A Adaga e o Diamante

Capítulo 11

Loki, envolto em uma penumbra melancólica e incômoda, caminha pelos corredores do palácio enquanto observava os feixes de luz do sol crepuscular que dançavam por dentro das frestas das cortinas que criavam padrões que refletiam a esperança e o desespero do mesmo. Os retratos familiares que antes radiavam alegria estavam congelados no tempo, contrastando cruelmente com seu presente que agora era solitário.

Candelabros de ouro lançam sombras dançantes na direção das paredes adornadas do castelo, evocando uma atmosfera sombria e majestosa, o eco distantes de risos em sua mente e conversas animadas preenchem o seu vazio, como murmúrios fantasmas de um passado que ele se recusava a esquecer.

Ao se aproximar de seu trono, Loki tocou os entalhes intrincados, sentindo a frieza do metal, o trono vazio que previamente era de sua mãe e depois de sua esposa, Lyra, estava solitário, ele se sentia agora mais do que nunca como um rei de sombras, governando sobre um reino de memórias que acabaram por se tornar espectros, o luto, como um manto pesado o envolveu, transformando seu glorioso reinado em um conto solene e solitário.

Olhando um pouco para o lado direito de seu próprio trono, ele podia ver a estátua de sua amada, esculpida em mármore branco, escultura essa que irradiava uma beleza incompreensível, seus olhos, profundos e penetrantes capturavam a essência de uma alma perdida, enquanto um sorriso luminoso e suave adornava seus lábios, eternizando seu espírito alegre que contagiava a todos de Asgard.

Sua figura esculpida estava envolta de um vestido esvoaçante, fluindo como as ondas do mar em uma eterna dança, uma mão delicada repousa suavemente sobre sua barriga, um pedido no qual ela instruiu estritamente para o artista para que deixasse sutil, ali residia o símbolo tangível do amor que germinava dentro dela, já sua outra palma estava direcionada para o céu, como se alcançasse uma conexão além da mortalidade dos súditos.

O semblante de Loki suavizou ao contemplar a estátua de sua falecida amada mais uma vez, memórias diversas inundavam sua mente com uma maré de emoções felizes e nostálgicas, ele se lembrava de cada detalhe como se fosse o dia anterior, o momento em que ele se sentiu tocado pelas vestes brancas e puras de Lyra e o quão bela ela estava, ou o seu corpo esbelto descansando sobre a cama do casal enquanto as chamas queimavam avidamente, Loki sentia uma dor profunda em seu ser e uma saudade que parecia cortá-lo até os ossos, aquela estátua podia ser apenas a imagem da falecida rainha para os asgardianos, mas para ele era algo a mais, era um lembrete na qual ele podia sentir e tocar sempre para amenizar todas as sensações ruins do que ele havia perdido.

Uma breve memória o faz rir por um mínimo segundo quando ele se lembra da noite marcante da lua de mel com sua esposa, na qual eles estavam deitados no jardim, cobertos pela luz da lua e das estrelas, podenrando sobre o futuro deles juntos.

[Flashback - Jardins de Asgard - Noite Estrelada]

(Sugestão de música: In the Nature of Daylight - Max Richter)

Sob o manto escuro do céu estrelado de Asgard, Loki e Lyra estavam deitados no jardim lado a lado, envoltos pelo brilho suave das estrelas cintilantes e pelo fino lençol que cobria seus corpos após um momento intímo que os fez mais unidos do que haviam se sentido antes em toda a vida, suas roupas estavam destruídas e jogadas ao chão, mas pouco importava para o casal, pois este era um momento precioso para ambos.

Loki, com seus olhos azuis brilhando à luz prateada da lua, sorri para Lyra com ternura, perdido na beleza radiante da mulher ao seu lado, ele estende sua mão em direção a sua face afim de acariciar suavemente o rosto da mesma, sentindo a suavidade de sua pele sob seus dedos.

Loki: Eu te amo, Lyra - sussurra o Deus da Trapaça com sua voz carregada de emoção - Eu te amo mais do que palavras podem expressar, mais do que o universo pode conter, eu sei que sou muito meloso em minhas falácias mas...você é a minha luz em meios as trevas, meu amor eterno