Atlas
Uma semana depois minha saúde começou a piorar e parei no hospital. De novo. Abria meus olhos com a maquina do meu lado apitando com meus batimentos cárdiacos. Meu olhos vagam pela sala azul-marinho, me permito a me sentar na cama dura daquele hospital de merda.
- Quanto tempo estou aqui? - Pergunto a enfermeira que adentrava no quarto, ela sorri ao me ver sentando na cama.
- Bom rapaz, acho que três semanas - Diz ela, minha cabeça ainda doía por tentar engolir sua fala.
Minha mão voou em direção às agulhas que estava em meu braço na intenção de arrancar elas rapidamente uma mão segura a minha.
Subo meus olhos vendo Merlinda com o seu livro debaixo do braço segurando minha mão com cara feia.
- Nem pense Atlas, não vai estragar suas veias agora. - Sua voz era calma para sua expressão feroz. Meus olhos vagam pela sala vendo a enfermeira apenas concordar com a cabeça.
- Eu... - Não conseguia falar assim que a olho de volta. Sua mão solta a minha levando a mesma para o meu rosto e sorrio fraco ao sentir seu toque quente em meu rosto gelado - Eu senti a sua falta Merlinda.
- Eu também grandão... e muito - Seus olhos me traziam paz, e era a única coisa que eu precisava naquele momento. Eu precisava de ambas.
Mas algo fazia meu coração bater.
Eu precisa de Merlinda.Ela era a droga mais viciante naquele momento. E eu precisava dessa droga, eu necessitava do seu toque ao meu corpo. De suas falas que tudo ia ficar bem; mesmo sabendo que era mentira.
Ela se senta ao meu lado da cama me abraçando e apenas sorrio abraçando ela novamente. A enfermeira sai do quarto apagando a luz e logo fechando a porta.
Ficamos horas conversando até que pego o livro de sua mão lendo para a mesma. Não sabia que ela gostava de ler certos tipo de coisas como Dark Romance. Por assim pensar, estou surpreso mas sua vibe gótico não deixa de imaginar certas coisas.
Sua cabeça estava pousada em meu peito que subia e descia devagar, sua mão esquerda estava ao lado da sua cabeça e sua perna em cima do meu corpo.
Se eu não estive em um quarto de hospital ficaria feliz só por ter a sua presença em um lugar mais aconchegante para aquele momento.Sua respiração vai ficando mais calma e lenta e logo a vejo dormindo com seus cabelos caídos no rosto me fazendo ter audácia de tirar ele de perto dos seus olhos fechados sorrindo abobalhado.
Fechava o livro botando em cima da estante desligando o abajur, olhava para a janela vendo o céu estrelado da Grécia.
Minha vida virou de cabeça para baixo depois que me joguei no mundo das drogas. Mas, por um momento. Cada segundo que passava ao lado de Merlinda fazia que eu esquece-se de como era passar fome, como era viver de migalhas.Ela me fazia me sentir vivo novamente.
Apenas ela tinha esse poder. E só ela sabia como controlar.
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Querido Atlas
RomanceUma vez me perguntaram se eu ia conseguir sair da depressão, minha pequena e resposta meio grossa já está a óbvio que não. Estava com as palavras presas enquanto a rodinha de pessoas se formavam dentro da sala azul clara. Atlas Peyrry se contra perd...