Capítulo 30: SÓCIOS

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YAN

Finalizo a ligação depois de pedir para Mary fazer um brigadeiro pra mim, amanhã de manhã trazer para a empresa.

Mas a sobremesa era para outra pessoa, não era muito fã de doces.

Novamente minha sala é invadida! Mas dessa vez não é pelo Elliot e sim pelo meu pai.

Qual era o problema com esses dois? eles não sabiam bater?

David Leão veio falar novamente comigo. – Meu pai fala depois de sentar a minha frente.
Em menos de uma semana? Outro favor?

Não! Falei para ele que estava precisando de um sócio de confiança e ele se ofereceu. Parece que ele está em conflito com os seus sócio. Parece que o sócio majoritário quer que ele defenda um abusador, onde todas as provas já estão contra ele, e David não quer defender um caso desse. Onde o crime foi tão brutal!

David e meu pai eram amigos íntimos desde crianças. Meu pai tinha um respeito muito grande pelo o advogado.

Ele sempre estava falando como o caráter do seu amigo não tinha preço, que ao longo de todos esses anos, ele nunca defendeu nenhum caso onde o seu cliente era o culpado.
Por mais que a oferta seja tentadora. E que nunca perdeu um caso do que fez parte.

Qualquer problema jurídico que meu pai precisasse, ele estava ali para ajudar.

E como vai funcionar? – O questiono.
Ele vai vender suas ações e seus imóveis e comprará trinta por cento das ações da nossa empresa pro seu filho Daniel! Abrirá um pequeno escritório de advocacia aqui mesmo no shopping e continuará sendo meu advogado pessoal.

Para Daniel? Mas ele é...
Eu sei que ele é irresponsável e que age como um adolescente. É por isso que o seu pai não quer que ele saiba de tal acordo e que o filho trabalhe aqui por um tempo como alguém qualquer. Que passe por todas as etapas, que uma pessoa comum. Que seja pressionado a fazer seu trabalho bem feito, que amadureça com o tempo. Para que futuramente possa ter direito a sua parte nas ações. É por isso que acho que Elliot é a pessoa ideal para treiná-lo, para ser um futuro empresário com êxito. – Eu concordava com meu pai.

Elliot era eficiente no que fazia, ele realmente se responsabilizava pelas pessoas novas que trabalhavam na empresa. Sua cordialidade e sua rigidez, fazia ele controlar todos em sua volta, fazendo assim, todos fazerem o seu trabalho.

Mas Daniel era diferente, ele não era uma pessoa comum e eu não sabia se o meu amigo conseguiria de fatos separar o trabalho do pessoal.

Mas não vou mentir, estava louco pra descobrir.

então acho melhor Elliot também não saber que o Daniel terá ações aqui.
Eu concordo e tem mais... esse garoto é seu melhor amigo e faz parte da família Leão de certa forma. – Ele fala me entregando o celular e tive que me controlar pra não mostrar minha surpresa ao ver o rosto do Sammy na tela do aparelho.

Meu amigo falou que graça a esse garoto que Daniel passou com umas das melhores notas na faculdade, porque a melhor nota é dele. –Meu pai fala apontando pro celular.

Então Sammy era formado em administração? Tá bom, meu pai tinha toda a minha atenção agora.

O que tem ele? – Pergunto com muita curiosidade.
Parece que os dois são sócios de um pequeno negócio aqui mesmo no shopping. E meu amigo não quer os dois envolvidos em um negócio que não vai dá em nada. Ele quer que futuramente esse garoto seja o braço direito do seu filho. – Ele falava tranquilamente.

Tô entendendo... – Mas meu pai não para por aí.
Mas parece que ele não sabe muito bem lidar com pessoas e Daniel é seu único amigo. Ele falou que esse garoto sofreu muito na sua pré-adolescência e adolescência, antes de ser acolhido pela família Leão. – Coloco a foto no zoom e sua expressão era delicada como de uma criança.

Quantos anos ele tem nessa foto?
Acho que dezenove, se é que eu não me engano. – Ele fala desconfiado pela minha pergunta e interesse repentino.
Tão lindo! – Falo baixo apenas pra mim mesmo. Paço os dedos pela tela completamente fascinado.

Não queria imaginar pelo o que ele deveria ter passado! Era por isso que ele sempre carregava uma dor em seu olhar. Não muito diferente de mim.

Meu pai instala os dedos na minha direção me tirando dos meus pensamentos.

— Algum problema? Ultimamente você anda no mundo da lua! O quê... tá apaixonado? – A última frase era puro deboche.
Eu... – Droga! Gaguejei me denunciando.
Espera... é sério? Quem é? – Eu não podia esconder dele agora. Devolvo o celular e falo
Você tá olhando pra ele – Ele olha pra imagem.
quem? Esse garoto? Você o conhece?
Ele não é um garoto,...ele tem 21 anos! – tratá-lo como um garoto parecia que eu estava fazendo algo errado me envolvendo com ele.

Intendi... como vocês se conheceram?
Ele que fez minha tatuagem. – Levanto um pouco a manga, do terno mostrando a tatuagem.

Das três pessoas que eu contei que estava me envolvendo com alguém, meu pai foi quem ficou mais impressionado. A incredulidade estava em cada traços do seu rosto.

O silêncio estava me incomodando, meu pai nunca me julgou pela minha sexualidade, mas ele também nunca me viu se envolver com alguém. Então de certa forma, isso poderia ser novo pra ele.

Eu não sei o que dizer! O que você tá sentindo é sério? – Confirmo com a cabeça.
Eu acho que realmente estou apaixonado por ele. – Meu pai arregala os olhos, sem acreditar.
Pois tudo que posso fazer, é torcer para que meu filho seja feliz. – Ele finalmente sorrir.

Nem senti que estava prendendo a respiração, mas me pegava respirando novamente! Era um alívio saber que ele me apoiaria.

O celular dele toca, ele se levanta e vai em direção da porta, mas antes dele sair eu falo.

Manda essa foto pra mim. - Queria mostrar pra Mary. Ele confirma atendendo a ligação e saindo da minha sala me deixando sozinho com meus devaneios.

Traumas do passado +18Onde histórias criam vida. Descubra agora