Eu estou na casa da minha mãe, tive uma audiência aqui em são Paulo, com um cliente meu, o caso era fácil, divórcio, meio complicado, mas dei conta. Fico imaginando o que da errado nos casamentos que ocorre o divórcio, dizem que acaba o amor, mas como? Se acaba é porque nunca existiu, não consigo entender! Meus pais tiveram um casamento turbulento, mas nunca deixaram de se amar, e como fizeram um juramento no altar "Até que a morte nos separe..." foi exatamente isso que os separou.
-Kaaaaaath! Minha mãe me chamou da escada, na sala.
-Já vou, mãe. Respondo do andar de cima.
-Vem logo, querida. Vai se atrasar para o seu voo.
-Ta bom, mãe.
Coloquei um scarpin rosa e um cardigã preto, para completar meu look de regata branca e saia social preta.
Cheguei na cozinha, minha mãe estava sentada ao lado do seu marido, Michael.
-Bom dia. Falei sentando a mesa.
-Bom dia, kath, querida. Como foi sua noite? O Michael perguntou.
-Boa, dormi bem.
-E o John, como está? Minha mãe me olhou.
-Ele está bem...
John é o meu namorado, estamos juntos há 3 anos, eu o amo, e somos felizes juntos.
Meu taxi chegou e me levantei pegando minhas malas, o Michael me ajudou.
Me despedi dos dois e entrei no taxi.
-Querida, venha mais vezes nos visitar, e diga a John que estamos com saudades.
-Ta bom, mãe. Te amo, tchau.
O taxi chegou no aeroporto mais rápido do que eu imaginava, aproveitei os minutos que faltavam para o embarque e liguei para John.
-Olá, meu amor. Falei ao telefone.
-Katherine, querida! Já embarcou?
-Não, John, como estão as coisas por ai?
-Boas, mas poderiam ser melhores se você estivesse aqui.
-Ah, John, também estou com saudades.
-A que horas você chega?
-Não sei, meu amor, talvez às 13:00, se o voo não atrasar.
-Irei te buscar no aeroporto.
-John, querido, não precisa se incomodar.
-Que isso, kath, desde quando buscar a morena mais linda de Nova York é algum incomodo?
-Te amo, querido, estou embarcando de São Paulo nesse momento, até logo.
-Também amo você, Kath.
Desliguei.
A viagem de São Paulo até Nova York foi super cansativa.
Você deve estar se perguntando porque moro em Nova York, enquanto minha mae mora em são Paulo. Bom, é uma longa história...
Meu pai morreu quando eu estava no 1° ano do Ensino Médio, meu pai morreu de câncer, antes de sua morte sonhavam os com o dia em que eu iria cursar direito, o desejo dele era eu cursar direito em Harvard, quando o baque da morte do meu pai me tomou quase desisti da minha bolsa de estudos lá, afinal eu não tinha o dinheiro para a passagem de ida, quem dirá para me manter lá, mas tudo mudou de rumo quando fomos ler o testamento que ele havia deixado: "para a minha, Kath, deixo 5 mil reais, para começar uma nova vida nos E.U.A, sei que não é muito, mas quero que você seja uma grande advogada, esse é o meu ultimo desejo. Te amo"
Eu não esperava por aquilo, então resolvi atender ao último pedido do meu pai, enquando não terminava o ensino médio no Brasil resolvi que teria de arranjar um emprego para ajudar a me manter lá, trabalhei os os três anos exaustivamente, até minha formatura do terceiro ano que foi quando recebi a carta de Harvard, foi a melhor felicidade da minha vida, e eu tinha que resistir as coisas ruins que estariam por vir quando eu fosse para um país estranho.
Quando cheguei lá consegui alugar um pequeno apartamento de dois cômodos à 3 quilômetros da faculdade, para economizar eu ia a pé para lá, consegui um emprego no meu terceiro dia nos E.U.A, não era grande coisa trabalhar como atendente em uma lanchonete mas dava para me manter até terminar a faculdade, meus dias eram extremamente exaustivos, até eu conhecer a Ana Clara, nos tornamos amigas e pouco tempo depois me mudei para o apartamento dela que eravmais perto da faculdade e rachavamos o aluguel.
Nesse meio tempo que conheci o John, foi um dia em que eu e minhas amigas resolvemos extravasar, fomos na inauguração de um novo bar na cidade, me lembro como se fosse ontem, eu estava sentada com as minhas amigas, todas bebendo vodka e eu água, até que um barmen chegou com uma garrafa dr Black Label e uma carta com a letra mais linda que já vi:
"Olá! Vejo que a senhorita não esta bebendo tomei a liberdade de pagar-lhe essa simples bebida. Beijos."
John.
-Simples? -- Ana Clara gritou -- Como ele é modesto!
-Ana! -- A repreendi pelo grito estridente -- Deixe-o pra lá.
-Barmen, Psiu! A Cláudia gritou.
Fiquei vermelha.
-Clauuudia. Deixa pra lá.
-Kath, querida, quero saber como é esse John, e se ele for um gato? Porque bem de vida já sabemos que ele é, você não vai perder esse né, meu amor.
-Mas eu não quero ficar com gato nenhum!
-Como essa Kath é ingênua! Rosie sorriu.
-Barmen? --Ana o chamou -- Quem é o misterioso John ?
O barmen apontou para um gato maravilhoso sentando na banqueta de frente para o balcão de bebidas.
-Kath responde esse lindo! Ana falou
-Que deus greeego! Rosie falou vidrada no tal John.
-Se você não pegar, eu pego! A aninha brincou.
-Meninas parem! Vou somente agradecê-lo.
Peguei um pedaço de papel e escrevi:
"Obrigado pela bebida, John. Minhas amigas ficaram loucas por você, finja que não escutou os gritos. Sorry.
