O cenário no quarto de Sheldon era o mesmo da noite passada; onde ele olhava fixamente para o teto pensando em Marie.
Eu preciso focar novamente minha cabeça. Estou me importando muito com ela e o que ela pensa sobre mim. Mas eu não me importo com ninguém além de mim... e ela. QUE DROGA! Por que eu me importo?!
Sheldon sentia insegurança e medo. Sentia medo de estar com alguma doença que o fez pensar mais sobre Marie.
Sheldon tinha cronogramas para tudo em sua vida. Até para seus momentos mais íntimos. E quando Marie chegou em sua vida, ele precisou aumentar a quantidade de momentos. Se me entendem. Ele não gostou nem um pouco disso.
Marie era uma garota lindíssima; de olhos amarelos, cílios longos e cheios, uma boca carnuda que atraía muitos olhares e desejos. Também tinha um corpo em formato de violão, juntamente com a pele cor caramelo e seus cachos morenos. Além disso, Marie foi abençoada e recebeu o melhor dom que qualquer um poderia ter; era uma empática de outro nível. Marie era inteligente em todos os aspectos, acadêmica e socialmente. Ela lia a linguagem corporal e sabia como lidar com todo tipo de pessoa existente. Além de ser super inteligente e ter uma ânsia enorme em querer aprender cada vez mais.
Marie era o tipo de garota "perfeita", todos os olhos se voltavam para ela quando entrava na sala. Sua luz sempre brilhava mais claro que a de todos os outros. Obviamente, Marie tinha muitos pretendentes; tanto homens quanto mulheres.
Mas nenhum desses homens ou garotos. Nenhuma dessas mulheres ou garotas. Deixaram uma marca tão grande em Marie como Sheldon.
Ele a desafiava como pessoa e como cientista. Cada experiência com Sheldon era maravilhosa para Marie. Ele a ensinava algo novo todos os dias. Estar com ele era um ensinamento. Ele a ensinava a ter paciência, era preciso muita calma ao conversar com Sheldon. Ele a ensinava física, ela era curiosa para entender como o mundo funciona. Ele a ensinava coisas aleatórias, ela amava aprender coisas aleatórias.
Era estressante para Marie lidar com ele, estressante até demais. Mas ela sempre entendia o lado de Sheldon. Entendia os sentimentos dele, as razões dele agir como age. Ela conseguia lidar muito bem com ele. Quando ele é egoísta ou passa dos limites, Marie sempre consegue fazê-lo entender o lado dos outros. Era difícil, mas ela tinha um jeitinho.
Muitas ocasiões em que Sheldon falava coisas que não podia, agia de maneira imprópria e não entendia cenários sociais, Marie o fazia ver a situação com outros olhos.
E para Sheldon, os sentimentos eram bem parecidos. Sheldon passou a vida inteira pensando apenas em si mesmo. Tinha seu jeito egocêntrico como sabemos. Não se importava com o que os outros pensavam sobre ele. Ele passou 21 anos e 355 dias sendo assim. Até conhecer Marie.
Quando ele a viu no refeitório pela primeira vez, nem se importou. Ele a viu por sua visão periférica e sentia seu cheiro forte. Não notou de primeira que era uma garota, até Marie falar. Na hora ele não ligou, mas quando começaram a conversar sobre super-heróis e principalmente quando Marie o comparou com o Sr. Spock, ele não queria que ela saísse de lá.
Ao decorrer dos dias, ele e Marie se conectavam cada vez mais. Se entendiam cada vez mais. Era tudo muito assustador e estressante para Sheldon. Ele gostava mais do que queria de Marie. E quando ele passou a se importar com ela, percebeu que ele não era mais o mesmo. Ele havia até decidido parar de conversar com Marie para forçar os sentimentos sumirem. Mas aí então, quando viu Marie no dia seguinte, já sabia que tinha perdido a batalha.
Os dois se causavam muito impacto. Eles se acendiam. Eles eram o complemento que precisavam.
Marie era doce e compreensiva; Sheldon precisava de alguém assim em sua vida.
E Sheldon era estimulante e irresistível; Marie precisava de alguém assim com ela.
Sheldon havia percebido há vários dias que sentia isso COM Marie. Aquela megera, o que fizestes comigo? Eu sofro por tua inteligência e beleza única, distintas das demais.
Segunda-feira, 14:10
— Olá, Marie. — Sheldon se acomoda na frente dela.
— Oi Sheldon! Como está? — ela sorria, exibindo os dentes brancos separados.
— Estou bem. Estava pensando em matéria escura. — o rapaz põe uma bandeja com seu almoço na mesa.
— Poderia compartilhar comigo ou deseja pensar quieto? — Marie se endireita na cadeira.
— Posso compartilhar. Eu estava reparando na diferença entre você e a matéria escura. — ele põe o guardanapo no colo. — E percebi que te achar foi tão gratificante quanto quando acharam as partículas de matéria escura. Exceto que eu não estava procurando por você. E como você é muito melhor que ela; porque você interage com a luz, me permitindo ver o seu cérebro em ação. E... — Sheldon se empolgava, mas foi interrompido por Marie.
— Calma! Eu entendi. Que fofo pensar nisso, Sheldon. — Marie apoia os cotovelos na mesa.
Sheldon apenas a encara em silêncio.
— Sério? Por que? — ele finalmente fala.
— Ué, não sabe o porquê? — Marie questiona.
— Não, não faço a menor ideia. Não era a minha intenção soar fofo. Calma aí. Não é como se... — Marie o interrompe novamente.
— Calma Sheldon! Não tem problema algum. Eu sei que não foi sua intenção. Não precisa esclarecer.
— Independente.... — Sheldon continua a falar e Marie só escuta em silêncio.
Até que o sinal das 14:20 tocou, mostrando que Marie tinha uma aula a atender.
— Opa, tocou o sinal. Mais tarde te vejo, tchau. — Marie rapidamente se levanta, pegando sua bolsa cheia de livros.
Era 16:20 da tarde. Marie acabara de ter uma aula incrivelmente chata sobre biologia. Nem estava no curso dela, e ela foi obrigada a assistir de qualquer maneira. Sua cabeça, aliviada por parar de ouvir baboseiras por duas horas seguidas, se desviou para um foco principal. Seu pai estava lutando para permanecer nos Estados Unidos, pois recentemente, foi demitido. Marie não queria preocupar Sheldon, pois sabia que ele iria se obcecar pela situação ou iria completamente ignorar a situação. Honestamente, ela não sabia o que era pior.
Marie andava pelos corredores da universidade novamente, muito distraída para se preocupar com o caminho. Não surpreendentemente, ela esbarrou numa lixeira e logo se recompôs. Quando olhou para frente, viu Sheldon a olhando.
— Ah, você viu isso? — Marie cora o rosto ao falar.
— Vi sim. Aconteceu o mesmo comigo milhares de vezes, mas não por meu desatento. Eu fui colocado dentro de lixeiras por valentões. — ele explica, friamente.
— Hm, entendi. Bom, tenho que ir agora, até mais. — Marie diz enquanto esfregava as mãos, espalhando álcool gel.
— Até mais.
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A história é outra (tbbt au)
FanfictionMarie, se muda do Brasil para Califórnia por conta do trabalho de seus pais. Em uma de suas diversas visitas a estudo na Caltech, esbarra com um jovem de olhos azuis e roupas engraçadas. Ela se sente desafiada por ele e decide criar laços com o mesm...