Coquetel de Abacaxi | GNN

Ele me dá dor de dente só por me beijar

como sempre, postando sem nenhum beta ou capista. só a cara e coragem. perdão pelos possíveis erros e boa leitura!

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Nanami suspirou, observando com aborrecimento a máquina automática processar seu pedido.

Não havia um motivo específico por trás da irritação, embora ela pudesse ser facilmente atribuída a uma das inúmeras reuniões que Yaga os forçava a participar. As pautas eram quase sempre as mesmas; a importância de preencher os relatórios com a maior quantidade de detalhes possíveis — algo que, mesmo sendo pontuada em quase todas as reuniões, continuava sendo o maior desafio dos feiticeiros de grau especial. Especialmente Gojo; o tom acusatório de Yaga sempre conspirava para ele. E, o mais surpreendente, talvez, algo que o próprio diretor havia chamado de pesquisa de satisfação.

Nanami conteve a si mesmo na primeira vez que ouviu a mera sugestão; não porque era cômico de um jeito que lhe arrancaria uma risada, mas porque era cômico de um jeito que ele já havia experenciado como assalariado e sabia que, independente de sua resposta, não haveria uma mudança real.

Lógico que ele sabia como essas pesquisas funcionavam.

Durante seu período no mundo corporativo, havia participado de inúmeras e eram tão chatas e entediantes como assalariado e, agora, como feiticeiro. A diferença, talvez, é que no mundo Jujustu ele podia fazer suas próprias exigências sem se preocupar em ser demitido ou ferir o ego de seu chefe. Seus comentários não eram ácidos, apenas factuais. E Yaga também sabia que tais comentários não eram dirigidos a ele, mas, sim, a toda complexidade envolta do mundo jujutsu e ordens abstratas que os superiores, aqueles que, de fato, nunca haviam enfrentado uma maldição em sua vida, mas detinham poder o suficiente para mandá-los para a zona de abate.

A percepção disso, reforçava sua teoria de que, querendo ou não, o mundo jujutsu e corporativo se assemelhava em diversos aspectos.

Por mais chatas que fossem, Kento sempre comparecia e, na maioria das vezes, havia somente ele e Yaga na sala. Os outros feiticeiros não se importavam o suficiente para comparecer; estavam assegurados no e-mail de três laudas que o atual diretor mandaria contendo todos os informes — Nanami suspeitava que até eles seriam ignorados.

Sendo apenas os dois, a reunião acabava tão rápido como começava. Isso porque, sem os outros feiticeiros, sem interrupções. Eles conversariam o que tinha para conversar e, às vezes, Gojo deformava no meio da reunião — reconhecidamente atrasado e sem nenhum tipo de vergonha ou arrependimento na veia.

Como se tivesse sido convocado apenas pela mera menção em pensamento, enquanto abaixava para pegar seu pedido, Nanami reconheceu a energia amaldiçoada Gojo, muito antes dos passos pesados dele ecoar — uma consequência dos quase dois metros de altura e peso compacto. Embora Gojo fosse incrivelmente e previsivelmente bom em caminhar a passos leves e suprimir a própria energia amaldiçoada, ele tinha um estranho fascínio em tornar sua presença perceptível para Nanami.

— Nanamin, meu querido kouhai!

— Gojo-San. — A dor de cabeça que Nanami tentava ativamente ignorar, parecia mais próxima conforme Gojo ultrapassava o limite de distância saudável entre colegas de trabalho. — Você me viu faz apenas alguns minutos, não precisa me saldar toda vez que me vê. — Sem esperar resposta, Nanami começou seu trajeto em direção a saída do colégio. Previsivelmente, Gojo o seguiu e, mais previsivelmente ainda, passou um dos braços sobre os ombros de Nanami abraçando-o de lado.

O peso do braço de Gojo era algo que ele já havia se acostumado, embora raramente o tocasse, de fato — como agora, onde o infinity claramente estava ligado, ressaltando a discrepância de poder entre eles. Esperando por algum comentário, já que Gojo sempre tinha algo a dizer, Nanami abriu a latinha de bebida saborizada de café.