Futuro - Improvável ganhador

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Eu me emocionei bastante para escrever esse capitulo (o que não é nenhuma novidade eu sei).
E a musica torna tudo ainda melhor.

Billie Eilish - What Was I Made For? (Official Music Video)
Indicada para esse capitulo.
Boa leitura.

Severo estava sentado em sua poltrona, ele segurava um copo de whisky bem servido em uma das mãos, deixando sua mente vagar nos últimos acontecimentos, enquanto esperava Shara sair do banho, ele suspirou, ele havia finalizado a poção para suprimir a magia dela logo no início daquela tarde, não porque houvesse alguma pressa, ou algo assim... mas aquele pedido inusitado o havia pego de surpresa, ela queria antecipar o processo, ela havia não apenas entendido mas também admitido sua total impotência diante de algo que ela não tinha controle algum, ele ouviu a porta do banheiro sendo aberta, ela saiu usando seu pijama da escola, e as pantufas que ele havia transfigurado no natal, seus cabelos ainda molhados pingavam, mostrando o quanto ela estava relapsa e não havia se empenhado na tarefa de estar apresentável, suas feições bastante marcadas e cansadas revelavam o dia difícil que ela havia tido, ela também o olhou, dando a volta por trás do sofá e se sentando nele, bem a sua frente, ela puxou as pernas contra o próprio corpo, apoiando sua cabeça sobre os joelhos, ela não estava preparada para uma conversa difícil e honestamente nem ele desejava ter algo assim naquele momento.

_Como tenho dito, não é seguro mantê-la em minhas alas - ele disse balançando o whisky dentro do copo - já que meus aposentos andam muito mais movimentados ultimamente do que de fato gostaria - ele bufou verdadeiramente irritado com aquelas intromissões indesejadas - contudo sei que Lucius não aparecerá nos próximos dias, visto que dei a ele algo com o que se ocupar - ela o encarava, absorvendo aquelas informações, ele mesmo fazia questão de mantê-la por perto naquela noite, até mesmo para acompanhar o avanço da poção que estaria ingerindo – passará a noite aqui – ele finalizou, e aquilo não era uma opção.

_A pocão dissimulante - ela disse - o que ela faz? - Shara já havia perguntado isso antes e ele não havia respondido... mas aquelas circunstâncias eram outras e não faria diferença alguma se ela soubesse, e justamente por isso ele achou que não seria necessariamente um problema entregar um pouco de informação.

_Confunde - ele revelou - fica muito mais fácil tirar alguma vantagem de alguém, em negócios por exemplo... se quem o fizer, estiver confuso - Severo disse tomando um gole do seu whisky, aquela era uma poção extremamente difícil de ser rastreada e por esse motivo Lucius a havia pedido, feitiços eram mais sensíveis, podiam ser identificados e lidos de forma muito fácil, e Lucius não era do tipo que deixava rastros.

_Ele está usando para confundir os governadores não está? - ela pediu, ela era esperta, muito esperta, um pequeno sorriso se formou no canto da sua boca, um reconhecimento, talvez até mesmo orgulho da mente brilhante que ela era – é assim que ele consegue as assinaturas – ela afirmou - trapaceando.

_Bingo - ele disse vagamente - como um bom Malfoy - Severo ironizou.

_Por que o está ajudando? - aquela era uma boa pergunta, ela não entenderia a complexidade de toda aquela trama e nem deveria, era perigoso e aquele sim era um assunto que ele deveria mantê-la por fora, quanto menos ela soubesse, melhor seria.

_Minha vez de fazer as perguntas - ele devolveu, ficando sério - por que se machucou essa tarde? - ele foi direto ao cerne daquilo que mais o havia incomodado em toda aquela situação, ela havia se machucado outra vez, ela se mexeu desconfortável, não ele não queria causar ainda mais desconforto, ele queria entender e talvez ajudar a aplacar qualquer resquício de dor que poderia ter restado ali.

_Foi involuntário – ela disse desviando o olhar – quer dizer no início pelo menos sim... eu não consegui lidar com as lembranças, que as perguntas me trouxeram... nem com toda a carga emocional, às vezes é tão esmagador, como se tudo isso estivesse me sufocando e então eu precisava de algo físico para tirar o foco da minha mente... eu os arranhei, meus braços... não foi intencional, foi apenas... uma troca, costuma funcionar... e nesse caso mais que isso – ela ergueu os olhos outra vez o encarando – quando me machuquei eu senti a minha magia fluir... se dissipar, então eu fiz outra vez e mais uma... até que não houvesse mais magia alguma.

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