Janeiro – 2013:
Logo após as festas, Juliana ia de mal a pior, não queria aceitar o fim de seu casamento e se entupia de medicamentos. Como estratégia de conter suas maluquices, Hektor entrou no quarto dela e confiscou todos os medicamentos, além disso, deu ordem para nenhum funcionário comprar ou receber entregas de medicamentos destinados a ela e só assim ela se manteve sóbria. E após três dias de sobriedade Hektor conseguiu levá-la para a escritório e conversar sobre o divórcio.
— Sente-se, por favor – estendeu a mão para a cadeira e ela se sentou.
Estava com os olhos inchados de chorar, por perceber que não havia como salvar seu casamento.
— Precisamos conversar sobre nossa situação – falou como forma de introduzir o assunto. — Quero acertar com você nosso futuro daqui para frente...
— Mas eu não quero – cortou-o. — O meu futuro é com você, meu amor!
Ele ignorou e prosseguiu.
— Você sabe que esta casa pertence a minha família há décadas – ao ouvi-lo falar, ela recomeçou a chorar.
— Está me mandando embora? – fungou fazendo drama. — Depois de tantos anos juntos, vai me expulsar? – gesticulava em desespero.
— Não vou te expulsar Juliana, porém precisaremos resolver estas questões mais cedo ou mais tarde – tentou ser objetivo.
— Eu amo esta casa! – choramingou.
— Eu sei, mas ela pertence a minha família, eu nasci aqui – ele não podia dar aquela casa a ela, pois era tradição da família que a casa seria passada de geração em geração e desta forma, ela deveria pertencer ao seu filho, quando ele tivesse um. — Podemos estabelecer um prazo para que você faça a transição para outra moradia.
— Vai me colocar para morar debaixo da ponte? – levou a mão ao nariz congestionado pelas lágrimas abundantes.
Hektor abriu a gaveta de sua escrivaninha e retirou dela uma caixa de lenços de papel, estendendo-a a ela que retirou um e pôs-se a enxugar as lágrimas e o nariz.
— Não vou colocar você debaixo da ponte Juliana, é isso que quero lhe explicar, vou colocar um apartamento em seu nome. Será um bom apartamento, em uma excelente localização – falou suavemente. — Você terá uma renda mensal de cem mil reais.
— Vai me deixar passar fome? – pareceu ultrajada.
— Juliana – ele falou num tom recriminador. — Essa quantia será o suficiente para se manter, mas terá que aprender a administrá-la – cruzou os braços — Se não gastar tudo em compras, viverá relativamente bem – arqueou a sobrancelha analisando-a e depois prosseguiu. — Como parte do acordo, você ainda terá o direito de trocar de carro a cada três anos.
— Vai me fazer andar de carro velho! – falou com voz estridente.
— Um carro com três anos de uso não é um carro velho – argumentou tentando controlar sua vontade de ser irônico com ela.
—Terei empregados? Cozinheira? Motorista? Ou vai me condenar a uma vida de gata borralheira? – questionou com ar pedante.
Hektor se segurou para não rir diante do vislumbre que teve de Juliana vestida de empregada e esfregando o chão. Mais que depressa, forçou seu cérebro para focar no que precisava ser dito.
— Você terá que pagá-los com a sua renda mensal. Lógico que não será possível ter esse batalhão de empregados que temos aqui, até porque vivendo num apartamento não precisará de tantos empregados – gesticulou se referindo ao tamanho da Mansão Salvatore.
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Série: Até o fim dos meus dias - Livro 1 - Inesquecível - DEGUSTAÇÃO
RomansaApós perder a mãe para a leucemia, Malu é acolhida pela Família Salvatore, para a qual seu pai trabalhava como motorista. Com o passar dos anos ela se torna uma espécie de dama de companhia de Juliana Salvatore e desenvolve pela socialite um grande...