— Corridas clandestinas, astrologia, você realmente é uma caixinha de surpresas. - Brinco.
— O céu mexe comigo. Nesse mundo onde vivemos, recebi tanto poder e atenção, que é bom lembra de vez em quando que sou um grão de areia. - Fala enquanto mexe em seus aparelhos.
— Somos um pequeno ponto no universo. - Concordo.
— Ser rei é perigoso... - Suspira. - Aprendi que o mundo gira ao meu redor e isso me tornou egoísta. - Diz pensativo e me olha. - O céu me acalma e as corridas me dão a emoção que preciso.
— Ótima junção, elas se completam. - Assinto, andando em volta do binóculo.
Enquanto eu andava e passava meus dedos pelo refinado aparelho, os olhos do mesmo me acompanhavam atentamente e ele parecia sorrir levemente. Phillipe tinha esse traço extremamente irritante e tão bom, seus olhos falavam por ele, ele sabia prender alguém apenas com o olhar fixo como caçador.
— O que foi? Por que está me olhando assim? - Pergunto desconfiada.
— Porque você me acalma, loirinha. - Responde sem filtros.
Totalmente pega de surpresa eu paro de andar e observo ele caminhar até mim e parar em minha frente. Em silêncio ele retira meu cabelo do rosto com delicadeza e brinca com meus fios entre seus dedos. Enquanto eu divido meu olhar entre seu rosto marcado e desenhado, e os meus pés.
— Então é aqui que você foge do mundo todo... - Olho pra ele.
— Sempre que posso. - Assente.
— Então se concentre em mim... - Colo nossos testas e fecho os olhos.
Levo minha mão até o seu peito e posso sentir o seu coração acelerado, com nossas testas coladas e olhos fechados permanecemos ali em silêncio. Não precisávamos falar nada, era como se nossas almas estivessem se comunicando e conforme dançávamos lentamente, nossos narizes se tocavam.
Aos poucos senti seus batimentos acelerados se acalmarem, chegava a ser irônico, sempre que nos encontrávamos era como se uma bomba fosse explodir. Mas agora não, estava calmo, era como se não existisse nada mais lá fora, e nossas almas conversassem. Eu não sabia o que estava fazendo ali, nem ao menos conseguia pensar se esse tipo de coisa era apropriada para o nosso "acordo". Minha mente mandava eu me afastar e impor limites, mas o meu corpo simplesmente não obedecia.
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Legados - Meu Eterno Shelby II
Fanfiction{ 𝟐 𝐓𝐄𝐌𝐏 𝐃𝐄 "𝐌𝐄𝐔 𝐄𝐓𝐄𝐑𝐍𝐎 𝐒𝐇𝐄𝐋𝐁𝐘" } Os anos podem passar, mas o legado de uma família sempre permanece. Hanna e John viveram sua grande história, e agora é a hora de passarem o seu legado e deixarem sua descendência escrever a su...