Love Never Dies

Capítulo 09 - Once In a Lifetime - Part III

(...)

1365 - Fronteiras dos Estados Unidos com a Costa do Oceano Pacifico

Bang! Bang!

-Tiros!

Acordou num sobressalto da cama da prostituta, que era uma de suas empregadas. A garrafa vazia que dormiu com as duas, caiu e quebrou. A luz era pouca... Era luz do começo da manhã.

Foi até a porta, cambaleando. Fez uma bagunça, tropeçou, derrubou coisas, ainda estava bêbada. Subiu as calças de forma desajeitada enfiando a pistola no coldre, grudou a estrela em sua camisa e pegou o chapéu colocando de qualquer jeito sobre os cabelos revoltos... Empurrou os pés nas botas de bico fino e enfiou a camisa dentro da calça enquanto dava seus pulos para que o botão da calça de tecido gasto fechasse assim como o zíper.

Passou no banheiro observando seus olhos verdes no espelho quebrado e tirou o o chapéu ajeitando os cabelos, saberia não trocar as perna na frente dos outros... Cheirou a camisa, não estava tão ruim assim. Esfregou o rosto rapidamente e saiu pela porta dos fundos vendo o tempo seco naquela cidadela antiga.

Ao sair deu de cara com a Sra. Weston passeando com as crianças, abaixou a ponta do chapéu e viu um sorriso surgir nos lábios da mulher.

-Xerife. - Ela disse animada.

-Bom dia Sra... Sabe me dizer de onde vem os tiros? - Parou colocando as mãos nos passadores da calça e estufou o peito.

-Acerto de contas entre os irmãos Maverick, minha senhora. - A mulher respondeu.

As crianças corriam afastadas e brigavam, o mais novo estava escondido entre a saia do vestido de sua mãe.

-Era de se esperar... Tenha um bom dia minha cara. - Lauren disse e se retirou após um aceno de cabeça e tocar na ponta do chapéu.

Não havia muito o que ser feito, era apenas arrumar lugar para jogar o corpo... A xerife se encaminhou para seu local de trabalho, a palha velha rolava pelo chão rachado, chuva já não se via por meses... Os Maverick sempre tinham seus próprios acertos de contas, afinal os doze irmãos eram donos de boa parte das cidadelas perto das fronteiras.

Vendo que não havia o que se fazer, Lauren decidiu dormir um pouco na cadeira em frente à cadeia.

Uma mulher chegou na cidade montando um cavalo preto, ela usava roupas marrons escuras e um chapéu preto que cobria o longo cabelo castanho escuro, usava um cinto de balas e seu revólver branco se destacava na roupa escura.

A forasteira passou devagar pela xerife, observando o chapéu tampar a cara dela e o pequeno mato que provavelmente estava encaixado nos lábios balançar, as botas estavam apoiadas no batente da sacada e a cidade parecia estar em silêncio sepulcral... Pacata como todas as outras.

-Já não se fazem mais oficiais como antigamente. - Resmungou baixo puxando sua pistola e deu cinco tiros seguidos para cima.

Foi hilário ver a mulher cair da cadeira e se levantar preocupada olhando para os lados e pegando a pistola, mas a graça acabou ao por os olhos nos dela.

Lauren sentiu seu peito queimar com os olhos castanhos famintos... E notou que era da arma dela que havia disparado os tiros altos.

Só Deus sabia que seu coração estava dando tiros dentro de seu peito com toda aquela intensidade.

(...)

-Camz? - Lauren chamou quando a sequência de tiros parou e abriu a porta que berrou anunciando sua entrada.