Capítulo 17 - " Isso é errado".

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Brenda entrou na igreja acompanhada por Chad que estava atrás dela, ele se sentou no último banco da fileira enquanto Brenda caminhava pelo corredor em total silêncio, sem fôlego e com o coração prestes a explodir no peito.

Ela havia atravessado aquele corredor como se sua vida dependesse disso, talvez dependesse, já que poderia está cometendo um erro indo ali. Mas porque todo o seu coração estava em outro lugar, ele estava em sua menina, na menina que ela planejou dar a luz e se para tê-la de volta, Brenda precisaria usar outro recuso, ela usaria!

Brenda parou no meio da igreja olhando o altar, a loira nunca foi muito devota o que a fez sorrir um pouco ao lembrar da pergunta de Kate Wycoff, "sobre ela acreditar em Deus", é claro que ela acreditava, mas Brenda nunca foi de ter religião como outras pessoas, o que a fez suspirar ao lembrar que a última vez que esteve em uma igreja foi antes da morte de sua mãe.

Ela se sentou em um dos bancos ao lado do senhor que estava de olhos fechados, ele abriu os olhos e ajeitou o paletó sem olhar ela.

- Soube que andou visitando alguns velhos amigos. - Brenda baixou o olhar ao ver o terço nas mãos do homem e curvou a cabeça confusa - Não me diga, que depois de velho virou devoto?

- Sempre direta, deve ser por isso que todos sempre estão atentos a você. - Esboçou um pequeno sorriso.

- Ora Andrew, todos os sabemos que no céu não tem lugar para você. - Disse com desdém e ofegou olhando o altar - O que você quer?

- Ajudar. - Andrew olhou ela e respirou fundo. - Somente ajudar.

- A última vez que a Cia me ajudou a recuperar o meu emprego, em troca tive que ajudar a prender um terrorista e eu não estou disposta a colocar a vida de minha filha em perigo para ajudar vocês outra vez. Agradeço a sua ajuda, mas isto é um não.

- Você foi desligada Brenda, assim como eu. Você sabe que...

- Que não estamos desligados até realmente estamos. - Interrompeu ele respirando fundo - A cia não pode me obrigar a voltar, eu assinei um contrato, nunca disse nada do que sei a ninguém!

Brenda soltou um suspiro profundo, o medo estava presente em seus olhos, isso era certo e finalmente olhou para ele novamente. Andrew sabia que Brenda não teria coragem de dizer as coisas que fez e muito menos o sangue que derramou em sua última missão como agente da Cia.

Demorou algum tempo para ela se acostumar com o jeito que a cia trabalhava, mas Brenda foi treinada para descobrir coisas, seja com torturas ou por outros métodos. Mas com o tempo Brenda aprendeu a controlar seus sentimentos.

Andrew se lembrou de quando Brenda foi convocada para interrogar um comerciante de criança na Europa, dos olhos atordoados da jovem Brenda caminhando de um lado para o outro na sala de interrogatório, enquanto o traficante lhe contava passo a passo de como a rede de tráfico funcionava.

Os olhares de repulsa que ela proferiu ao chefe do tráfico antes de apertar o gatilho, depois de se infiltrar na rede, Brenda estava disposta a matar cada um que interferisse naquela missão e ela o fez.

- Eu estou morrendo Brenda, só tenho alguns meses e tanto dinheiro não me serviu de nada neste momento, por isso estou aqui, ainda posso pedir um favor a eles, posso pedir ajuda para encontrar sua filha.

Andrew suspirou as palavras dele foram difíceis de processar e Brenda estava confusa enquanto o olhava.

- Então se eu vou morrer, deixe ajudar com isso. - olhou para ela com um olhar firme.

- O que você quer dizer? O que aconteceu?

- câncer em estágio terminal, procurei vários especialistas, mas todos me disseram a mesma coisa.

Em outra vida, talvez?Onde histórias criam vida. Descubra agora