Kath."
Quando percebi que ele leu a carta o vi levantando e vindo em nossa direção.
-Meu Deus, Ana! Ele esta vindo pra cá, o que eu faço? Perguntei.
-Toma. Ana me entregou uma dose do Black Label que havíamos ganhado.
Virei de uma só vez. E o vida parado na minha frente com aqueles olhos azuis acinzentados que eram de hipnotizar alguém.
-Olá. Ele sorriu.
-Oi. Corei
-Kath?
-Sim, prazer. Estendi a mão.
-O prazer é todo meu. Ele beijou minha mão.
-Olá, John. -- Ana Clara nos separou entrando no meio. -- Junte-se conosco.
-Obrigado. Ele sentou ao meu lado.
De perto ele é ainda mais lindo, aquele cabelo louro acentuava ainda mais sua beleza. Que homem é esse?!
-Você é ainda mais linda de perto. Ele sussurrou no meu ouvido.
Fiquei tão vermelha que parecia uma pimenta.
-Obrigado...
-Entao, John, você tem quantos anos? Ana clara perguntou.
-23
-Hmm. Faz faculdade?
-Sim, estou no último ano da faculdade de direito, em Harvard.
-Carambaa! --Rosie quase gritou -- a Kath faz direito em Harvard, não é Kath?
Assenti ainda envergonhada.
-Você não é daqui de Massachusetts né, kath? O John perguntou.
-Não, sou Brasileira, São Paulo.
-Nossa! -- Ele se aproximou dos meus lábios -- Eu nunca beijei uma brasileira antes.
-É... Eu... Bom, acho que... Da mais uma dose de black label por favor? -- Falei -- Não, me dê a garrafa.
Virei a garrafa na boca e bebi até a metade, já me sentia tonta já que era a primeira vez que colocava bebida alcoólica no meu organismo, e pelas historias que eu já tinha escutado das meninas em Harvard, o fim poderia ser trágico...
-De uma vez? O John sussurrou no meu ouvido, e aquilo de alguma maneira fez meu corpo reagir.
-Eu... -- Me aproximei da boca dele.
-Me beija? Ele pediu mordendo os lábios.
Quando cheguei bem pertinho de beijá-lo... Vomitei tudo o que tinha colocado pra dentro, por pouco não o sujei todo, já me sentia mais zonza que antes, pedi desculpa a ele, peguei minha bolsa e sai correndo do bar. Me dei ao luxo de pegar um táxi já que ir a pé seria meio perigoso, teria que fazer hora extra na lanchonete para compensar o gasto do táxi.
No outro dia acordei com uma baita ressaca, bebi mais agua do que nunca e minha cabeça latejava tanto que achei que iria ter um ataque, fiquei tentada a não ir à faculdade, mas não poderia fazer isso. Encontrei com o John por acaso no portão da faculdade, ele estava rodiado de garotas e ainda mais gato do que me lembrava da noite anterior, ele veio falar comigo e a partir desse dia me esperava sempre na porta da faculdade, até que um mês depois nos beijamos e foi mágico! Depois achei que ele não iria me querer mais, mas continuamos "Juntos" por mais cinco meses até ele me pedir em namoro.
Quando terminei a faculdade já estava em uma ótima empresa de advocacia, o John tinha a agencia do pai dele que logo a herdaria, o pai do John me ofereceu emprego lá, mas a oportunidade veio tão fácil que fiquei com medo de ir embora fácil, fora que ainda pensava em voltar para o Brasil, eu havia deixado minha mae para trás, e a essa altura ela precisava de mim, resolvi fazer uma surpresa para ela levando John para conhecê-la, mas no final quem teve um surpresa foi eu que a vi casada com Michael. Desisti de voltar para o Brasil e resolvi ficar em Massachusetts mesmo, mas meus planos mudaram quando me ligaram de Manhattan para uma entrevista de emprego em uma renomada empresa de advocacia, como John era de lá também, me mudei e Aninha veio conosco, ficamos morando de aluguel, mas consegui comprar uma casa e aqui estou eu...Desembarquei do avião e logo avistei o John na pista de embarque/desembarque. Quando fui chegando mais perto dele fui recepcionada por um breve abraço e o vi ajoelhando-se diante de mim e segurar um microfone.
-John o que é isso? -- Falei envergonhada pelo aeroporto inteiro voltar-se para nós -- Estão todos nos olhando.
-Kath, querida, há muito tempo estamos juntos, passamos por varias crises, não só sorrimos como choramos juntos, você é tudo pra mim quero você seja a minha mulher e fique comigo até que a morte nos separe. Katherine, você quer casar comigo?
-Aceita, Aceita! As pessoas começaram a gritar.
-Siim! Chorei.
-Eu te amo. Ele me beijou colocando a aliança em meu dedo.Depois de sairmos do aeroporto, John me levou até em casa e ficou assistindo algo na televisao esquanto fui tomar banho, antes de ligar o chuveiro, peguei o celular e disquei o número da Aninha.
-Amigaaaaaaaaaa, o John me pediu em casamento.
-Ai meu Deeeuss.
-A aliança é linda.
-Quilates?
-3, ouro branco, é um solitário.
-Amiiiigaaaa não acredito!
-Ai to muito feliz.
-E não poderia ser diferente.
-Aninha vou desligar, estou a-ca-ba-da devido a viagem, depois passo na sua casa, beijossss.
-Beijos, Kath.
Após tomar meu banho, deitei-me ao lado de John na cama e adormeci.
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Impossível
RomanceKath perdeu o pai há 10 anos e o seu último pedido foi que a filha fizesse direito em Harvard. A pedido do pai a garota se muda de São Paulo para os E.U.A e com isso sua vida muda completamente, conhecendo sua melhor amiga e colega de apartamento An...