A Cápsula do Tempo

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Ato 1

EVENTO DO FUTURO

Em um tempo mais distante, precisamente no ano de 2040, um homem alto, de terno, contemplava toda aquela visão do topo de um prédio azulado. A estrutura era enorme e recém-aberta, sendo considerada uma das maiores do continente ou até do mundo. Como antigamente, a cidade moderna ainda tinha as mesmas sonoridades do tráfego movimentado; polícias e ambulâncias iam e vinham, o som de música das baladas dominava as noites próximas do litoral...

Voltando ao prédio, a empresa responsável por trás dos investimentos, é a mesma de um parque antigo, muito frequentado nesse mesmo terreno já modificado. O que não afastou a clientela, pois as pessoas reviviam as histórias do passado por meio das tecnologias de ponta, disponíveis em cada andar, mesmo sendo variado por causa de seu formato: O símbolo do infinito na vertical.

No último andar, onde tudo era escuro, calmo e refrigerado, o homem continuou observando a paisagem pela janela de vidro que ocupava toda a parede acessível ao lado externo. Ele suspirou, olhou para o relógio, caminhou de um lado para o outro mordendo os lábios, seguindo na direção de uma pequena mesa de plástico, onde encheu com atenção o seu copo com whisky e acrescentou dois cubos de gelo. Percebendo as três cartas ao lado da garrafa, o sujeito sorriu e direcionou o seu olhar para o teto, iluminado por telas de ledes azuis nos cantos, aguardando ansiosamente o evento da noite.

Quando de repente, a porta principal se acende, chamando atenção pela forte luz branca que era ausente naquele ambiente, e elas se abrem dando alas a uma mulher radiante. Ela andava com o mesmo sorriso do homem, usava roupas brancas com um tecido confortável e biodegradável, mais acessórios pretos com tecnologia artificial lhe iluminando.

— Finalmente você chegou. — O homem virou e pôs o copo na mesinha de plástico, indo na direção de uma mesa maior, redonda e mais resistente. Também revelando mais do seu visual, sua pele clara, não possuía muitos pelos no rosto, e escondia seus olhos por um capuz do terno. — Ora, minha lady, especialmente essa noite, como devo lhe chamar?

— Hum... Apressado? — questionou com a voz tranquila, olhando entre os seus cabelos platinados, para o sujeito em sua frente. — Também é um prazer em revê-lo. Mas de fato, você fez uma ótima pergunta. Essa noite, me chame de "Senhora Time". — A dona de branca, apertou um botão da camisa para a cadeira mover-se e ela poder se sentar, enquanto ligava a mesa, iluminando ainda mais aquela sala. Assim, revelando sua pele caramelizada, seus óculos prateados e todo o seu cabelo liso e o todo penteado na coloração que combinou com suas vestimentas.

— Senhora Time, aguardamos muito por esse momento. — Anunciou o homem, fazendo o mesmo, sentando-se em uma das cadeiras, lhe entregando os envelopes nas cores roxa, verde e azul que eram tanto frágeis e sujos.

— Muito bem, muito bem... — A mulher abria os aplicativos sobre a mesa, abrindo os arquivos de um antigo parque. — Acho que chegou a hora — Ela vestiu suas mãos com luvas da empresa, que carregavam o símbolo do prédio e apertou em "play" em uma daquelas pastas.

Antes de abrir outros arquivos, a Senhora Time abriu um dos envelopes, cujo remetente era de um adolescente de 2010, e em seguida, olhou estranho para o homem de preto.

— Senhora, o vinho e outras refeições chegarão logo, devemos prosseguir?

— Não... — A senhora se afastou da mesa e encostou-se na cadeira acolchoada. — Muito bem, muito bem... Faço questão de esperar. Esse evento será um marco.

Por esse motivo, o homem retorna para onde estava e continuou observando a grande cidade. E enquanto isso, a Senhora Time sorria e assistia o símbolo de uma ampulheta girando a cada segundo no holograma da mesa principal, puxando, logo em seguida, uma foto de um dos envelopes, onde havia três jovens dentre os brinquedos daquele tempo. Eram um garoto caído no chão cheio de cachorro-quente em sua volta, e duas meninas próximas a ele comportando-se de formas diferentes, pois uma ria da queda do amigo e a outra o ajudava a se levantar.

A Cápsula do Tempo - ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora