I Feel - Chaosduo, QSMP

Adicto (Capítulo Único)

Era mais um dia qualquer como os outros; um novo purgatório havia se iniciado, mais pecadores se uniam a essa insanidade, dando suas vidas pela vitória enquanto tinham que lidar bestas sanguinárias que, de vez em quando, os perseguiam. Os chainsawkillers faziam uma chacina, os watchers observaram todo aquele caos.

Com o tempo, tudo aquilo havia se tornado algo monótono, talvez até entediante, para os residentes.

Mexicano não via mais graça em continuar acompanhando aquela matança, pois era sem sentido e repetiva. Já seu parceiro de um olho, no entanto, demonstrava continuar bastante fascinado no comportamento humano, por razões desconhecidas; sempre bastante atento a cada movimento novo.

A teoria é que a falta de humanidade desses seres, e a ausência parcial / total dos sentimentos deve torná-los viciados na única sensação que possuem, ou fingem possuir ter. Usam e abusam da falsa sensação de preencher um vazio.

E é claro, com ElQuackity não seria diferente.

...

O mexicano leva seu olhar até a criatura de cintura estranhamente definida, provavelmente por um espartilhos. O único olho dela está vidrado nas várias telas da sala, assistindo os novos participantes jogando mais uma prova do ovo. O time vermelho parece estar perdendo...

Sua mão tenta se aproximar lentamente do ombro do Watcher para chamá-lo, porém logo se afasta. Apenas se retira silenciosamente, sem descer nenhum comentário.

Essa seria só uma vez, igual às outras vezes. Precisava fazer isso mais uma vez, só mais uma vez.

Precisava sentir isso, precisava sentir algo.

(...)

O moreno caminha pelas salas do purgatório, andando com uma cara emburrada em lugares que haviam trabalhadores por perto e correndo em lugares vazios.

Não poderia se dar ao luxo de demorar muito, lidava com uma abstinência nervosa devido ao hiatus que houve durante a seleção de jogadores. E também porque aquilo não costuma durar muito tempo.

Seus passos apertam, vendo a sala que tanto procurava perto de si. Um funcionário vem correndo atrás de si, segurando o que parecia ser uma grande papelada.

– Senhor, senhor! Me desculpe, poderia me dar um minuto, por favor? Nos foi mandado uma tarefa para a prova de manhã, mas eu preciso de sua ajuda para...

Não, não... Esse cara de novo não.

O maldito costa larga estava ali novamente, pronto para fazer um monte de perguntas estupidas enquanto fala um pouco da vida de corno miserável e desinteressante, e tudo isso para no fim jogar todo o trabalho para ele. Não, não definitivamente.

– Me desculpe, mas agora estou ocupado.