1- Narrador

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Você já parou para pensar como que o jogo de tabuleiro xadrez funciona?

Começando pelas peças:
Uma rainha;
Um rei;
Dois bispos;
Dois cavalos;
Duas Torres;
E finalmente vários peões.

A princípio ele parece ser a "pior" peça do jogo. Talvez no final das contas ele não seja a peça mais importante mas, é com ele que se faz o primeiro movimento, ele precisa estar em movimento para que as outras peças possam se mover também, as vezes os peões terão que sair do caminho para que outras peças atravessem em sua frente pois elas se movem com uma maior facilidade, elas tem o privilégio. Nessa história eu fui o peão e ao decorrer dela haverá todas as outras peças do tabuleiro, mas essas serão escolhidas a dedo, algumas de forma racional e outras de forma emocional.

Nessa história nada acontece como realmente deveria acontecer porque:

Talvez a rainha não seja a melhor peça do tabuleiro.

Talvez o bispo não seja inocente como parece ser.

Talvez os cavalos não sejam tão guerreiros no final da história.

Talvez o rei não viva no final.

E talvez o peão não chegue até o final do tabuleiro antes que seja colocado na caixa novamente.

É ironicamente engraçado como um jogo de tabuleiro possa descrever tão bem essa história.

Igual ao jogo cada decisão, cada próximo movimento terá o resultado de nossas jogadas, sejam elas boas ou ruins. Quando o resultado for ruim temos que mudar a nossa estratégia. Mas não é fácil decidir qual será a próxima jogada, isso é viver, sabendo que a consequência pode te levar a derrota. Mas você nem sempre precisa aceitar uma derrota, se você começar de novo, redefinir as peças, colocá-las no lugar certo na próxima jogada talvez algum dia consigamos ganhar, no final talvez seja nunca desistir e ter esperanças em si mesma de que alguma vez na vida tudo possa dar certo.

Durante o jogo o relógio nunca para, ele passa rápido. Na primeira vez que você olha para ele você não sabe como aproveitar o que ele carrega, no final quando todas as peças estão definidas e o jogo começa você volta o olhar para ele e vê que ele nunca será o suficiente. É ele quem guarda cada memória e cada movimento.

Talvez ele seja o mais importante e sempre passageiro, mas ninguém nunca parece ligar, porque você acha que sempre vai ter os segundos, os minutos e as horas. Mas no final tudo que você realmente almeja é que eles nunca acabem e nunca passem. Pelo menos não quando tudo parece perfeitamente certo, cada movimento até aquele ponto foi certeiro, você tem o completo domínio do tabuleiro.

Até que tudo da errado e nada parece realmente sob domínio...

E chego a me perguntar: perdemos tempo ou nos perdemos nele?

Vaso quebrado Onde histórias criam vida. Descubra agora