A noite se expandia com a lua brilhante no céu, enquanto Stef e seus companheiros se maravilhavam com a serenidade ao seu redor. No entanto, Stef achava estranho o comportamento de Saiph, suas mãos adornadas com garras grandes acariciavam o pescoço pálido e fino de Kauã.
Com um tom confuso, Stef perguntou: "Gente... Quando será a festa da lua cheia?"
Morango direcionou sua atenção para Stef e respondeu: "Provavelmente será nesta semana que está por vir."
Stef franziu a testa em confusão. Como Morango sabia das semanas? Tanto Stef quanto os outros ali estavam completamente perdidos e desorientados quanto ao tempo.
Enquanto Stef observava, Saiph assumia uma aparência cada vez mais estranha. Seu corpo parecia contorcido, com a coluna curvada como o formato de um C, enquanto se aproximava de Kauã. Seu cabelo estava desgrenhado e gosmento, cobrindo parte de seu rosto, que parecia ter adquirido um focinho achatado, semelhante ao de um morcego, com olhos vermelhos brilhantes se espreitando entre as mechas escuras.
Stef ficou em transe, hipnotizada pela cena, até que finalmente olhou para suas mãos e viu um cogumelo em uma delas. O cogumelo tinha uma coloração amarelada com bolinhas e fungos alaranjados ao redor. Stef fechou os olhos por um momento e, ao abri-los novamente, ouviu uma voz preocupada: "Stef? Está tudo bem?"
Stef olhou em volta, vendo Morango e Muss sacudindo-a com preocupação. Ela procurou por Saiph freneticamente.
"Onde está Saiph?" - Perguntou Stef, agitada. Muss segurou seu braço e respondeu com uma expressão séria: "Ele foi para a floresta com o Kauã. Não temos ideia do que eles estão fazendo lá."
Stef olhou novamente para o cogumelo em sua mão e o jogou longe, empurrando Muss e Morango. Ela correu em direção à floresta, seu rosto pálido e suado refletindo seu medo crescente. Suas mãos tremiam e seu cabelo colava em sua testa úmida, enquanto ela se adentrava cada vez mais na escuridão da floresta.
O sereno daquela floresta escura parecia fechar o campo de visão de Stef, os sons dos animais selvagens ecoavam ao seu redor, desde grunhidos de sapos até uivos distantes de lobos. Ela girava em torno da floresta, com os sentidos em alerta máximo, até perceber um vulto atrás de si. Ao olhar para trás, viu uma árvore se mexendo, o que a fez engolir em seco, sentindo um arrepio percorrer sua espinha.
Então, uma sombra imensa pareceu surgir ao seu lado, muito grande para ser apenas um animal comum. Stef não conseguiu se conter e soltou um grito estridente: "Saiph!"
Ao se virar, Stef não viu nada à primeira vista, mas então seus olhos pousaram no chão, onde uma poça de sangue se formava lentamente. Seguindo o rastro, levantou o olhar e sentiu algo pingando em seu rosto. Instintivamente, levou a mão até o rosto e ao retirá-la, viu o líquido vermelho escorrendo entre seus dedos.
Um calafrio percorreu a espinha de Stef enquanto a realidade se desenrolava diante dela. Com o coração acelerado, as pernas trêmulas, ela olhou para cima e avistou um monstro horripilante, com uma asa preta gigantesca estendida sobre um galho de árvore. Em suas garras, estava o corpo de Kauã, inerte e ensanguentado. O choque tomou conta de Stef, seu coração batendo descompassado diante da cena aterradora que se desenrolava diante de seus olhos.
"Socorro!" Stef gritava desesperadamente em direção à cabana, implorando por ajuda a Muss e Morango. Mas o olhar sanguinário de Saiph parecia fixo nos dela, enchendo-a de terror. Ela continuou a gritar, sem parar, agarrando-se ao chão como se sua vida dependesse disso, até que sentiu uma mão pousar em seu ombro.
"Estamos aqui, Stef. Saiph não é um monstro", disse uma voz que ela reconheceu como a de Morango. Stef ergueu lentamente o rosto, encontrando-se de volta à grama perto das cabanas, com Morango ao seu lado. Ao olhar em volta, viu Saiph sentado, observando Kauã, que estava desacordado e tinha dois cortes profundos na barriga. Muss, com seu longo cabelo loiro preso, estava ao lado de Kauã, passando delicadamente as mãos sobre seu corpo ferido.
Stef engoliu em seco, seu olhar vagou de volta para Saiph, cujos olhos estavam secos e apáticos enquanto observava Kauã. O encontro de olhares entre eles era carregado de tensão. Stef então desviou o olhar para as mãos de Saiph, que ele estava limpando meticulosamente com um pano, removendo o sangue de suas enormes garras.
"Se divertiram?" - Muss perguntou, com raiva evidente em sua voz. Saiph olhou para Muss com impaciência, mas não respondeu.
"Olhe para o garoto, Saiph. Você precisa aprender a se controlar", disse Muss, firme e determinado.
Muss ergueu a palma da mão e dela emanaram vigas de espinhos, que penetraram profundamente no corte de Kauã. Com habilidade impressionante, as vigas encontraram as veias e artérias rompidas, penetrando com precisão. Então, Muss parou e retirou as vigas, e imediatamente flores brotaram no lugar. Era um procedimento meticuloso e especializado em cura de ferimentos profundos. As flores que brotavam após a aplicação das vigas eram a confirmação de que o procedimento estava dando certo.
Stef observava com fascínio a habilidade de cura de Muss, seus olhos brilhavam com admiração diante da cena. Muss sorria gentilmente para Stef, que, se sentindo um pouco envergonhada, desviou o olhar. Em seguida, Morango brincalhão empurrou Stef, comentando: "Parece que há um clima de romance no ar, não é?" Stef franziu o cenho, mas não pôde deixar de sorrir para a provocação. "Idiota...", respondeu ela, ainda sorrindo. Enquanto isso, Muss continuava observando Stef, enquanto Kauã despertava com flores brotando de seu corpo, substituindo o sangue que antes escorria. Pequenas violetas surgiam de sua garganta, criando uma cena peculiar de cura.
Kauã observou Saiph, que agora estava limpo do sangue que anteriormente jorrara dele. Saiph sorriu para Kauã amorosamente, mas o gesto deixou o garoto desconfortável, e ele deu um passo para trás, rindo nervosamente. "Vocês viram? Viram o que ele fez?" Todos concordaram, mas de forma casual, exceto Kauã, que ficou visivelmente assustado quando Muss se aproximou de Saiph. "Não chegue perto dele!" Kauã advertiu, observando com temor. Muss franziu o cenho, mas então abraçou Saiph, e os dois sorriram. "Saiph é como um irmão para mim", explicou Muss. "Você sabia onde estava entrando quando transou com ele." Todos riram um pouco, enquanto Kauã, abalado, se levantava para sair. "Estou fora. Todo mundo enlouqueceu de vez." Ao se virar para partir, uma garra o pegou de surpresa, cobrindo-lhe a boca e puxando-o para trás.
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The Mag
FantasiaThe Mag se trata de uma história de fantasia rpg, onde conta a história da minha vida de forma mágica. Com um grupo de 4 adolescentes, eles entram em um tabuleiro de rpg e então suas vidas acabam de ficar mais interessantes Lembrem-se sempre! Tudo c...