanto se balançava para frente e para trás devagar, sussurrando algumas coisas como "ele vai matar todos... "Ou "ele vai me matar... "

O cheiro daquele lugar estava chegando a ser insuportável

- Vamos logo com isso - Alice diz sussurrando e Johnny vai colocar o cobertor em algum lugar onde não possa molhar e criar mofo. 

Enquanto Johnny procura o lugar, Alice se aproxima do Homem tentando entender o que estava acontecendo com ele. 

- Senhor? ... Alice se aproxima, levando a mão até o homem. 

Em um movimento rápido, o homem agarra os braços de Alice, cravando as unhas em seus braços enquanto começa a gritar. 

- ELE IRÁ MATAR TODOS NÓS! - o homem grita encarando os olhos de Alice

Os olhos dele eram vermelhos, o que faz a visão de Alice escurecer poucos segundos após serem encarados. 

- Alice! - Johnny, a gritando, foi a última coisa que Alice escutou antes de desmaiar. 

A garota abre os olhos rapidamente e olha em volta. Ela não está mais na torre e suas roupas foram trocadas para uma calça preta surrada e uma camisa social branca com um colete por cima. Ela olha seus pés e vê sapatos marrons velhos.

Olhando em volta novamente, ela percebe estar em algum tipo de armário. Ela empurra a porta de leve e olha em volta pela fresta do armário. 

Era uma sala chique que via à frente, tinha um trono e um tapete vermelho levando ao trono, o piso era de mármore legítimo e tinha portas enormes de madeira na frente.

Ela retorna o olhar ao trono e vê uma figura gorda usando vestes vermelhas e uma coroa maior que a própria cabeça, que tanto cobria seu rosto, só deixando sua boca com uma barba branca e mal feita, mais ou menos visível. 

A garota pensou ser o rei, pois se portava como um, mas seus pensamentos foram interrompidos pelas grandes portas de madeira que se abriam. Ela imediatamente olha para a porta de madeira e vê uma família humilde contendo a mãe, o pai e duas criancinhas.

Era uma família realmente adorável, ela vai até o rei e o pai se aproxima fazendo uma reverência exagerada junto aos outros familiares. 

- O que te faz querer-nos aqui, vossa Majestade? - o homem pergunta ao rei de forma humilde. 

O rei, ao invés de responder algo com palavras, solta grunhidos estranhos como um porco e arrota. 

A família parece recuar um pouco, mas continua parada, logo duas figuras irreconhecíveis, porém idênticas, fecham as portas do castelo. 

O rei então se transforma em uma criatura enorme, parecia ser feito de musgo ou lama, em sua boca apresentava mais de 3 carreiras de dentes, seus olhos eram dois pontos brancos brilhantes, a coisa tinha mais de 5 braços longos e finos com garras enormes, porém tinha pernas minúsculas, sua boca parecia não fechar e sua língua era pontuda e grande 

A família ficou horrorizada com a visão e deu alguns passos para trás, mas a criatura foi mais rápida e agarrou-os com suas garras e os comeu um por um. 

Primeiro o pai, em seguida a mãe e depois as crianças. 

Alice arregalou os olhos em espanto, nunca tinha visto algo assim antes, o que era aquela coisa? Por que aquela coisa? Onde diabos eu estou? Eram algumas das perguntas que passavam pela cabeça de Alice há mil, como se fossem uma rua da Índia. 

- Alice! - Johnny gritava pela garota que saia de seu transe, percebendo que estava longe do Homem. 

Wagner o segurava como se fosse um animal selvagem e gritava para Johnny e Alice saírem dali. 

Assim que Alice recobra a consciência, ela e Johnny saem o mais rápido possível daquele cômodo, indo para o andar de baixo.

- Vamos embora! Rápido! - Alice grita para Lily e Safira, que se entreolham, mas escutam os gritos do Homem, então correm atrás deles e logo saem da torre.

Já com o grupo do lado de fora respirando ofegante, Lily fala:

- Okay... O que... Foi aquilo?... - Lily pergunta ofegante.

Eles passam um tempo respirando, logo Alice torna a falar. 

- Aquele cara lá em cima, ele é completamente louco... - Alice fala somente sobre o homem, deixando de lado a visão que teve. 

- Ah, não tenho certeza de que não foi só isso, conheço essa sua carinha aí - Lily fala cruzando os braços

- Que cara? 

- Essa! - Lily aponta para o rosto de Alice. 

A Morena ficou apreensiva, recuando um pouco com suas palavras, mas logo suspirou, tornando a falar: 

- Tá... Eu... Tive meio que uma visão ou déjà vu, sei lá - Alice fala baixinho, desviando o olhar.

- Epa, epa, como assim "visão"? - Safira intervém confusa. 

- É visão, eu estava num armário no castelo... E de repente o rei, aquela família... - Alice falava se retraindo e sua cabeça doía em lembrar daquela visão terrível. A garota colocava a mão na própria testa, sentindo uma dor aguda. 

Johnny coloca sua mão sobre o ombro de Alice fazendo ela olhar para ele confusa

- Calma, tá tudo bem agora... - Johnny fala confortando Alice, por algum motivo as palavras do ruivo que Alice mal conhecia a confortaram e ela respirou fundo, olhando para Safira e Lily, que estavam confusas. 

Alice então contou seu déjà vu, cada detalhe sem uma vírgula faltar. Lily parecia que iria vomitar. Safira estava ainda confusa, Johnny compartilhava o mesmo sentimento de Lily.

- Eu não sei o que foi aquilo ou que coisa é aquela... Só sei que tem algo estranho acontecendo no castelo - Alice fala apreensiva.

- Mas e se não tiver nada? E se for só loucura da sua cabeça? - Lily fala sem acreditar. 

- Eu não sei, mas se for verdade, Alvório pode estar correndo um grande perigo.

- Mas o que você espera que a gente faça, Alice? Faça que nem nos filmes e dê uma de super-herói? 

- A gente pode tentar, Lily, a gente não pode deixar essas pessoas serem devoradas! 

Lily solta um suspiro pesado e coloca a mão na testa. 

- Por que eu sempre topo suas ideias malucas? 

- Então a gente vai em uma aventura atrás de um suposto monstro que está no lugar do nosso rei que nem sabemos se pode ser verdade ou não? - Safira pergunta ainda meio confusa.

- Sim - Lily responde rapidamente.

- Legal demais - Safira parece mais animada com a ideia agora.