Alex e eu continuamos nos falando pela maior parte do tempo depois da festa do pijama na sua casa. Quer dizer, festa entre muitas aspas. É claro que a situação do celular foi meio estranha, mas nós decidimos telepaticamente nem tocar no assunto mais. Mas isso não impediu ele de pegar no meu saco toda hora sobre a minha " grande revelação do tarot".
Então lá estava ele, sentado na minha frente praticamente engolindo seu sanduíche com uma mordida só. Era nítido que ele estava feliz com minha volta na escola, depois de 1 semana. Mas eu não podia dizer o mesmo.
Depois dessa pausa da escola, as cosias dentro de mim mudaram um pouco. Eu ainda tinha raiva de Clara é claro, meu olho ainda estava levemente escurecido, mas aquele show não fazia questão de sair da minha cabeça tão rápido. E para meu azar, havia treino do time hoje. Algo dentro de mim não queria ir para o treino, talvez com receio de ver a cara de nojo de Clara ao me ver, ou talvez por medo de não conseguir tirar os olhos dela com no show. Algo me diz que estou saindo do foco do plano.
- Tá pensando muito, você nem comeu sua barra de proteína, que foi? - Alex perguntou preocupado, enquanto apontava para a barra de proteína que eu sempre trazia nas terças e quintas para o lanche.
- tô confusa.
- como assim?
- eu odeio a Natasha, sabe? Tipo, olha o que ela fez com meu olho. Mas simplesmente não paro de pensar nela desde que vi seu show.
- haha, não ache que está sozinha.
- ué como assim?
- Natasha é bem sozinha, na dela. Mas coleciona histórias de amor infinitas com meninas da escola. Quase nunca duram mais de 1 mês. Mas pelo menos as meninas tem chances, diferente dos meninos.
- Ela também é...?
- Não sei. Pelo que eu sei, ela namorou um tal de Matheus por uns 6 meses quando chegou na escola. Mas ela nunca mais encostou um dedo em homem algum depois disso. E bem... ah, não sei se deveria falar isso.
- falar o que?
- Meio que há boatos que ele traiu ela. Mas não sei ao certo.
- Caralho. Que merda.
- Pois é. Mas ela parece ser difícil também. Não pense o contrário, se você realmente estiver gostando dela, vai ter que se acostumar com o jeito esquentada dela.
Pensei nessa frase. Eu não estava gostando dela. Alex pensava isso porque eu havia mentindo. Eu estava apenas confusa. Só isso. Nada com que se preocupar.
Meu amigo estava prestes a falar algo quando o sinal do recreio tocou, e eu sai correndo para a aula com meus pensamentos a mil e a barra de proteína intacta.
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Era exatamente 17:34 quando ela chegou no ginásio para o treino. Usando uma uma camiseta de manga comprida preta e um shorts curto de academia. Todas as meninas a olharam, mas ela continuou andando até o centro de cabeça erguida. Como ela é metida.
- Meninas, que bom que estamos todas aqui. Vamos realizar nosso treino, o foco hoje é treinar mudança de posições. Todas devem saber jogar em todas as posições, para que assim consigam planejar jogadas muito mais fácil. - Disse a treinadora, logo nos levando para o centro da quadra.
Ficamos o treino todo trocando de posição de ataque no meio da quadra. Eu só sabia pensar em 2 coisas. Em como eu era pêssima pivô [ posição que se infiltra na barreira inimiga ], e como Clara ficava bonita de cabelo preso. Quer dizer, não ficava. Eu nem estava prestando tanta atenção assim para falar a verdade.
Faltavam 8 minutos para às 19:00, quando a treinadora nos dispensou mais cedo e todas saíram do ginásio e foram se trocar no banheiro. Menos Clara. Ela e a treinadora ficaram conversando por um tempo, até que Clara ficou sozinha, e começou a recolher as bolas jogadas pelo ginásio.
Depois de todas as meninas saírem do local de treino. Eu fui correndo falar com ela.
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Paixão na Quadra - Romance sáfico
RomansEstella Minji é a capitã da equipe de handebol da escola Céu azul, rival mortal da escola Jorge Couto. Com o festival de esportes da cidade se aproximando, todos estavam muito nervosos, não só pela competição, mas porque no ano passado as meninas do...